Cap. 17

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Preparem os lencinhos

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- Heloisa?? - eu chamo por ela tentando conter o volume da minha voz, que mais alto do que eu gostaria.

- Stênio? - ela responde assustada, virando o seu corpo em minha direção, ela com certeza não tinha me visto no restaurante.

Pov Helô

Nunca foi tão difícil sair da casa que dividia com Stenio, das duas vezes eu pedi o divórcio, porém dessa vez eu não havia pedido divórcio, o nosso relacionamento não poderia estar melhor.

Justo naquele momento ele deixou de atuar na área criminal por minha causa, estávamos tão bem há alguns meses, parecia uma lua de mel, e ainda tinha nosso neto, eu não tive oportunidade de me dedicar da mesma forma na criação da Drika.

Assim ter ele e Stênio comigo me fez realizada, eu pude me dedicar a cuidar de Lorenzo junto com meu marido, coisa que nossa filha não pode ter, um lar de harmonia.

Alguns dos meus maiores sonhos estava se concretizando, parecia que o destino havia nos dado outra chance por ter Lorenzo junto de nós, participar da criação do nosso neto em conjunto, porém tudo foi por água abaixo, tudo por conta daquela máfia.

Depois da terrível partida, peguei um avião direto pra Espanha, juntamente de Juan, chegando lá entrei para a operação que estava investigando a máfia e contei tudo o que sabia sobre eles e suas ligações no Rio de Janeiro.

Não era nada fácil, aquela seria uma operação de meses, apesar de não ser uma máfia tão grande e conhecida da Espanha ainda sim era uma operação perigosa. Eu solicitei proteção para Stenio e Lorenzo através da polícia Federal e que foi prontamente atendida, eles iriam monitorar e resguardá-los de qualquer ameaça.

Com alguns dias de trabalho eu pude tomar conhecimento dos chefes da máfia, bem como das ligações deles com o Rio de Janeiro, Pilar, Montez, e todos que participaram do meu sequestro, bem todos os bandidos que fizeram parte do sequestro de Stenio na Espanha.

Estava me inteirando sobre todo o caso enquanto recebo várias ligações de Stenio, ele estava louco atrás de notícias minhas, mas ele não poderia saber, eu não poderia arriscar, foi então que Yone me ligou avisando que Stênio lhe telefonava todo o dia, até que em uma dessas várias idas á minha delegacia, Stênio conversa com Yone sobre a possibilidade de registrar um boletim de ocorrência sobre o meu desaparecimento.

Era INA-CRÊ-DITAVEL.

No entanto, era claro que ele iria registrar um boletim de ocorrência, ele aprendeu comigo. Eu conheço bem o Stênio. Eu tenho certeza que ele falou aquilo pra Yone só pra ela poder me avisar.

Yone me disse que ele queria pedir ajuda da mídia, jogar em redes sociais, porém aquilo poderia ser perigoso, a máfia ainda não fazia ideia de que estavamos juntos, iria usar ele para me chantagear, eu teria que despistá-lo.

Então, para o bem dele e do nosso neto ele não poderia abrir aquele boletim de ocorrência, muito menos utilizar da mídia. Assim eu decidi voltar ao Rio de Janeiro e dar um jeito de encontrar com Stenio sem que ele faça muito alarde sobre isso.

Como eu tinha requisitado a proteção da polícia federal, seria bem fácil localizar o Stênio, a rotina dele era basicamente do trabalho pra casa, e ainda tinha Lorenzo que agora dependia exclusivamente dele. Eu recebi diversas fotos dele durante essa semana, ele parecia muito abalado, a minha partida tinha derrubado ele, toda a alegria que ele tinha no olhar tinha sumido.

Eu estava com uma saudade imensa dos dois, era bom o clima de família que tinhamos quando estavamos juntos, quem vissem de fora jurava que Lorenzo era nosso filho. Stênio e eu conseguimos resgatar a cumplicidade que um dia tivemos, me lembrava o tempo em que a gente ainda namorava, só que dessa vez vinha a nossa experiência, passamos por muito coisa juntos e até o momento em que Juan me deu a notícia de que a máfia estava atrás de mim novamente, eu pensei que seríamos felizes para sempre, que não teríamos que passar por mais nenhuma provação.

Descuidos - SteloisaOnde histórias criam vida. Descubra agora