Amores Ocultos - Simone e Soraya

Capitulo 25

SIMONE

— A gente precisa conversar antes de decidir qualquer coisa atual da nossa vida. Precisamos dar certo dessa vez. — disse abrindo a porta do apartamento.

— Eu concordo.

— Vou pegar leve com você e tentar entender a sua forma de carinho também e dessa vez nada de ficarmos só em casa assistindo TV. Eu quero emoção. Você pode escolher os lugares. — entra e coloca a bolsa em cima da mesa.

Soraya respira fundo tomando coragem para dizer o que queria antes mesmo de sequer entrar direito na casa da mais velha.

— Concordo com quase tudo que disse menos com a parte de "eu quero emoções." Às vezes você esquece que somos duas e age do seu jeito não se importando com meus sentimentos. Fui fraca em ceder tão rápido, mas não serei em termos de "vivência"

— Uau, você está me surpreendendo Soraya.

— Surpreendendo porque estou cobrando algo que deveria ter sido desde o início? Claro, não foi você que teve que ficar escondendo sentimentos por anos, não foi você que teve que se humilhar pra ninguém e não foi você que foi dormir chorando entre crises intensas de ansiedade até um dia decidir que não choraria mais por ninguém. Não foi você! E vai ser assim de agora pra frente, e não é porque eu não te amo, não duvide disso.

— Eu pensei que você gostasse que eu decidisse tudo e até o sabor do sorvete. Eu nunca quis ser ou parecer controladora e você nunca tinha me falado nada sobre.

— Queria que eu falasse o que? Eu me sinto invalidada a cada vez que abro a boca para falar com você. Como se de tudo só você e seus sentimentos fossem importantes.

— Como assim "invalidada"? Eu tento fazer de tudo pra você ser feliz.

— Esquece do principal. Nem tudo se resume ao que você pensa. Eu gosto sim de ser cuidada, gosto de cafuné, café na cama... Sabe o que que gosto também? Quando me deixam expressar minhas ideias, opiniões sem julgamentos. Quando não me maltratam..

— Soraya, eu não estou entendendo nada. É assim que você se sente comigo? Eu juro, eu nunca quis te machucar, nunca foi de propósito. — minha voz embarga, sinto um misto de culpa e dor e uma lágrima escorrendo pelo meu rosto e a limpo imediatamente.

— Tá tudo bem Simone. A única coisa que eu quero é que você se permita viver. Se priva de tanta felicidade só para parecer para os outros que é forte todo o tempo e que problemas não existem pra você. Que se dane as pessoas! Você sabe que não precisa ser assim. E desculpa se eu fui imatura, eu estava curtindo como meu primeiro amor de verdade e as vezes esquecia que não tinha mais 17 anos. Estava esperando demais para um relacionamento maduro.

— Eu não sei o que dizer. Eu estou tão mal. Eu não sabia que era assim que você enxergava tudo isso. Eu pensei que estivesse cuidando de você. Me perdoa Soraya. Eu vou te recompensar, eu prometo.

— Não prometa nada, Simone. Eu já te disse, não quero promessas. Vai ficar tudo bem. Eu estou bem agora e jamais irei permitir isso de novo. Só vamos agir com maturidade e não espere a mesma Soraya de antes. Te amo.

— Soraya, eu só queria que você soubesse que eu te amo muito e que eu sofri sim nesse tempo todo longe de você. Eu me senti sem uma parte de mim e eu me arrependi muito pelo que fiz. Sei que ficou magoada, mas por favor, se lembra de tudo o que eu te disse hoje lá no Senado, naquela tribuna em meio a quase cem pessoas.

— Eu não estou mais magoada, já conversamos sobre e eu já entendi. A única coisa que eu quero agora é que nós duas dê certo. Espero que tenha entendido que não é porque eu quero muito uma coisa que eu vou aceitar que seja de qualquer jeito. Eu entendo sim a minha parcela de culpa nisso e não quero que se culpe sozinha porque a culpa foi de nós duas. Eu sei que doeu e nuito essa conversa, mas foi preciso para que a gente pudesse conviver melhor. Eu te amo muito. Fique a vontade para dividir seus sentimentos comigo.