Amores Ocultos - Simone e Soraya

Capítulo 21

SORAYA

Acordei mais cedo que o de costume e agarrada em Simone que ainda dormia tranquilamente. Me desvencilhei devagar e quando já estava saindo da cama senti Simone segurar meu braço me puxando novamente para a cama.

— Bom dia, meu amor.

— Bom dia, sisi. Achei que estivesse dormindo.

— Acabei acordando quando você saiu. Pra onde acha que está fugindo? — me puxa fazendo-me cair na cama de volta me arrastando até seus braços prendendo-me em um abraço seguido por um beijo delicado no pescoço.

— Eu só ia tomar um banho e vestir uma roupa. Nas situações que me deixou ontem acabei não tendo forças de fazer ontem mesmo.

— Você dormiu bem plena nos meus braços. — sorriu. — Fará mais vezes? Eu adorei.

— Faço o que você mandar. — dou uma risadinha sem graça seguido por um olhar malicioso. — Sisi, sabe o que eu estou pensando?

— O que?

— Como faremos no Senado para ninguém perceber o nosso envolvimento? Eu sei que você quer renunciar ao seu mandato mas... por que? Tem algo a ver com o nosso namoro?

— Eu não pretendo esconder, eu só não sei como revelar. Você sabe que vai ser uma decisão difícil, que nos julgarão, que vão tacar ideologias na nossa cara o tempo todo, que sofreremos talvez até mais ameaças que o de costume pelo conservadorismo errôneo de muitas pessoas e não só isso, tem a ver com os nossos sentimentos também, mas não vou esconder por muito tempo.

— Eu não me importo pelo julgamento alheio, cada um faz da sua vida o que quer e eu não vou estar sozinha, você vai estar comigo.

— Tudo tem o momento certo, vamos esperar mais um pouco e não vai ser difícil se controlar no Senado, é só você se comportar.

— Você fala como se eu fosse a única pervertida.

— Não é isso, você só é muito carente e adora ficar grudada o dia todo.

— Mas é você quem fica me abraçando o tempo todo.

— Soraya... — respira fundo — deixa pra lá ok? vamos acabar brigando e eu não quero começar o dia assim. Desculpa se eu te magooei, de novo. Preciso aprender a fechar a boca.

— Você sempre me deixa confusa. Uma hora fica brava porque eu te beijei e depois vai em toda oportunidade que aparece atrás de mim até conseguir o que quer. Outra hora diz que tudo bem que eu peça por carinho, mas depois me chama de carente e fala que eu adoro ficar grudada como se estivesse reclamando disso. Confessa Simone, no fundo você tem sim medo dos julgamentos e do conservadorismo não é?! Medo das coisas que eles podem fazer com a sua carreira política. Sabe o que eu acho?

— O que? — me olha atenta.

— Que foi um erro tudo isso.

— Mas a gente só está juntas a um dia e meio e você já se arrependeu de ter me dado uma chance?

— Eu não sei Simone. Você me deixa confusa, eu não tô entendendo nada. Eu tô me sentindo suja, idiota e pervertida ainda por cima. Em apenas um dia e meio e você já conseguiu ser pior que o Carlos umas 3 vezes.

Simone suspira me largando lentamente. — Vai lá meu amor, tome um banho e relaxe e depois assim que estiver mais calma, a gente conversa sobre essas coisas. Vou preparar algo pra gente comer. Pode pegar uma roupa no meu guarda roupa, vai ficar um pouquinho grande, mas tudo bem, você vai ficar linda do mesmo jeito. — me dá um beijo na bochecha e se levanta indo em direção a porta do quarto. Enquanto ela saía, tive um leve peso na consciência e a chamei de volta.