Capitulo 6 - Parte II

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— Você falou com o Carlos? Vi que não foi agradável.

— Se fosse agradável eu estaria aqui chorando nesse sofá, sua idiota? Não, né! Então não me enche o saco, Simone. A culpa é toda sua! Deveria ter seguido a minha intuição e não ter te falado nada apenas porque você disse que eu tinha que fazer. — falei praticamente gritando.

— É sério, Soraya? Vai me tratar mal depois de tudo o que estou fazendo por você? — ela fala inacreditada.

— Está fazendo porque quis, eu não pedi nada pra você. E só pra lembrar, você foi grossa comigo também. — grito.

— Eu te pedi desculpas, eu estou cuidando de você e é assim que me trata? Tudo bem então. — Simone se levanta calmamente, abre a porta, volta e me puxa me fazendo sentar no sofá que a poucos segundos eu estivera deitada — Pode ir, se não está aceitando a minha ajuda e vai ficar com essa palhaçada a porta está aberta. Não tolero infantilidades. — ela diz com ódio.

— Simone, por favor, não banque a sonsa agora me expulsando. Quem você pensa que é para fazer isso? Foi você que me convidou sua estúpida. 

— Convidei sim, quando você era gente. E tenho todo o direito de querer ou não alguém dentro da minha casa, afinal, é minha casa. E quer saber, Soraya?! Talvez você mereça mesmo passar por tudo isso, não duvido nada da culpa ter sido sua. — diz calmamente como se ela me conhecesse no interior. 

— Cala a boca sua jumenta, você nem me conhece mais já que me abandonou a anos. 

— Foi você que desistiu.

— Por causa de você mesma com seu ego inflado que só pensava em você e se achava só porque tinha um mestrado de merda e eu era apenas uma tonta recém formada na graduação. — digo secando algumas lágrimas e me levantando do sofá.

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SIMONE

Até pensei em dizer algo. Suspirei fundo, me acalmei entendendo que ficar falando e discutindo não traria resultado nenhum pois Soraya sempre foi teimosa e queria tudo do seu jeito e assim tinha que ser. No fundo eu sabia que aquele seria simplesmente um 'pedido de ajuda' silencioso, era a forma dela se expressar,  então decidi me calar e deixar que ela desabafasse do jeito dela.

— Soraya, vamos esquecer disso, não é a prioridade do momento lembra?!

— Ah, é? Qual é a prioridade então? — ela diz passando a mão no rosto com toda a força do mundo deixando a pele do seu rosto todo avermelhado na única intenção de secar as lágrimas na força do ódio.

— A prioridade é que você fique bem. Olha o seu estado?! — aponto minha mão para ela mesma fazendo com que ela se olhe também. — Você acha que isso está sendo saudável para você? Não está! Deixe de ser criança e converse como uma adulta sem confusão idiota sem sentido e sem discussões porque não é assim que as coisas funcionam.

— Cala a boca, Simone! — Ela me diz deixando a cada momento mais claro o ódio que ela está sentindo por mim.

— Senta agora nesse sofá Soraya! — digo firme dessa vez pois minha paciência já estava no limite.

— Não vou sentar! — dá de ombros.

— Ótimo, mas vai sentar sim! — empurro ela não tão forte mas o suficiente para que ela possa cair sentada no sofá sem se machucar.  — Sabe qual era o assunto que estávamos falando quando cheguei? Sobre a sua conversa com o seu marido, então desenrole logo isso e não adianta manha Soraya, porque não vou tolerar.

— Eu não quero falar disso com você e eu nem sei porque eu falei sobre isso com você, você é idiota. Eu deu ideia para a pessoa errada, isso sim.

Amores Ocultos - Simone e SorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora