Capítulo 7

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SIMONE

Já era mais de 10 horas da manhã, eu ainda estava na cama já que eu não estava tão bem assim de saúde segundo Soraya e ela não me deixava levantar. Eu estava achando um inferno ter que ficar o dia todo de molho, mas teimosa como sempre, decidiu que iria 'cuidar' de mim naquele dia. Eu não precisava de cuidados até porque era apenas um desmaio. Provavelmente ela estava se sentindo culpada e queria compensar de alguma forma e ficava tentando me mimar.

— Simone, trouxe pra você. — ela diz entrando repentinamente no quarto segurando um prato com algumas frutas e um copo de água. 

— Obrigada Soraya, mas já pode parar de trazer tanta comida. Não estou com fome. — digo me ajeitando na cama.

— Mas é que... — suspira — você estava passando mal. Enfim... — diz colocando as coisas na mesinha ao lado da cama.

—Não é falta de comer, pode ter certeza. — sorrio.

— Desculpa, Simone. Nunca foi minha intenção causar esses transtornos para você. Eu estava irritada e você chega perguntando sobre algo complicado.

— Você me deu liberdade disso, eu nunca faria se eu soubesse que você não gosta ou não queria compartilha o assunto comigo, mas foi diferente. No seu gabinete, você até chorou no meu ombro enquanto falava sobre. Enfim, não importa Soraya, eu vou te apoiar independente do que você achar válido para você. — Puxo Soraya pelo braço fazendo-a cair na cama. — Quer sorvete? — abro um sorriso.

— Pensei que não estivesse com fome. — sorri de volta para mim.

— Sorvete não é comida, é sobrem...  — Antes que eu pudesse terminar a frase, alguém entra correndo pela porta do meu quarto se jogando em cima de mim. — Maria Luísa? Não estava com seu pai? E onde está a Maria Clara? — perguntei assustada, surpresa e muito curiosa.

— Fiquei com pena que você ficasse sozinha, mas aparentemente, não precisava não é?! — Ela fala olhando de canto de olho para Soraya. — Quem é essa, mãe? — pergunta com uma sobrancelha levantada talvez reconhecendo Soraya.

— Ah, desculpe, esqueci de apresentar. Essa é Soraya, minha colega de trabalho e também uma amiga de anos que eu reencontrei. — digo sorrindo para tentar disfarçar o clima pesado e tenso que percebi ali. Soraya estendeu o braço dando a mão para Maria Luísa para cumprimentá-la,  mas a mesma foi completamente ignorada fazendo-a recuar o braço e privar o sorriso.

— Mana, eu não vou pegar nessa tua mão aí, não.  Não toco em qualquer pessoa. — ela passa a mão pelos braços como se limpasse algo.

— Desculpa, eu não sabia. — Soraya sorri desviando o olhar de Maria Luísa.

— Maria Luísa, não foi assim que eu te ensinei. — a repreendi.

— Tá tudo bem, Simone. Ela é só uma criança.

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Soraya havia colocado um riso fraco no rosto ainda intimidada pela presença da minha filha, uma peste de 17 anos que fazia questão de deixar bem claro que não estava gostando nada da presença de Soraya por ali. A olhei com repreensão pois não estava gostando de como ela estava agindo e ela deu de ombros se aproximando logo em seguida e sussurrando algo em meu ouvido. Assenti com a cabeça e ela sorriu para mim se jogando ao lado de Soraya logo em seguida.

— E então desconhecida... ainda quer sorvete? — perguntou erguendo um pouco a sobrancelha direita.

— Eu... claro.

— Oxe!! Então vai buscar. Além de monopolizar a atenção da minha mãe ainda não busca o sorvete. Ninguém merece! Não sou sua escrava, fia!!

Maria revira os olhos revoltada e eu não consigo me controlar e acabo rindo fazendo ela resmungar. Soraya sai apressada até a cozinha e volta trazendo o pote de sorvete e junto, três colheres.

— Olha, não leva pro coração tá desconhecida?! Você ainda vai ver que eu sou legal, mas antes, eu vou te zoar e muito.

— Maria Luísa, é Soraya o nome dela. Por favor!!

— "Maria Luísa, é Soraya o nome dela" ah mãe, me faça um favor! — revira os olhos. — E então "loira de salão", ops, Soraya... por que você tá na minha casa?

— MARIA LUÍSA, VOCÊ ESTÁ PASSANDO DE TODOS OS LIMITES. — grito, o que faz Soraya alternar os olhares para cada uma ainda mais intimidada. Volto o olhar para Soraya e me desculpo sobre o que acabou de acontecer. Ela dá um sorriso fraco e concorda em contar para Maria Luísa. Ela se senta ao lado da adolescente e começa a falar.

— Bem, eu não estava muito bem, estava deprimida com algumas coisas e aí ela me convidou pra passar uns dias já que estaria sozinha. Tô atrapalhando? Se sim, eu já vazo, até porque ninguém merece né. — bufa.

— Fica, tô gostando. Você é divertida.

— Você não se importa? Sério?

— A gente pode fazer algumas coisas legais quando você estiver aqui. Minha mãe quase não tem tempo mesmo, podemos aproveitar agora que está sobrando. Você não tem filhos?

— nenhum.

— Poxa, sua vida deve ser um inferno. Imagina? Sem nenhuma peste pra atormentar? Mas não tem problema, farei isso pelos filhos que você não tem.

Olhei por tempos Soraya e Maria Luísa conversando. Fiquei feliz por ver que elas estavam se dando tão bem. As vezes pareciam duas crianças, saia um ou outro palavrão no momento do filme, mas perdoei naquele dia, não estava querendo estragar o momento porque seria bom que elas construissem uma amizade, assim eu não me preocuparia tanto com ambas, o que nem fazia sentido. Passaram o resto do dia penteando a yorkshire de Soraya, assistindo filmes e fofocando como se fossem amigas de anos e com certeza tramando algo contra mim para algum momento, eu já estava esperando. No início da noite elas vão para a piscina e ficam por uma hora, depois voltam para casa e me encontram 'dormindo' após uma tarde de muita leitura. Então Maria Luísa vai até a cozinha, pega um chantily, e de volta, estende as minhas mãos enquanto Soraya coloca um pouco em cada uma. antes mesmo que elas se distanciem passo o chantily por toda a extensão do rosto de ambas.

— Isso não foi justo. Era pra você e não pra gente! — Soraya reclama.

— MÃE!! VOCÊ ESTAVA DORMINDO!!

— Na escola que vocês estudam, eu fiz até doutorado. — sorrio vendo a cara de frustração delas. — vocês não me enganam. Agora que tal se formos todo mundo tomar um banho e lavar o rosto pra tirar o grude e depois ir jantar, hein?!

— Mãe, você está tratando a gente igual uma criança. — Malu diz mostrando indignação na voz.

— É como se comportaram hoje meu amor. — dou um beijo na cabeça dela.

— Mas tá tudo bem. Você mesmo dizia que é bom ser criança de vez em quando. — Soraya rebate.

— É maravilhoso! Um dia faço isso com vocês. Agora vão, principalmente Maria Luísa porque já está na hora da senhorita dormir e a dona Soraya não comeu direito o dia todo pelo que eu pude perceber.

— A gente pediu uma pizza, espero que não se importe. — Soraya me pede. Aceno com a cabeça em concordância e ambas saem do quarto seguindo cada uma para seu banheiro para a higiene pessoal. Enquanto elas tomam banho, recebo a pizza e preparo a mesa, todas comem e depois seguimos cada uma para o seu quarto para dormir.

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Boa noiteeee!!
Contem aqui pra tia, estão gostando da fanfic? O que vocês gostariam que acontecesse na história?? Sugestões sempre abertas, mandem a vontade.

Sei que o capítulo de hoje pode ter parecido chato e muito sem noção, mas fará sentido mais pra frente kkkkk. Boa noite e durmam bem!!

Um cheiro.
terra616

Amores Ocultos - Simone e SorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora