Capítulo 2

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SORAYA

6 horas da manhã, diferente do dia anterior, eu já estava acordada. Tinha acabado de acordar e estava sentada a beira da cama ainda tentando fazer o cérebro funcionar, o que não estava sendo uma missão fácil.

Alguns minutos se passam, meu cérebro já funciona normalmente então me levanto indo em direção ao banheiro que ficava em meu quarto para a minha higiene pessoal.

— Nada como um bom banho. —  digo soltando o hobby pelo chão e entrando debaixo do chuveiro. Quando estava bem distraída, ouço Carlos entrando no banheiro me desejando 'bom dia'. Respondo, desligo o chuveiro, e saio do banheiro indo para o quarto.

—Privacidade não existe mais né?! — reclamo.

Carlos aparece na porta.
— Poxa Soraya, não precisa disso também. Logo cedo e todo esse mau humor.

— Você se lembra que estamos juntos apenas por conveniência mesmo que não assumindo publicamente que seja isso?

— Tem o lance de amigos com benefícios e tal. — afirma.

— Tem os momentos, você sabe muito bem disso. Ou me respeita nos momentos devidos ou me come logo, inferno! Vamos fazer acontecer essa porra de casamento então.

— Desculpa, não quis te irritar. E eu também não tinha intenção nenhuma de te ver no banheiro. Sabe que eu prezo pela sua privacidade fora dos benefícios, mas eu só queria adiantar meu lado já que você estava demorando. Não quero me atrasar para o trabalho. Fique com a sua privacidade e eu com a minha! — fala saindo do quarto e descendo para a garagem.

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Me visto rapidamente, faço uma maquiagem e desço. Carlos me esperava na garagem. 

— Não comeu de novo, linda?

— Sério Carlos, me deixa. — entro no carro e saio rumo ao SF.

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Assim que cheguei ao Senado, fui direto para o meu gabinete, a próxima sessão seria apenas dali a uma hora, então eu teria tempo de sobra para um cafézinho do jeito que eu gosto, fraco e sem açúcar. Peguei uma xícara de café, uma revista de arquitetura que adoro folhear nas horas vagas ou de espera e me sentei no sofá do gabinete para aproveitar o meu momento.

A hora passou rápido e eu já precisava ir a bancada para mais uma sessão e assim o fiz. Cheguei como sempre, cumprimentei Simone e me sentei. Me perdi nos pensamentos sobre o que tinha acontecido no meu casamento com Carlos. Eu só queria entender como um casamento maravilhoso, amigável e romântico havia caído na rotina e se tornado insuportável. A vida de casal já não existia mais e vivíamos apenas por comodidade já que apenas pensar em sexo com Carlos já era algo constragedor, mas não significava que não ocorria as vezes. Toques e carícias eram bem vindos.

Ali não era o melhor momento para pensar nisso, eu sabia, mas pensamentos não dão para controlar. A sessão começou e eu apenas saí do transe dos pensamentos quando senti alguém me tocando. 

— Soraya?! Está tudo bem?

Me viro rapidamente para o seu lado e respondo.
— Simone?! Que susto.

— Perdão por tê-la assustada. Você não parece bem. Sente alguma coisa? — me perguntou preocupada.

— Eu... eu... — digo interrompendo a voz. — Eu estou bem.

— Não mente para mim, Soraya. O que está acontecendo?

Sinto lágrimas começarem a escorrer pelos meus olhos e as limpo rapidamente antes que mais alguém perceba.

— Vem, vamos sair daqui! — Simone diz me arrastando para fora dali e me levando direto para seu gabinete. — Senta, vou fazer um chá pra você se acalmar.

Me sentei e comecei a chorar baixinho lembrando dos momentos bons que tive com Carlos. Chorei por alguns minutos até Simone aparecer com uma xícara de chá em suas mãos me estendendo a mão e me entregando a xícara.

— Obrigado. — Respondi.

— E então, quer me contar o que está acontecendo?

— Simone, por favor. Não estou pronta.

— Só tenta. Se for pensar assim nunca vai estar, Soraya. Coisas tristes não são para ser sentidas sozinhas quando se tem alguém para compartilhar. — fala indignada. — Mas tudo bem, eu entendo. Não se sinta pressionada.

Suspiro fundo e solto de uma vez.
— É que meu casamento com o Carlos acabou. Virou rotina. Somos como amigos agora.

— Já tentaram fazer alguma coisa sobre? Já tentaram falar dos sentimentos um para o outro? Inovaram o sexo? Se tocaram?

— Tudo. — suspiro.

— Tá tudo bem, Soraya. As coisas acabam. Não se culpe por isso. — Simone diz se sentando ao meu lado e colocando a mão sobre meu ombro.

— Eu... eu só queria que as coisas dessem certo. Por quê tudo tem que ser tão difícil? — desabafo. — e tudo isso por conta de política.

— Vem! Deixa eu te dar um abraço, quem sabe acalma o seu coraçãozinho pelo menos por um momento. — diz me abraçando e deixando que eu me encoste em seu peito conseguindo ouvir perfeitamente o seu coração bater.

— Obrigada, Simone. — fico encostada em seu peito por um momento, meu coração acelera e gosto do que sinto. Lembro que não terminei de revisar alguns projetos de lei que devo apresentar em breve.

— Simone, preciso ir. — digo me desencostando do seu peito e levantando do sofá ao mesmo tempo que seco as gotas de lágrimas do canto dos meus olhos.

— Você não está bem, Soraya. Fique aqui comigo!

— Preciso terminar meus projetos de lei. Tenho que apresentar em breve. — Respondi.

— Faça aqui. Eu te ajudo e não seja orgulhosa! E você sabe que não precisa ir até lá, peça pra uma das suas assessoras trazer até aqui para você. — diz calma.

— Tá bom, eu fico. Você vai me prometer que não vai falar pra ninguém sobre o que aconteceu hein?! Não quero que me vejam como chorona ou fraca. — digo me sentando novamente no sofá e mandando uma mensagem para uma das assessoras.

— Tem minha palavra.

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Minutos depois a assessora já havia trazido os meus projetos de Lei, então me sentei com Simone em sua sala de reuniões e discutimos sobre. Ela me auxiliou em todos e após terminarmos, voltamos para o seu gabinete para pegar as nossas coisas para voltar para casa já que o nosso horário estava ultrapassado.

— Simone, obrigada por toda ajuda. Não sei o que faria sem você. — em um gesto impulsivo me agarro em seu pescoço num abraço esquecendo do quão intimidada ela me deixava, Simone se assusta e recua um pouco mas me abraça de volta em seguida.

— Eu não estava esperando. — Simone diz dando um sorriso sem graça.

— Desculpa, foi no impulso. — me solto dela e pego minha bolsa saindo da sala o mais rápido que poderia sem ao menos me despedir ou voltar a olhar para ela.

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Bom dia!

Lembrando que trata-se apenas de uma ficção. Esperamos que gostem e fiquem à vontade para dar sugestões sobre.

Um abraço, das autoras.

Amores Ocultos - Simone e SorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora