Capítulo 7

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Exausta. Era assim que Freen se sentia; Saint havia abusado de seu poder e feito ela trabalhar muito mais do que o normal, incluindo ter que buscar café do outro lado do hospital para ele várias vezes.

Ela sabia que isso aconteceria, pois ele não estava lidando muito bem com o fato de ela, ainda não estando formada, pegar um caso tão raro e importante quanto o de Becky. A garota era um milagre da medicina e, apesar do pouco tempo que estava acordada, seu nome já se destacava nas principals manchetes por todo o país.

Juntamente com seu nome, se destacava o nome de todos os médicos e envolvidos no tratamento, obviamente o sobrenome Sarocha ficaria conhecido dentre o cenário da saúde e, certamente, Saint gostaria de seu nome estar junto.

Freen fez o favor de deixar o homem ainda naquela lista, não por ele obviamente, senão por Becky, mas o homem não parecia satisfeito com isso, afinal tantos anos de carreira não serviram para tirá-lo do cargo de auxiliar em uma manchete importante, ele se sentia humilhado provavelmente.

A mulher tomou um banho rápido no próprio hospital e se dirigiu ao quarto de Becky. Pohn a recebeu com a mesma gentileza de sempre e disse que já havia deixado na recepção a autorização para ela passar a noite com Becky, explicou também que sobre a mesinha havia seu número anotado em um papel. Freen o anotou em seu celular por garantia, ela era desastrada havia tempo suficiente para saber que um pedaço de papel poderia ser facilmente destruido de várias formas.

Rebecca não queria que sua mãe fosse, mas quando Freen explicou que Pohn precisava dormir em uma cama confortável e comer algo saudável Becky acabou por concordar com ela.

— Hey, Becky, minha irmã tem algumas bonecas em minha casa. Ela não mora aqui, mas às vezes vem me visitar. Gostaria que eu trouxesse para brincarmos? - Becky fez uma careta e negou.

— Eu não gosto de bonecas. - Freen riu e assentiu.

— Para ser sincera eu também nunca gostei. - Becky assentiu sem sequer olhar para Freen. —Hey, o que você tem?

— Nada. - ela disse baixando seus olhos para suas mãos.

— E o que está gerando essa carinha triste, então? - Becky comecou a piscar rápido demais para Camila considerar algo normal. —Rebecca, você está bem? - os olhos não pararam de piscar, tendo Becky os pressionando fortemente no momento seguinte e então Freen segurou sua mão. — Eu vou chamar um médico, espere.

— P'Freen. - a mais nova disse, segurando sua mão apressadamente, fazendo a menor lhe fitar novamente — Não!

— Então respire. Tudo bem? Sente alguma dor? Algo fora do comum? - Freen perguntou, subindo na cama e embalando Becky em seus braços.

Ela negou lentamente, começando a parar de piscar tão rápido. Sarocha ficou acariciando suas costas até a garota voltar ao normal.

— Desculpe. - Becky pediu baixinho, afundando seu rosto na curva do pescoco de Freen.

— Não tem por que se desculpar, anjinho. - a fisioterapeuta disse calmamente. — Eu vou precisar comunicar o médico sobre isso, de qualquer forma, tudo bem para você?

— Não, por favor. - Becky pediu, começando um choro baixinho. — Não me deixa sozinha.

— Shhh, tudo bem. Não vou sair do seu lado. Esperarei alguma enfermeira vir para a ronda noturna então, mas se algo mais estranho acontecer eu precisarei ir, tudo bem? - a menor assentiu, virando seu rosto na direção de Freen, prestando atenção em cada detalhe.

— Eu não sou normal? - a garota perguntou subitamente, fazendo Freen olhar na direção de seu próprio ombro, que era onde o rosto de
Becky estava.

— Por que está me perguntando isso? - Rebecca enrubesceu e Freen notou os olhos voltarem a piscar muito rápido, deixando a sensação de preocupação inundar seu ser novamente.

Freen decidiu se virar e apertar o botão ao lado da cama, que era usado somente para urgências. Depois se desculparia por isso, mas precisava de alguém ali.

— O moço da TV falou de vida amorosa, que era normal na minha idade, mas eu... - os olhos não paravam de piscar e Freen começou a balançar lentamente as duas, como se estivesse ninando a garota. — Eu não sou normal? - a voz saiu baixa e triste.

Freen não pôde responder àquela pergunta, pois o quarto fora invadido por toda uma equipe de médicos, com equipamentos prontos para uso. Ela sorriu sem graça e desceu da cama.

— Então, eu precisava de alguém aqui. - Freen começou sua explicação, um pouco envergonhada. — Mas eu não podia sair do quarto então eu... oh, céus, sinto muito. - ela disse enrubescendo. Algumas pessoas reviraram os olhos e sairam, mas um médico ficou.

— Pois não? - ele perguntou gentilmente.

— Estávamos conversando e, de repente, ela começou a piscar muito rápido e às vezes pressionava os olhos fortemente. Eu fiquei preocupada, isso não é normal. - Freen disse.

— Era para tentar parar. - Becky disse e então o médico se aproximou da cama.

— Tentar para o quê? - o doutor perguntou, acendendo sua pequena - ligou uma lanterna nos olhos da garota. — Siga meu dedo com os olhos. - ele pediu e Lauren o fez.

— De piscar. - Becky replicou. — Eu apertei os olhos fortemente para tentar parar de piscar.

— Sentiu algo? Tontura, dor, mal-estar? Algo diferente? - Becky pareceu pensar e logo assentiu.

— As minhas bochechas arderam. - o médico assentiu, olhando para Freen.

— Sobre o que falavam?

— Freeeen, não! - Becky pediu com veemência, enrubescendo; seus olhos começaram a repetir o mesmo de alguns minutos antes ao piscarem rapidamente. Ela apertou fortemente eles e negou com a cabeça. — Não param! Argh! - disse ela.

— Vou levá-la para uma ressonância e precisarei que você toque neste mesmo assunto com ela quando estivermos lá. - ele disse, fazendo Freen assentir.

— Devo ligar para a mãe dela? - Freen perguntou aflita, cruzando os bracos. O doutor apenas sorriu e negou.

— Se for o que eu estou pensando então não tem com o que se preocupar. - ele disse calmamente. — Vamos fazer a ressonância, hm? Depois disso se o resultado for algo negativo você chama a mãe dela. mas eu acredito que não será necessário. - ela assentiu, vendo o homem acariciar seu braço sem malícia, apenas a confortando.

— Hey, princesa... - Freen a chamou assim que o médico saiu, se debrucando sobre a cama. — Vamos fazer um exame rápido em você, tudo bem? Eu vou estar lá com você

— Vai doer? - Becky perguntou assustada.

— Não. O médico só vai tirar uma foto do seu cérebro. - ela disse, sentindo os dedos de Becky se entrelaçarem nos seus.

— Igual o moço da TV7 - perguntou curiosamente e Freen negou com a
cabeça.

— De jeito nenhum. O moco da TV é um homem bobo. Não quero que pense que você tem algum problema ou que é anormal, tudo bem?

— Mas eu não sou igual a maioria da minha idade. Eu deveria ser. - ela disse, sentindo Freen acariciar seu rosto.

— Vou contar um segredo. - ela disse baixinho. — Ninguém é igual ninguém. Não quero que se sinta triste com o que ele disse, tudo bem?

— Você promete que não liga? - Freen sorriu e assentiu.

— De dedinho. - Freen respondeu, entrelaçando seu dedo mindinho com o de Becky.

— Então eu deixo o médico tirar foto do meu cérebro. - Becky disse sorrindo, fazendo Freen sorrir também, porém internamente ela sentia um medo avassalador.

Mesmo com o médico achando não ser algo preocupante, Freen só se acalmaria quando soubesse do que se tratava aquele piscar de olhos.

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Acho esse capítulo tão fofinho querids.

Beijos😽.

deem a ⭐️ no capítulo ok divos.

Em Um Piscar de Olhos (FreenBecky)Onde histórias criam vida. Descubra agora