Capítulo 17

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SORAYA

Eu já tinha ficado por algumas horas ali sozinha graças a presença de Simone, nada estava me parecendo mais atraente do que uma conversa com alguém que seria mais amigável comigo. Aproveitei que Simone tinha acabado de sair e me sentei a mesa com Kajuru um senador, meu amigo, muito gente boa ao contrário de Simone. É claro que conversamos por um tempo até que todos aqueles Senadores chatos terminassem de falar sobre os seus feitos do seu mandato anterior (digamos que esse era um almoço comemorativo aos Senadores reeleitos que eu tive o desprazer de participar) e então fomos comer e terminar uma conversa.

Estava indo tudo muito bem até que Kajuru resolveu se meter na minha vida questionando sobre os motivos da minha raiva com a Simone.

- qual é, Soraya?! Fala.

- por que quer saber? Simone é insignificante pra mim agora. Tinha uma admiração muito grande nela por causa da época de faculdade, mas agora, ela só me decepciona. No que isso importa pra você? - estico as mãos em direção a mesa segurando um copo com ambas as mãos fixando os olhos nele.

- Não fale que ela é insignificante para você, Soraya. Eu vejo como você olha pra ela querendo se aproximar, então para de ser orgulhosa. É um conselho que eu estou te dando como seu amigo.

- Que conselho você pode dar Kajuru? Se eu te conto, você vai me jogar na fogueira. São coisas que eu fiz e que não me orgulho e muito menos meus pais se orgulhariam se estivesem aqui.

- Seja lá qual foi a coisa que você fez, foi tão grave assim? - qiestionou abruptamente. Pude ver a surpresa no olhar dele.

- Pois é. - esfrego os polegares no copo fazendo movimento de vai e vem sem tirar os olhos do lugar.

- Soraya, eu nunca te julgaria.

- Como você sabe? Se você soubesse o quão grave é isso...

- Matou alguém?

- O que? Você é doido? - me viro de uma vez transparecendo uma expressão confusa e inacreditada.

- É a única coisa que me vem à mente quando você diz que é algo muito grave e que seus pais não se orgulharia.

- Ah, esquece, por favor. Podemos só comer? Ainda não entendi qual seu interesse comigo. - coloco uma colherada de comida na boca.

- São os melhores filhinha.

- Queria poder desabafar, mas não é o momento. - suspiro. - Acho que já vou ir embora, não dormi bem de noite e estou mais cansada do que com fome. Tchau Kajuru.

- Se precisar, eu estou aqui. Tchau, criança. - disse com um sorriso gentil nos lábios.

..

Abri a porta e vagarosamente caminhei até a varanda onde sabia que Carlos estaria sentado como todas as tardes fazendo alguma meditação e me sentei ao lado dele em silêncio e esperei que ele me notasse.

- Oi meu anjo. Chegou rápido.

- O almoço não ocorreu tão bem assim como planejado.

- por que?

- bem, a Simone estava lá e ela foi falar comigo e é óbvio que eu fiz a difícil, mas eu queria ter agido diferente. Tá me machucando.

- Espera um pouquinho, já volto. - sai e volta o mais rápido possível.

- Enquanto você não estava aqui, alguém te mandou isso. - lhe entrega um buquê com rosas vermelhas e uma carta;

"Oi, Soraya. Estava muito linda hoje. Espero que goste das rosas vermelhas, são minhas preferidas"

Amores Ocultos - Simone e SorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora