— E então, Becky, como anda a vida? Eu tive que me afastar do trabalho e não sei mais nada de você. - a garota disse.
— Eu estou muito feliz. - Becky disse sorrindo. — Eu senti falta das suas aulas. Você me dava muita atenção, já a senhora Wofford parece me odiar. - Becky confessou rindo.
— Deve ser a idade. Quer tomar algo? Champanhe? Vinho? Cerveja? - a garota perguntou e Becky fez uma careta.
— Acho que não devo. - Becky disse. — Digo, você vai beber?
— Vou. - ela respondeu.
— Não deveria, você disse que vai me levar de carro. - Becky disse e a garota lhe olhou.
— Uma taça não faz mal. Nunca burlou as regras? - Sandy perguntou rindo, mas foi interrompida pelo barulho do celular de Becky.
— Só um minuto.
— Oh, depois você atende. Me conte: Como assim está namorando? - ela disse rindo. — Essa fisioterapeuta não foi muito ética, hm?
— Por quê? - Becky perguntou confusa.
— Porque namorar um paciente não é correto.
— Que bom que não sou mais paciente dela, então. - Becky disse e a garota assentiu.
— Vamos, tome uma taça de vinho comigo. - Sandy insistiu e Becky entortou a boca.
— Mas só uma, está bem?
— Está bem. - a mulher disse, entregando uma taça a Becky e pegando uma para si. — Está calor aqui não está? - ela perguntou após finalizar a taça.
— Um pouco. - Becky disse, vendo a garota retirar a jaqueta de seu corpo.
— Mas então, aí eu fiquei dois dias para ensinar a ele o que você aprendeu em meia hora. - Sandy disse rindo enquanto conversavam e Becky sorriu. — Ele é muito burro, às vezes não tenho paciência. - Becky encerrou o sorriso no mesmo instante, franzindo o cenho.
— A Freen disse que cada um leva um tempo diferente. Não deveria ofendê-lo assim.
— Desculpe, claro. - Sandy disse limpando a garganta. — Deve ser o álcool.
— Eu acho que vou preferir chamar minha mãe para me buscar. Já é sua terceira taça. - Becky disse, vendo Sandy encher mais uma.
— Eu dirijo bem mesmo quando bebo.
— Você não entende, não é? - Becky perguntou um pouco irritada. — Eu fiquei quatorze anos em coma por um acidente de carro. Você acha mesmo que vou entrar no seu sendo que está bebendo?
— Heey, desculpe. - Sandy disse suspirando e soltando a taça. — Prometo não beber mais.
— De dedinho?
— Bem, sim. - Sandy disse um pouco confusa e Becky assentiu, vendo a outra se sentar. — Enfim, você viu como sua namorada olhou para mim? Acho que ela não gostou muito de mim. Será que ela vai brigar se você ficar até um pouco mais tarde? Comprei três livros que você vai adorar.
— A Freen não vai brigar comigo por isso.
— Ela confia assim em você? O olhar dela não pareceu aprovar você vir para cá.
— Ela é um pouco superprotetora, mas eu a entendo. Ela está trabalhando esse lado. - Becky disse.
— Tem certeza? - Sandy perguntou e Becky assentiu. — Então vou buscá-los. - Becky assentiu, não percebendo seu celular apitar "bateria fraca".
[...]
— Olá, Pohn. - Freen disse com um sorriso exausto no rosto. — Só vim dar um beijo na Becky porque eu disse que passaria aqui, mas estou muito cansada para ficar.
— Huh, pensei que ela tivesse ficado em sua casa. - Pohn disse confusa. — Ela não veio para casa.
— Ela ficou com Sandy, uma das professoras dela. - Freen disse.
— Oh. Acho que você quis dizer ex-professora, afinal tem alguns meses que ela não dá aulas para Becky. - Freen assentiu sorrindo fraco.
"Uma pequena confusão na hora de se apresentar, normal." Freen pensou.
— Entre, vou ligar para ela. - Freen assentiu e entrou na casa, se sentando no sofá enquanto Pohn usava o telefone. — Caiu direto na caixa postal.
— Deve ter descarregado. - Freen disse. — Essa Alecsandra é alguém confiável? - Freen perguntou.
— É uma boa moça com um currículo impecável, mas não conheço sua vida pessoal. - Pohn disse e Freen assentiu.
— Ela deve ter perdido a noção do tempo. - a menor disse. — Parecia que não se viam há muito mesmo. Se incomoda se eu esperar um pouco? Ela ficaria chateada se eu não cumprisse o que disse que faria, no caso: Vir aqui.
— De forma alguma. - Pohn disse, se sentando ao lado de Freen. Conversaram por quase uma hora e um sorriso triste cruzou os lábios de Freen ao ver que já havia passado muito tempo.
— Volto outro dia, Becky deve estar se divertindo e eu adoraria esperar, mas estou realmente muito cansada. - ela disse, se levantando. — Precisa de algo?
— Não se preocupe comigo, querida. Estou bem. - Pohn disse sorrindo gentilmente.
— Então já vou indo. Diga a ela para me avisar quando chegar, por favor? Assim fico menos preocupada.
— Direi. - Pohn disse, vendo Freen se inclinar e lhe dar um beijo no rosto antes de sair.
Pohn assistía televisão quando viu um táxi encostar e a porta ser aberta, para logo Becky entrar.
— Onde esteve, mocinha?
— Com a Sandy, mãe. Ela tem uma coleção de livros. - Becky disse com os olhos brilhando. — Amanhã ela me chamou para ir lá de novo.
— Oh. - sua mãe disse. — Freen esteve aqui. - Becky fechou os olhos e fez uma careta.
— Eu me esqueci totalmente. - Becky disse. — Não vi meu celular descarregar e quando vi já era noite.
— Ela pediu para você ligar para ela quando chegasse. - Becky assentiu e correu para as escadas. — Becky! - sua mãe chamou. — Mantenha os olhos abertos, criança. Você pode ser ingênua às vezes, mas eu vi como aquela Alecsandra te olhava.
— Ela é só minha amiga, mamãe. Eu juro. - Pohn sorriu e assentiu.
— Eu sei, meu amor, confio em você. Só estou dizendo para tomar cuidado e ficar de olhos abertos.
— Sim, senhora. - Becky disse, subindo as escadas e ligando para Freen do telefone fixo. Só chamou, provavelmente Freen dormia ou estava no banho e então Becky colocou seu celular na tomada e mandou mensagem para sua namorada.
"Me perdoa não ter chegado a tempo. Meu celular descarregou e perdi noção da hora. Vem me ver amanhã cedo? Te amo."
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Em Um Piscar de Olhos (FreenBecky)
RomantikRebbeca Armstrong tinha apenas seis anos quando seus pais decidiram tirar as tão famosas férias em família. Iriam para a Tailândia, porém, o destino lhes foi cruel, causando o choque de um caminhão desgovernado contra o carro onde estavam durante o...