Cap. 14

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Essa música é quase um spoiler do capítulo.

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Pov Stênio

Eu e Helô estávamos vivendo uma lua de mel em casa no Rio de Janeiro, nunca estivemos tão em paz, talvez seja pelo motivo de eu ter declinado os clientes de sua delegacia. Havia discutido feio no escritório, mas eu precisava finalmente conciliar o meu trabalho e da Helô para que não vivêssemos em um pé de guerra.

Depois do risco que passamos eu percebi que eu quem teria que ceder nesse ponto, por mais que isso fosse abalar um pouco a minha carreira, meus clientes, e no fim, até que tudo acabou bem, eu passaria a cuidar de mais casos civis e menos criminais. Não era a minha área preferida, mas dessa vez eu faria de tudo para não colidir os nossos interesses profissionais.

No meio disso ainda tinha o Lorenzo, e era tão bom ter ele com a gente, ele adorava passar tempo comigo e principalmente com Helô, ela fazia de tudo pelo neto, levava ele na escola e deixamos combinado que eu passaria buscar.

Helô chegava mais tarde do trabalho e mesmo assim acompanhava Lorenzo com a lição de casa, ela já não estava tão "workaholic" e não trazia mais trabalho para a casa, e se dedicava a mim e ao Lorenzo.

A gente ainda conversava sobre nosso trabalho e trocávamos opiniões e conselhos sobre alguns casos, ela me contava orgulhosa de suas operações e prisões de diversos crimes que poderia ser meus casos também como advogado, mas como a Helô delegada era uma das personalidades mais fortes dela eu não poderia bater de frente, sentia que ela tinha percebido através das histórias dos meus clientes que os casos não mais eram criminais e então estava a gente bebendo um vinho depois do jantar e comentando sobre nosso trabalho quando Helô me pergunta:

- Stenio, você virou advogado civilista agora? - ela me questiona enquanto enche a taça de vinho.

-Por quê Helô?

-Desde que a gente voltou você só me conta sobre divórcios, brigas por herança, cobrança de dívidas... - ela diz me entregando a taça de vinho se sentando ao me lado no sofá.

-Helô, eu não quis mais pegar casos criminais que estivessem na sua delegacia e acabou que eu fiquei com parte dos processos cíveis lá do escritório e estou até gostando sabia.

-Você abriu mão disso por mim? - ela perguntou ainda em choque, processando a informação.

-Sim, eu abri mão disso por você, por nós - eu disse sincero olhando em seus olhos fazendo carinho em seus cabelos com a minha mão livre.

-Stenio? - ela falou um pouco chocada com o que eu acabará de dizer.

-Você é Helô, a delegada, e nunca vai deixar de ser... bom um dia vai, mas enquanto você for delegada eu não posso estar do lado oposto ao seu.

-Você não precisava - ela me diz quase que agradecendo.

-Eu sei que foi a melhor coisa que eu fiz.

-Stenio, eu não quero que você tenha que mudar por minha causa.

-Nós estamos tão bem assim e isso é tudo que importa pra mim.

-Obrigada, Stenio, eu não pedi por isso, mas acho que essa foi uma das maiores provas de amor que você já fez por mim.

-Helô, eu amo você e eu não quero que nada atrapalhe a nossa felicidade, eu fiz isso por mim, por você e por nós, inclusive pela nossa família, agora que temos o Lorenzo aqui precisamos de paz entre a gente.

-Ai, Stenio, você me deixou sem palavras - ela falou sem jeito, ela não precisava me dizer nada, só as nossas conversas, nossas noites, estava tudo perfeito, se ela não mencionasse o assunto iria passar despercebido, mas não por ela, ela notava tudo.

Descuidos - SteloisaOnde histórias criam vida. Descubra agora