Capítulo 6 - Parte I

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SIMONE

Eram quase 8 horas da manhã. Eu estava sentada a beira da mesa tomando o meu desjejum. Devíamos estar no Senado a uma hora atrás, mas Soraya ainda dormia e não quis acordá-la então decidi que tiraríamos o restante daquela semana de folga. Avisei as nossas assessoras e me sentei a beira da mesa aguardando Soraya, quando já estava no último gole da minha vitamina de morango, Soraya apareceu na porta da cozinha um pouco descabelada e com os olhos inchados segurando Deusdete nos braços.

— Bom dia. — me disse tímida.

— Bom dia. Como foi a noite? — pergunto devolvendo o copo já vazio a mesa.

— Pensativa. — sorri sem graça.

— Vem, se senta comigo. Coma alguma coisa porque ontem a vossa excelência só comeu umas bolachinhas sem graça. Depois de comer pode tomar um banho se quiser.

Soraya sorriu e se sentou ao meu lado, olhou uma laranja que estava no cesto de frutas em cima da mesa do café da manhã e pediu

—  Eu posso tomar um suco de laranja?

— Claro, vou pegar pra você. —me levantei e fui até a geladeira, peguei a jarra de suco e voltei rápido para a cozinha. A depositei em cima da mesa e me sentei novamente. — Já tinha deixado pronto. — sorrio pra ela.

— Você é demais, Simone! — ela coloca o suco em um copo e começa a tomar até aparentemente se assustar com algo e olhar no relógio em seu pulso. — puta merda Simone, já são quase 8h20. — coloca Deusdete no chão e se levanta apressada.

— Eu sei, se acalme. Já falei com as nossas assessoras e vamos tirar o restante dessa semana de folga. — pisco para ela.

Soraya se senta novamente e em silêncio continua tomando o restante do suco que sobrara no copo. Fico a observando por algum tempo até obter coragem o suficiente para fazer a pergunta.
— Soraya? — ela fita o olhar em mim. - Você conversou com o seu marido ontem depois que eu saí do quarto?

— Eu... eu deixei pra outro dia. Eu não sei como conversar com ele, como me explicar, o que dizer e eu sequer abri aquela mensagem que ele me enviou ontem. —suspira.

— Soraya...

— Eu juro que farei Simone, mas agora eu realmente não sei como fazer.

— Só toma cuidado para não demorar muito e tudo acabar da pior forma. — Me levanto e vou para o banheiro para tomar um banho e me refrescar do calor infernal enquanto Soraya fica sentada ali. Não entendo como poderia estar tão quente se ainda não era nem 9h.

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SORAYA

Aproveito que Simone saiu um pouco e caminho até a sala. Me sento no sofá e fico conversando com Deusdete que apesar de ser uma cachorrinha, era minha melhor amiga e cãopanheira.

— Você viu Deusdete o que a tia Simone falou? O que você acha sobre? — digo ajeitando a pequena yorkshire no meu colo e fazendo um carinho na sua cabeça.

Deusdete dá duas latidas como se estivesse me respondendo.

— Eu sei Deusdete, tem razão. Vou resolver isso o mais rápido possível, mamãe promete.

Deusdete late mais uma vez e se levanta ficando em pé no meu colo e deitando em meu ombro. Aproveito para fazer mais carinho nela e encher de beijinho. Adoro esses momentos com ela. Fiz muito carinho e brinquei muito com ela até Simone aparecer de volta na sala toda arrumada e o cabelo escovado.

— Vou precisar sair um pouco, pode ficar a vontade. Se quiser tomar banho, deixei uma roupa pra você em cima da sua cama, uma escova de dentes e um pente novos já que ontem quando viemos não vi você trazer nada além da Deusdete. Se quiser carregar o seu celular, pode usar o meu carregador, também está em cima da sua cama. Até mais tarde meninas. — ela faz um carinho em Deusdete e sai.

— Sozinhas de novo, Deusdete. — suspiro. — Bem, acho que vou deixar você aqui e irei tomar um banho. Mamãe volta logo tá bom? — Arrumo a cachorrinha em cima de algumas almofadas no sofá e vou para o banheiro, começo a me despir e logo após entro no chuveiro. Tomo um banho demorado, lavo os cabelos e volto para o quarto vestida com um roupão que encontrei por ali. Me aproximo da cama pego a roupa que Simone tinha me deixado, um short curto jeans e uma blusa branca básica de alcinha, me visto, penteio meus cabelos e volto para a sala. Me sento no sofá e deusdete pula no meu colo, pego meu celular, respiro fundo e ligo para Carlos aproveitando que eu estava com coragem.

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Ligação on

Carlos:  — Bom dia, Soraya? Tá tudo bem? Aconteceu algo? — fala aparentemente preocupado.

Soraya: — não, eu estou bem. Por que a pergunta? — questiono curiosa.

Carlos: — porque você sequer tem me ligado ultimamente e nem as mensagens que eu te mando você tem visto.

Soraya: — Eu estava pensando sobre isso e cheguei a conclusão de que não é assim que eu quero as coisas. Precisamos conversar e nos resolver. - suspiro.

Carlos: — Sinceramente? Não estou a fim de resolver. Quero me divorciar.

Soraya: — Mas... ma...

Carlos: — cansei do jeito que me trata, cansei do jeito que age, cansei de tentar agradar você e a única coisa que recebo em troca é um monte de xingamento. Tudo bem que eu sei daquela nossa condição, mas o que custava tentar ser legal, gentil? Você é egoísta e só pensa em você mesmo então que você se exploda também. Se você não se importa comigo, sua vida pública e imagem política pessoal também não me importa. — diz nervoso usando tom de deboche e sendo irônico. — era só mais um pouquinho de esforço, sabe?! — ri debochando. — não, você não sabe porque você não fez. Passar bem Soraya.

Soraya: — Mas Carlos... eu...

Carlos: — E nem é por ligação que se resolve essas coisas, Soraya. Você é extremamente insensata. — diz deixando ainda mais claro o seu ódio.

Soraya — Eu só... eu só queria...

Carlos: — Volto semana que vem pra pegar minhas coisas e ir embora. Tenha um bom dia, Soraya. — desliga o telefone antes mesmo que soraya possa dar uma resposta.

Ligação off

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Joguei o celular em cima do sofá, agarrei Deusdete e apertei o máximo que podia. Eu estava em um misto de tristeza e ódio então comecei a me derramar em lágrimas encolhida no sofá. Ouvi um barulho de porta se abrindo e fui verificar olhando pelo canto, vi se tratar de Simone. Ela carregava algumas sacolas nas mãos, as deixou em cima damesa da cozinha e veio para sala onde eu estava.

— Demorei Soraya? — ela pergunta sorrindo se aproximando de mim, mas muda a expressão logo em seguida ao me ver. — Você vai matar a Deusdete, não precisa apertar tanto. — toma ela dos meus braços e a coloca no chão.

— Me deixa, Simone! — gritei.

— O que está acontecendo? Por que você está assim? — se senta ao meu lado passando a mão pelos seus cabelos.

— Eu falei com Carlos.

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Boa tarde amores!!
Espero que estejam bem. Estão gostando dos capítulos? Continuem votando e comentando e fiquem a vontade para mandar sugestões também, serão sempre bem vindas.

Aproveito pra perguntar... vocês preferem capítulos mais longos ou capítulos mais curtos? Respondam aí e aproveitem muito a leitura.

Bj, das autoras.
terra616

Amores Ocultos - Simone e SorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora