twelve.

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9 de Dezembro de 1978

OLIVIA STAGG PERMANECEU na cama colada com o jornal por bastante tempo. Enquanto Finney Blake recolhia a comida recém-jogada no chão, ela lia e relia cada trecho do papel. Aparentemente, a cidade se encontrava em tristeza profunda e luto, a mesma coisa que disseram das últimas vezes. Tudo não passava de uma mentira, eles não ligavam - não se não fosse alguém conhecido.

— Não vai comer? — Finney perguntou.

— Não, estou enjoada.

Alguns minutos se passaram, talvez horas, era difícil saber. O Blake se ajeitara ao seu lado e caíra no sono, soltando roncos de vez em quando. Isso fez a boca de Olivia se contrair num quase riso.

Olivia achava graça do modo em como o amigo dormia: ele sempre se remexia todo na cama, acordando nas posições mais inacreditáveis. Além do barulho de porco que fazia quando estava num sono profundo. Sempre fora assim, era adorável.

A Stagg encarou o teto enquanto contava carneirinhos. As vezes fazia isso quando estava entediada. Griffin a ensinou e lhe disse que o ajudava a dormir. Talvez ele estivesse certo, pois após algumas dezenas a loira fechou os olhos.

Finney Blake se levantou da cama e não encontrou Olivia. Preocupado, ligou a lanterna fraca de seu foguete de brinquedo, o mesmo em que segurava no trágico dia de seu sequestro, e revistou o cômodo. De alguma direção vinha um barulho de goteira, o que ele estranhara, pois não se lembrava de ter ouvido chuva recentemente.

Finney investigou todo o chão do cubículo em que se estava mas, sem sucesso, ele mirou mais para cima. Nada.

Vazio e mais vazio, nada além das paredes sujas as quais estava acostumado.

Mas então Finney Blake viu.

Há um metro de distância do chão, estava um corpo de criança. Flutuando, realmente flutuando. Era pequeno, vestia roupas sujas e aparentemente estava com alguns ossos quebrados. Em seu pescoço havia um corte, não tão profundo para matar a vítima de uma vez, mas o suficiente para deixar seus dias contados. Os braços estavam arranhados e os joelhos ralados. Era muito sangue, sangue por todo o corpo. A goteira que ouvira não era de chuva - era de sangue.

Finney deu um salto com coração palpitando, certo de que estava imaginando aquilo. Não podia ser real. Ele se aproximou, tentando decifrar quem estava na sua frente. Os cabelos claros e ondulados estavam imundos, e no escuro seu rosto não passava de um borrão. Porém, com a ajuda de sua pequena lanterna, Finney Blake entendeu.

𝐒𝐔𝐑𝐕𝐈𝐕𝐎𝐑, the black phone Onde histórias criam vida. Descubra agora