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8 de Dezembro de 1978

CADA CÉLULA DOS corpos de Olivia Stagg e Finney Blake doíam. Não sabiam ao certo quanto tempo tinham dormido, até porque era quase impossível ter noção de horas sem a luz do sol como referência, mas sabiam que certamente não fora o suficiente para descansar seus músculos que tanto trabalharam anteriormente.

A cama não era pequena, mas não aconchegava suficiente dois pré-adolescentes, o que resultava em ambos espremidos contra um ao outro. Em meio a tanto medo, isso não foi um problema - era bom ter o contato quentinho entre o frio daquele cômodo.

Olivia foi a primeira a despertar. Os cabelos loiros estavam emaranhados, espalhados por toda a cara. Tentou arranjar forças para se levantar da cama, mas o máximo que conseguiu foi se sentar.

Como se sentisse falta do corpo da amiga aninhado ao seu, Finney acordou. Ele parecia fraco, frágil. Olivia estava acostumada com grandes períodos sem comer, mas ele não.

— Oi

— Oi, Liv. — O Blake se sentou também, ficando ombro a ombro com a Stagg.

Era engraçado pois, desde o começo de todo esse pesadelo, os dois nunca conseguiram realmente conversar. Era como se não tivessem energia para isso. Desde pequenos, eles prometeram que sempre falariam com o outro em situações tristes, mas agora, nesse momento tão delicado, deixavam o silêncio reinar.

— Se morrermos, não quero que estejamos em silêncio com o outro. Estamos nessa merda juntos, Finn. — Olivia falou pensativa, dando pausas para suspiros prolongados.

— Sinto que eu falhei com você, Olivia. Eu que ajudei esse homem. É minha culpa estarmos aqui. — Ela podia ouvir as falhas em sua voz, como se segurasse o choro.

— Finn, para com isso. — O sentimento de culpa é um dos mais complexos, e Olivia sabia bem como isso pode corroer alguém. — Nunca falei isso porque... porque achei que estava ficando louca. Mas, no halloween, quando fomos buscar doces, eu vi aquela van. A que fomos colocados. Ela estava lá, Finn. Ele estava lá e eu vi. Eu vi o Sequestrador, ele estava longe, mas sei que estava olhando para mim. — Finn permaneceu em silêncio, tentando compreender tudo o que ela falava. — Olha, isso não é sua culpa. Ele já estava de olho em mim, seja lá o que queira comigo. Não me pegou porque você o ajudou. Ele daria um jeito, assim como deu um jeito de pegar os outros.

— Você deveria ter falado comigo.

— Eu sei, Finn. Eu sei. Acho que andei me afastando de você, desde... Você sabe, Griffin. Me desculpe.

𝐒𝐔𝐑𝐕𝐈𝐕𝐎𝐑, the black phone Onde histórias criam vida. Descubra agora