66- No cativeiro

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Seungmin estava desnorteado. Aconteceu tudo tão de repente que ele não conseguia acompanhar os fatos. Em um minuto ele estava na porta da casa do Jeongin e no outro ele estava de volta no hospital onde ele nunca mais queria colocar os pés, e no seguinte ele estava entrando em um galpão completamente estranho cheio de celas de vidro onde tinham muitas pessoas dentro e outras pessoas vestidas em jalecos brancos.

Que lugar é esse?

Era a única pergunta que ele conseguia formular. Uma grande angústia tomava conta do seu peito e de seus pensamentos, ele só queria poder estar com seus companheiros para poder acalmá-los, ele nem imaginava o quanto os garotos poderiam estar abalados com tudo isso, muito mais que ele mesmo. Ele não estava com medo, mas estava em pânico por estar em um lugar desconhecido, tudo era estranho e a adrenalina que estava correndo em seu corpo não deixava ele se concentrar em nada.

Arrastado e jogado em uma das celas de vidro, Seungmin ainda estava atordoado com a situação, seu corpo reagia com hiperactividade e nada ficava em foco por muito tempo. Por causa disso tudo em seu organismo se reprimiu, ele era como uma casca vazia. Até que tudo ficou escuro, fazendo o reagir em alerta. Depois de uma hora na escuridão e em total silêncio, a adrenalina foi cessando do seu corpo e ele finalmente conseguiu pensar com mais clareza, ainda não entendia o que tinha acontecido, não dava para ligar os pontos e saber quem poderia ter feito algo assim consigo, mas agora com a mente menos turbulenta ele pôde reparar melhor no ambiente, mesmo estando escuro, com a sua visão lupina ele conseguia enxergar muitas coisas com clareza.

Ele viu que tinham seguranças armados andando por todos os lados, tinham muitas câmaras de segurança e tinha alarmes além das celas de vidro serem trancadas, ele não entendia o que era aquilo, não sabia onde ele estava, mas ele começou a colocar a cabeça no lugar e pensar no que ele poderia fazer. De onde ele estava nada poderia ser feito, ele estava isolado de tudo e de todos, não podia se quer persuadir alguém, mas ele não acreditava que fosse ficar assim por muito tempo, com certeza alguém viria no outro dia para examiná-lo ou para torturá-lo e talvez assim ele tivesse alguma chance de escapar desse lugar.

A noite passou bem devagar, e como esperado, Seungmin não conseguiu dormir nem por um segundo, agora que seus instintos estavam em total alerta, ele pudia pensar em tudo, observava cada coisa ao redor e começou a reparar nas outras pessoas que estavam ali também, haviam muitas outras pessoas nas celas ao lado e à frente, ele não conseguia entender porque que todo mundo estava ali, aparentemente eles não tinham nada em comum. Havia pessoas de várias idades, de várias etnias e de ambos os gêneros,  não tinha uma lógica ou uma explicação plausível para o que estava acontecendo.

E quanto mais ele pensava menos ele entendia E assim a noite se arrastou de forma lenta e dolorosa e todas as teorias que ele formava na cabeça eram derrubadas por ele mesmo, porque não fazia sentido. Até que do seu interior ele sentiu uma pontada de culpa. Ele se sentiu culpado por preocupar os namorados, ele não queria causar tanta preocupação novamente, principalmente agora que ele podia sentir de alguma forma o que eles sentiam também, e através do elo passava medo, desespero, tristeza, angústia e tudo isso o deixava ainda mais aflito não por ele mesmo mas porque estava causando dor as pessoas que ele amava.

E quando já se pensava que a noite não ia ter mais fim, uma luz fraca começa a brilhar por cima de uma janela bem distante. Seungmin deduziu que deveria ser por volta de 6 horas da manhã. Foi então que em um lampejo de consciência ele se lembrou que ainda estava com o seu celular e que ele estava carregado, mas ele não podia usá-lo ele não conhecia aquelas pessoas ele não sabia se seria tomado dele. Então discretamente ele desligou o celular e tirou a bateria para poupar a carga para quando ele precisasse, fez tudo isso por baixo do lençol para que as câmeras não vissem. 

A lenda dos sete alfasOnde histórias criam vida. Descubra agora