MALU
"Aff, finalmente terminei de ler esse livro. Quem aguenta? Só li porque é quase obrigatório para passar naquela porcaria de vestibular idiota. Se eu reprovar, mamãe me mata" — penso.
Fecho o livro e o jogo em cima do sofá com desprezo, mas muito agradecida por finalmente ter terminado o livro de quase 450 páginas.
" Sou muito guerreira, ler isso não é pra todos viu?!" — continuo nos pensamentos.
— MARIA CLARAAAA! — Grito. — Você sabe onde está aquela minha blusa vermelha de estrelas brancas?
— Deixei na casa do papai. — dá de ombros.
— Sua peste endemoniada. Você vai buscar depois. — pego o celular e começo a digitar algum número, coloco no ouvido e espero ser atendida.
..
SORAYA
Eu continuava sentada sobre o colo de Simone ainda um pouco chorosa, mas aproveitando o momento de carinho em um lugar completamente inadequado para tais atos, mas eu poderia fazer o que? Ouço meu celular tocar jogado ali naquele chão, eu não estava pretendendo sair dali tão cedo, mas fui obrigada já que não parava de tocar. Me retorci sobre o colo de Simone e puxei o celular com a mão, vi o número salvo e atendi.
Ligação on
Soraya: — Oie Malu.
Malu: — Meu Deus, você está ofegante por que? Você estava transando? Soraya, não se atende o celular quando está transando.
Soraya: — O que? Não, eu não estava.
Malu: — Não mente pra mim tá bom?! Eu não sou burra.
Soraya: — Desculpa Malu. E eu não estava transando agora, eu só estava chorando um pouco. Enfim, o que você precisa? — passo a mão no meu rosto para limpar as lágrimas.
Malu: — Eu ia te chamar pra almoçar. Sabe né, estudando e tal, tendo que ler um livro gigante para o vestibular, mas perdi a fome agora por sua culpa.
Soraya: — Por que o nojo? Como se você não soubesse o que adultos fazem.
Malu: — Não minha mãe, Soraya! Não preciso e nem quero saber do que vocês fazem. Por que insiste em me contar sobre? Enfim, avisa pra mamãe que vamos almoçar com vocês hoje, não tô afim de comer lanche e muito menos de fazer algo pra comer. E vê se estejam vestidas quando eu chegar aí. — disse rude.
Soraya: — Mas...
Malu: — Não quero saber. Tchau, Soraya. — desliga.
Ligação off
..
— Eu acho que iremos deixar aquele passeio pra outro momento. A Malu e a Maria Clara vão vir almoçar com a gente. — deixo o celular no chão e me encosto novamente sobre o ombro de Simone.
— Podemos ir após o almoço.
— Não, as suas filhas são mais importantes que eu. Fica com elas, eu vou pra minha casa depois. Eu nem mesmo conversei com o Carlos sobre o que aconteceu com nós duas.
— Soraya, não precisa ir pra sua casa, essa também é sua casa agora. E você não é menos importante que as Marias. Eu irei sim dar uma atenção a mais pra elas às vezes, que isso fique claro, mas não significa que você é menos importante. É só que... elas são minhas filhas. — beija minha bochecha — Vamos tomar um banho?
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Amores Ocultos - Simone e Soraya
Hayran KurguUma história onde Soraya Thronicke, recém empossada Senadora da República passando por uma crise em seu casamento, se descobre presa em um amor oculto por Simone Tebet, sua colega de bancada, e ex- professora da faculdade de Direito. 🏅02/03 - #1 po...