37- Outra dor

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Na manhã seguinte Seungmin acordou com o barulho de liquidificador ligado e com o cheirinho de bacon sendo frito. Ainda de olhos fechados ele achou que fosse Hyunjin preparando o café da manhã, mas lentamente foi  percebendo que aquela não era a cama a qual ele estava acostumado a dormir nos últimos meses, então se lembrou de onde estava e levantou em um único fôlego. Não tinha visto sua mãe chegar de viagem porque tinha dormido.

Depois de levantar e se arrumar. Seungmin foi até a cozinha onde encontrou sua mãe o esperando para tomarem café da manhã juntos. Ela olhava o filho como se o visse pela primeira vez. Ele não era nem de perto aquele garotinho que ela tinha deixado quando partiu anos atrás. Ele estava diferente, além de ter crescido muito, estava mais maduro, mais bonito, ela não o reconheceria se esbarrasse com ele na rua. Realmente tinha se passado muitos anos.

- Bom dia filho, dormiu bem?

S- Bom dia. Desculpe não estar acordado quando a senhora chegou.

- Tudo bem, Eu não avisei a hora que eu chegaria. Foi um alívio ver que você estava dormindo. Temi que você ficasse ansioso e perdesse o sono por minha causa.

Seungmin respirou fundo pensando em como conduzir a conversa dali pra frente. Ele não sabia muito bem como se portar diante de sua mãe.  A anos ele não tinha uma, então ele não sabia como tratá-la.

S- Eu perdi muitas noites de sono por sua causa. Está foi a primeira vez  que ter notícias suas não me causaram ansiedade.

A expressão suave do rosto de sua mãe foi substituída por uma expressão rígida e desconfortável.

- Você deve se achar muito injustiçado por ter sido deixado sozinho desde pequeno. Deve dizer para seus amigos que tem pais carrascos que não se importam com você. Mas não fique se vitimizando. Foram esses pais carrascos que te sustentaram até hoje.

S- É isso que a senhora pensa de mim?

- Não é isso que você fez?

S- Se eu tivesse amigos eu não perderia meu tempo falando das infelicidades que a minha vida tem. Passei anos sozinho somente existindo. Eu só gastava a minha vos quando algum professor falava comigo. Fora isso eu não tinha ninguém para conversar. Então não mãe, eu não me queixei como uma vítima de injustiça para ninguém.

- Para alguém que não conversa você tem uma língua bem afiada.

S- Deve ser a genética. Tenho sangue de dois alfas afinal.

O rosto de sua mãe ficou sério nesse momento e Seungmin ficou nervoso por dentro, ele não sabia o que esperar.

- Sobre isso. Eu preciso conversar seriamente com você sobre algumas coisas. Eu acho que está na hora de te contar e esclarecer alguns fatos importantes.

S- Eu acho isso uma boa ideia, pode começar com, por que nunca me contou que eu sou um Alfa Lupos?

A expressão espantada da mulher não deixou espaço para disfarces.

- Como você...

S- Eu quase morri alguns meses atrás e fui para no hospital. O médico fez alguns exames e confirmou que por meu pai e minha mãe serem alfas eu não podia ter outro gene que nao fosse de Alfa. Mas com a minha idade eu já deveria ter tido meu Hut a alguns anos, mas como eu nunca tive, ele faz alguns exames e confirmou que eu tenho o desenvolvimento de um Lupos. Ele disse que os pais sabem se os filhos são Lupos ou não assim que eles nascem. Então por que me deixou tão despreparado pra isso se a senhora já sabia?

- Eu não te deixei despreparado. Você não precisava saber até chegar a hora do eu cio. Não ia interferir em nada na sua vida.

S- Não mesmo? Acha que as pessoas me confundindo com um beta por eu não ter hormônios depois dos 14 anos não ia interferir em nada? Acha que outros alfas não iam me assediar? Acha que eu não ia entrar em conflito? Chegou mesmo a pensar em mim alguma vez?

A lenda dos sete alfasOnde histórias criam vida. Descubra agora