Saudade e Respostas

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Sentia a ponta dos dedos gélidas e um arrepio percorrer toda a parte exposta do seu corpo

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Sentia a ponta dos dedos gélidas e um arrepio percorrer toda a parte exposta do seu corpo. Os fios pretos completamente molhados serviam de caminho para a água que escorria por entre as madeixas e deslizavam pelo seu rosto, com os lábios trêmulos pelo frio e as roupas ensopadas, ela suspirou por finalmente ter chegado.

Chaeyoung encarou a porta de madeira escura a sua frente, a chuva caia atrás de si, mas ela estava protegida pelo teto da varanda. Não deveria ter esquecido o guarda-chuva. Ergueu a mão e deu três batidas, esperando ansiosamente, sentia-se nervosa por não saber exatamente o que dizer e como dizer. Levou cerca de vinte minutos para chegar ali, molhou-se um pouco para chegar na estação de metrô próxima a sua casa, mas foi quando desceu no destino que não viu outra alternativa a não ser correr na chuva em direção a casa de Mina.

Agora estava completamente ensopada.

Os poucos segundos que se passaram após as batidas foram como longos minutos, seu estado não era dos melhores e seus lábios estavam machucados do tanto que já havia os mordidos. Quando a porta se abriu, a morena assustou-se levemente e deu um passo para trás.

— Chaeyoung?

Não era Mina, e sim, a mãe dela. A mulher a encarava com uma certa confusão no rosto, sabia que a sua presença ali não era algo tão esperado.

— Sra. Myoui? — Chaeyoung gaguejou um pouco pela surpresa.

— Você está completamente molhada, criança! O que faz aqui? — O tom de voz preocupado da mulher fez-se presente.

Chaeyoung sentiu as bochechas esquentarem um pouco pela vergonha que estava passando.

— Eu preciso falar com Mina...

— Ela foi na biblioteca pegar algo que esqueceu. — A mulher, dona de fios loiros como os da filha, disse. — Mas ela deve voltar logo, ela odeia chuvas assim, tenho certeza que pegará um táxi de volta assim que finalizar.

A morena abriu e fechou a boca ao menos duas vezes, mas apenas assentiu. Sentia-se frustrada, era como se sempre estivesse atrasada em relação a Mina, simplesmente nunca chegava no momento certo. Na escola, quando se conheceram e até mesmo quando achou que o momento havia chegado, estava errada.

Seu timing era uma porcaria, ela diria.

— P-posso esperar aqui? — Chaeyoung perguntou referindo-se a varanda.

O olhar incrédulo que recebeu da mulher mais velha quase a assustou, afinal, a outra a encarou como se ela tivesse falado a maior besteira do mundo.

— Aqui? Nesse frio e nessa chuva? — A morena apenas repuxou os lábios constrangida. — Nunca! Espere um pouco. — A Sra. Myoui pediu de maneira apressada.

Chaeyoung viu a mulher sumir da sua vista adentrando a própria casa em busca de algo que ela não sabia o que era, então apenas fez o que a outra pediu, esperou. Precisava admitir que estava com muito frio, suas roupas molhadas e grudadas na pele com toda certeza não era, nem de longe, a melhor das sensações.

Acaso Prometido | MiChaeng Onde histórias criam vida. Descubra agora