Capítulo 28

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— Pizza chegou. - Freen disse animada assim que pagou o entregador e deixou o troco como gorjeta. Ela voltou correndo para o sofá e se enfiou debaixo das cobertas com Becky, enquanto todos gritaram empolgados.

Estavam reunidos na sala para beberem, menos Becky e Freen, que não beberia tendo a mais nova ali com ela. Nita e Nop, além de beberem, haviam saído para fora da casa mais cedo e fumaram um baseado, quando voltaram foi visível o uso da droga, pois estavam rindo a toa. Kirk estava com sua cerveja junto de Tee e Yuki, já Freen e Becky tinham seus refrigerantes.

— Sempre que eu bebo assim dá vontade de dar uma gozada. - Kirk falou, recebendo uma almofada em sua cara vinda de Freen.

— Já mandei controlar essa tua boca imunda. Becky está aqui. - Freen impôs, verdadeiramente irritada com o garoto.

— Desculpe, eu esqueço que ela ainda não sabe o que é um tchuneves. Na hora que fizer vai adorar.

— P'Freen, o que é...

— Já conversamos sobre isso, Bec. - Freen disse gentilmente e Becky assentiu. — Tudo que sair da boca do Kirk não tem utilidade pública, então não se incomode em perguntar.

— Mas eu ia perguntar sobre gozada e não sobre tchuneves. - até Tee riu diante do constrangimento aparente de Freen.

— Becky, lembra da história do xixi com a massagem da Mila? - Tee perguntou, afinal Freen havia lhe contado.

— Tee, não! - Freen exigiu.

— Ela precisa saber, Freen. - Yuki disse, vendo o terror dominar o rosto da garota.

— Outra hora ela saberá. Não aqui. A mãe dela vai achar que eu...

— Lembro. - Becky a cortou.

— Então, se ela te massageasse mais você teria gozado e não urinado.

— Tee! - Freen gritou.

— Oh. Então isso de gozar é o mesmo que um orgasmo? - Becky perguntou e Freen abriu a boca pasma.

— Vo-você sabe o que é um orgasmo? - sussurrou a última palavra.

— Sim, a Ollie me explicou. - disse naturalmente, enquanto Freen piscava demoradamente, tratando de assimilar a situação.

— Huh, eu não esperava por isso. - Freen disse e Tee caiu na risada.

— Eu só não entendo por que você fica tão constrangida de falar disso comigo. - Becky disse se virando para Freen. — Não é normal isso nos seres humanos? Igual fazer cocô?

— Eu gosto dessa mina. - Nop disse rindo.

— Freen é bastante tímida. - Nita disse, se sentando ao lado de Freen no sofá e colocando uma mão sobre a coxa da menina. Os olhos castanhos acompanharam o movimento.

— Você também é amiga da Freen? - perguntou, notando que não havia sido apresentada a ela ainda.

— Uma colega. - a garota disse. — Ela não aceita namorar comigo, então ficamos nisso. - disse rindo, sem saber algo sobre o envolvimento das duas morenas que também ocupavam o sofá.

— Namorar? - Becky perguntou. — De beijar na boca? - perguntou e olhou para Kirk, lembrando da conversa que teve com o rapaz.

— Sim e de ter orgasmos e Freen precisa de um, aposto que um dia ela vai ceder. - Freen retirou a mão da garota da perna dela e a olhou furiosamente.

— Será que ninguém aqui respeita o fato de Becky não precisar ouvir esse assunto tão abertamente? - Freen se exaltou.

— Ela precisa aprender, Freen. - Nita disse.

— Sim, claro que precisa, mas ela pode aprender tudo isso a base de expressões respeitosas e não da forma como insinuam isso tudo. - apontou os fatos.

— Você gosta da Freen como namorada? - Becky sequer havia reparado no pequeno surto de Freen, sua cabeça ainda trabalhava naquele preciso tema.

— Sim. - Nita disse rindo. — E sei que no fundinho ela deve gostar de mim também.

— Oh! - Becky disse, sentindo seu estômago se revolver de um jeito estranho. A tristeza, de repente, invadiu seu corpo, fazendo-a se calar e murchar no sofá.

— Não ligue para ela. - Freen sussurrou no seu ouvido quando percebeu que, após duas longas cervejas de Kirk, Becky não havia proferido uma única palavra.

— Você gosta dela como namorada? - Becky sussurrou no ouvido de Freen, vendo a menor se virar para ela e passar um braço por sua cintura,  plantando um beijo suave em seu pescoço, somente isso foi necessário para desarmar Becky por completo.

— Não. - Freen sussurrou, dando outro beijo delicado no lóbulo de sua orelha. Ela teria mordiscando, mas se lembrou que não deveria ir tão rápido; que não deveria provocar. — Como namorada eu gosto só de você. - aquilo não deveria ter arrepiado todos os pelos do corpo de Becky, mas, por alguma razão desconhecida por ela, arrepiou.

— Você gosta de mim como namorada? - Becky perguntou baixinho, sentindo seu estômago se revolver e seu coração flutuar.

— U-hum. - Freen disse em meio a um sorriso.

— Chamcham? - Becky chamou, mordendo seu lábio inferior.

— Hm?

— Eu vou te beijar aqui. Eu posso mesmo? - Becky perguntou temerosa, mas suspirou aliviada quando foi Freen quem se inclinou e colou seus lábios em um beijo terno, sem se importar com a presença de ninguém. Ela sabia que Becky estava um pouco insegura em relação a elas, então deixaria claro que, sim, ela poderia beijar Freen quando quisesse.

— Eu só não vou poder te beijar no meu trabalho, Becbec. Fora lá, posso te beijar onde quiser. - Freen disse assim que separaram as bocas.

Todos mantinham sorrisinhos no rosto, exceto Nita, mas ela era um caso a parte.

— Freen, se eu gosto de você como namorada e você gosta de mim como namorada, então a gente é namorada? - Freen mordeu seu lábio inferior duvidosa.

— Eu prefiro conversar com a sua mãe prim...

— Freen, eu que beijo a sua boca, não é a mamãe. - Becky disse cruzando os braços emburrada e Freen riu.

— Quer tanto namorar comigo assim? --
Freen brincou e Becky franziu o cenho.

— Para ser sincera eu não sei bem a diferença. - confessou baixinho e Freen sorriu.

— Quando duas pessoas namoram elas não beijam a boca de outras pessoas. Elas assumem um compromisso, um de que querem estar juntas. Há pessoas que quebram esse compromisso e beijam outras pessoas.

— É como se fosse uma promessa de dedinho? - Becky questionou e Freen sorriu assentindo.

— Sim, tão valiosa quanto.

— Então você quer ser a minha mais fiel promessa de dedinho? - Becky perguntou e Freen abriu a boca surpresa.

— Bem... - o dedo mindinho de Becky se esticou em sua frente e Freen o olhou. — É claro que sim. - Freen disse, entrelaçando seus dedos.

— Mas essa promessa de dedinho vem acompanhada de um beijinho, está bem? - Freen riu graciosamente, assentindo e se inclinando.

— Está mais do que bem. - Freen concluiu, colando seus lábios nos que tanto amava.

Em Um Piscar de Olhos (FreenBecky)Onde histórias criam vida. Descubra agora