Capítulo 26

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— P'Freen, tadinha da fera. - Becky disse, se virando no sofá para ficar de frente com Freen e se enroscando ainda mais no corpo quente da menina. Apesar do aquecedor e da lareira acesa, o dia estava bastante frio.

— Por que se virou? - Freen perguntou, olhando para Becky. Ela estava no canto do sofá e Becky na ponta, ambas deitadas com as pernas esticadas.

— Porque eu não gosto de ver eles xingando a fera só pela aparência dela. - Becky disse e Freen sorriu.

— Eu fico feliz que você tenha esse conceito na sua mente. - Freen disse, puxando a coberta mais para cima. Sua mão tocou, respeitosamente, a cintura de Becky, apenas por conforto e comodidade, afinal não tinha onde apoiar sua mão.

— Será que a Bela vai proteger a Fera?

— Eu não vou te contar, você precisa assistir o filme, mocinha. - Freen disse rindo.

— É que eu também virei porque eu gosto de olhar para você. - Becky disse e a mais velha suspirou.

— Às vezes parece que a experiente daqui é você. - Freen falou rindo e Becky ergueu o rosto, olhando meticulosamente para as orbes castanhas.

— Chamcham, eu posso te fazer uma pergunta? - Becky indagou e Freen assentiu curiosamente.

— Quantas você quiser. - respondeu docemente.

— Você não gostou, digo, não gosta quando eu te beijo aqui? - perguntou, levando seu indicador até os lábios de Freen, causando a petrificação da menor.

— Não é isso. - Freen se limitou a dizer, sendo completamente sincera.

— Então você gosta? - Becky perguntou confusa pela resposta de Freen e a menor suspirou.

— Gosto. - confessou.

— Então por que você sempre foge? - Becky perguntou novamente, se ajeitando mais em seu lugar.

— Você está passando por muita coisa agora. - Freen disse. — Eu não quero parecer apressada ou desrespeitosa, não quero que você faça algo por curiosidade e lá na frente veja que era apenas confusão.

— Mas eu gostei, P'Freen. - Becky disse, acariciando o rosto de Freen como se fosse uma obra de arte. — Eu gosto muito de ficar perto de você; mais do que da professora e mais do que da psiquiatra; mais do que da Ollie e mais do que ver todos os filmes de princesa do mundo todo. - foi inevitável um sorriso bobo nascer nos lábios de Freen.

— Eu também gosto de ficar perto de você, Bec. Tanto que eu passo aqui todos os dias desde que você veio para cá mês passado.

— Isso significa que eu posso te dar mais beijos aqui? - e seu dedo indicador voltou a desenhar o contorno dos lábios de Freen com total suavidade.

— Você quer? - Freen perguntou, meio incerta se deveria ter perguntado isso.

Ao invés de uma resposta em palavras, Becky se inclinou e se moveu para cima, para ficar à altura de Freen, logo beijou seu rosto demoradamente. Freen iria dizer algo, contudo, Becky afastou os lábios de seu rosto e deixou outro beijo, dessa vez, na ponta do nariz dela.

Sarocha conteve a súbita vontade de puxar Becky para um beijo, então a única coisa que fez foi apertar um pouco mais a cintura da garota, sem sequer se dar conta do que fazia. Becky deixou outro delicado beijo no canto dos lábios de Freen, fazendo o pobre coração da moça martelar contra seu peito sem pudor algum.

— Fre? - Becky sussurrou assim que roçou seus lábios nos de Freen, seu hálito acariciou a pele da menor enquanto suas duas órbitas escuras se ergueram e se concentraram absolutamente no olhar de Freen, à procura de alguma espécie de aprovação.

Era demais para Freen conseguir suportar. Toda a sua força de se afastar foi em vão, pois Becky estava muito próxima, tão perto que podia sentir o sabor dos lábios dela sobre os seus, tão perto que o cheiro o shampoo de Becky invadiu completamente seus sentidos, tão perto que ela não resistiu: Se inclinou mais um milímetro e tocou seus lábios nos de Becky.

O encostar de lábios foi um pouco mais demorado do que os outros, o que foi suficiente para Freen perder absolutamente todo o ar de seus pulmões. Ter que manter todas as suas vontades de aprofundar o beijo custou-lhe quase uma dor física, mas mesmo assim conseguiu, se afastando alguns segundos depois.

— Seu beijinho tem gosto de mel. - Becky sussurrou em meio a um sorriso. Freen riu, pois apesar de não gostar de mel, entendeu que Becky quis dizer que era doce.

— Ah, sim? - ela perguntou, mordendo o próprio lábio para conter o sorriso.

— Sim. - Becky disse baixinho. — E eu acho que eu sou uma abelhinha. - completou, voltando a se inclinar e roubar mais um selinho de Freen.

E depois outro.

E outro.

Freen sentia seu peito doer devido às batidas insistentes de seu coração, mas quase perdeu o ar quando Becky a olhou intensamente, como se sua respiração estivesse tão desregulada quanto a sua, como se aquele momento estivesse sendo tão mágico quanto.

E então Becky voltou a se inclinar, era como se aquilo não fosse o suficiente, talvez seja pelas cenas de casais das séries que viu nos últimos tempos, ou talvez fosse só seu pobre coração avisando que ela podia fazer mais, que podia se conectar melhor com aquela boca rosada e tão atraente para os olhos de Becky.

Tomada por toda a sua vontade, curiosidade e coragem, Becky abriu a boca quando seus lábios estavam conectados e, para a alegria das borboletas em seu estômago, Freen não se afastou.

Sentiu algo derreter dentro de si quando a língua de Freen esbarrou na sua e, de repente, seu estômago estava estranho e uma forte pressão em seu peito dominou Becky, o que fez com que ela fechasse os olhos e levasse seus dedos até a raiz dos cabelos de Freen. A língua da garota era macia, carinhosa e extremamente viciante.

Becky arfou assim que Freen finalizou o beijo com um longo selinho e apertou sua cintura, provavelmente para se conter de algo que Becky não conseguia entender.

— Freen? - Becky sussurrou, ainda de olhos fechados. — As florzinhas querem me matar. - o riso gracioso de Freen preencheu-lhe os ouvidos.

— Elas só querem nascer. - Freen disse, completamente anestesiada, pois ainda sentia em seus lábios o gosto do beijo de Becky.

— Já nasceram todas, agora mesmo. - Becky disse. — Agora elas querem me matar e invadir meu corpo. Tenho certeza!

— Elas não irão te machucar, meu amor. - Freen disse, acariciando a cintura de Becky.

— Promete de dedinho?

— Eu prometo de dedinho. - Freen disse, sentindo Becky afundar o rosto na curva de seu pescoço e inalar seu perfume.

— Eu não estou mais preocupada com a Fera, Chamcham. - Becky pronunciou com a voz um pouco abafada.

— Ah não? - indagou. — Posso saber o porquê?

— Se a Bela gostar tanto da Fera igual eu gosto de você, o que eu acho que ela gosta, então eu sei que ela vai proteger a Fera igual eu protegeria você. - Freen abriu a boca para dizer algo, mas tudo o que saiu foi mais um suspiro embasbacado. Aparentemente Becky despertara esses suspiros nela e, definitivamente, ela adorava aquilo.

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Gente eu amo TANTO essa parte da história, que é onde realmente as coisas começam a evoluir como casal. é tudo muito simples, fofo, leve e respeitoso.

Me digam o que acharam dessa Becky atacante?

Em Um Piscar de Olhos (FreenBecky)Onde histórias criam vida. Descubra agora