— Posso, huh, entrar? - Becky perguntou fitando seus próprios pés e Freen estranhou aquela ação.
— Claro. Entre! - Freen disse, dando espaço para Becky passar.
— Me desculpa, amor? - Becky pediu baixinho, com a voz carregada de dor e Freen olhou para Kirk, quem assistia tudo preocupado.
- Amigo, vou conversar com ela lá em cima tudo bem? - Freen avisou, entrelaçando seus dedos com os de Becky antes de ver seu amigo acenar positivamente com a cabeça. — Vem cá, amor... - Freen chamou, subindo as escadas com Becky em seu encalço.
Elas entraram no quarto e Freen mal teve tempo de fechar a porta, pois Becky se jogou em seus braços, enterrando a cabeça em seu pescoço.
— Hey, o que houve, vida? - Freen perguntou, levando uma mão até o cabelo de Becky e acariciando.
— Ela não é minha amiga. Você tinha razão. - Becky disse, apertando ainda mais forte os braços ao redor de Freen.
— Por que diz isso? - Freen indagou.
- Ela me beijou. Freen desculpa. Eu quebrei nos a promessa de dedinho. Eu sou horrível. - Freen sentiu seu peito se comprimir e sentiu uma mistura de dor e desespero, porém tratou de manter a calma.
— Você... você retribuiu? - Freen perguntou, prendendo a respiração.
Não sabia que poderia sentir tanto medo de uma resposta até aquele dia, mas precisava perguntar.
— Não. Eu empurrei ela. - Becky disse e Freen soltou o ar de seus pulmões. — Por favor, por favor, me desculpa? Eu fui uma boba.
— Você tem não culpa da maldade que há no coração dos outros, amor. - Freen disse, depositando um beijo na testa de Becky. — Você não descumpriu nossa promessa, teria descumprido se você tivesse beijado ela de volta.
— Eu deveria ter te ouvido quando disse que ela me olhava diferente. - Becky disse e Freen puxou Becky, sem sair do abraço delas, até a cama, colocando Becky para se sentar sobre seu colo. — Eu prometo nunca mais ter amigas para não correr o risco de quebrar nossa promessa. - Freen riu e negou com a cabeça.
— Não quero que não tenha amigas. - Freen disse. — Eu ficaria muito triste se fizesse isso, na verdade. - Freen falou e Becky a abraçou forte, sentindo Freen depositar um beijo em sua clavícula.
— Eu fui boba.
— Vou te contar uma história, real dessa vez. - Freen disse e Becky a fitou esperando para ouví-la. — Às vezes a gente cresce quebrando a cara. Eu já quebrei muito a minha e vou continuar quebrando. Você também. — Freen disse. - Você é ingênua em muita coisa e ainda tem muita coisa para desenvolver, foram muitos anos em coma. - Freen removeu o cabelo do rosto de Becky antes de prosseguir. — Essa é a primeira vez que você se magoa com alguém. Sabe essa dorzinha que está fazendo suas florzinhas morrerem?
— Como sabe que está doendo? - Becky perguntou.
— Porque todos passamos por isso. A gente se ofende por termos sido idiotas ao ponto de acreditar em alguém, mas a verdade é que idiota foi a pessoa que nos magoou.
— Jura?
— Sim. - Freen disse. — E com o tempo a gente vai perdendo a ingenuidade e ficamos mais espertos em algumas coisas, porque infelizmente é comum da natureza humana errar e, bem, nós nos adaptamos. Sabe a Sandy? Ela não vai ser a última pessoa a te magoar, mas cada dorzinha dessa nos ensina algo. Só quero que me prometa algo.
— O quê? - Becky perguntou suspirando.
— Nunca se sinta alguém ruim, alguém boba por ter dado sua confiança a alguém. Isso só mostra o quão puro seu coração ainda é. - Becky esboçou um princípio de sorriso ao ouvir aquilo. — Nem se acontecer muitas e muitas vezes. Há corações que mesmo apanhando preferem acreditar que alguém nesse mundo pode ser melhor.
— Como você. - Becky disse, encostando sua testa na de Freen. — Você é o que os contos de amor narram, amor. Você existe aqui na vida real e é o meu amor.
— E você é o meu. - Freen disse, sentindo os lábios de Becky esbarrarem sutilmente sobre os seus.
— Eu te amo muito. - Becky disse.
— Também te amo. Agora me conte o que aconteceu lá. - Freen pediu e Becky assentiu.
— No primeiro dia ela só me ofereceu vinho e pela insistência eu acabei aceitando uma taça. Ela bebeu muito e eu iria voltar andando porque eu não tinha levado dinheiro e meu celular tinha descarregado. - Becky disse e Freen assentiu. — O telefone dela estava quebrado, de acordo com ela, então não deu para chamar você ou a minha mãe. Ela queria me trazer, mas não deixei porque ela tinha bebido, aí ela pagou meu táxi.
— Hm. - Freen disse em um murmúrio para Becky dar continuidade.
— E hoje ela começou a fumar maconha e me ofereceu. Disse que eu ficaria com tesão e você iria gostar disso. Eu fiquei confusa, mas aí lembrei que você disse que gosta de mim do jeitinho que eu sou, então eu vi que não precisava daquilo e disse não.
— Ela aceitou sua decisão?
— Não. Insistiu mais e mais e eu quis vir embora, mas ela pediu desculpas e começou a falar dos livros. - Becky disse. — Quando ela já estava bem chapada ela acabou confessando que foi afastada do serviço por ser viciada em bebida e em drogas.
— Não acredito que te deixei com essa mulher. - Freen exclamou irritada.
— Aí ela começou a cheirar e eu saí de lá, dando um tchau e dizendo que tinha que sair com minha mãe. Ela correu atrás de mim e me beijou, aí empurrei ela e liguei para a minha mãe, mas menti que era para a polícia e ela pediu desculpas e entrou.
— E sua mãe trouxe você aqui. - Freen deduziu e Becky assentiu.
— Sua folga e a idiota aqui foi passar com outra pessoa. - Becky disse chateada consigo mesma.
— Hey, o que eu disse sobre não falar assim de você?
— Mas isso não foi porque ela foi uma idiota. - Becky retrucou. — Foi porque o fato de ela ter sido uma idiota me abriu os olhos, eu também fui, mas com você.
— Já está perdoada e sabe de uma coisa? - Freen disse e Becky negou com a cabeça. — Ainda é minha folga e podemos passar abraçadinhas assistindo séries. Que tal?
— Deus está me recompensando por todos os anos que fiquei em coma, juro! - Becky disse, distribuindo beijos por todo o rosto de Freen. — Nunca mais trocarei de passar sua folga com você, por nada nessa vida. - Freen riu pelo jeito eufórico de Becky e a fitou.
— Acho bom mesmo. - Freen disse semicerrando os olhos antes de se inclinar e encaixar seus lábios com os de Becky em um beijo um pouco mais apaixonado.
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Oi gostosos e gostosas e gostoses, saudades de vocês, viu?
Olha, eu leio todos os comentários, não respondo pq tenho vergonha KKKKK mas leio.A fic já tá perto de acabar, então aproveitem, vou tentar postar o que resta o quanto antes ok? só não vai mais ter capítulo hoje pq preciso dormir <3.
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Em Um Piscar de Olhos (FreenBecky)
RomansaRebbeca Armstrong tinha apenas seis anos quando seus pais decidiram tirar as tão famosas férias em família. Iriam para a Tailândia, porém, o destino lhes foi cruel, causando o choque de um caminhão desgovernado contra o carro onde estavam durante o...