Capítulo 14

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ISAAC HÉRNANDEZ

— Meus parabéns aos recém-casados! – Martim exibe um sorriso irônico nos lábios, enquanto a sua esposa sorri graciosamente para Mari.

— Fecha essa cara, antes que eu te expulse à ponta pés! – respondo, fazendo Mari arregalar os olhos, enquanto Martim só gargalha.

— Não ligue para eles, Mari. Logo você se acostumará com essa família. – Tasha tenta acalmá-la, mas a minha esposa, parece ainda não se sentir confortável.

— Entendo. – diz somente, nos despedimos e eles entraram na festa. – O modo de convívio de vocês é diferente.

— Diferente, como?

— Com pessoas de fora vocês são rígidos, g-grosseiros e.. não sei explicar! – ela aperta as mãos uma nas outras, por cima das luvas brancas. – Já com um de vocês, é amizade, parceria e muita brincadeira.

— Somos uma família muito criticada pela sociedade, por não gostarmos de expor nossas vidas como muitas outras famílias por aí. – disparo, fazendo ela me olhar – Então temos uma imagem à risca. Quem realmente nos conhece, sabe que jamais abandonamos um dos nossos, somos família, amigos e aliados até o último suspiro de vida.

Mari parece surpresa da forma que falei isso pra ela. Não menti em momento algum, eu sou um homem reservado e farei de tudo para que minha vida não fique nas mãos da mídia. Minha família segue por esse caímos e eu agradeço por isso, então temos que manter essa pode de mistério. Diferente dos Savóia, que são uma família pública e constantemente estão nos tabloides, programas e outros.

— Eu.. – ela ia dizer algo, mas é interrompida.

— Viva aos noivos! – abro um singelo sorriso, quando minha noiva corre até seu irmão e o abraça com força. É nítido como Mariana ama os irmãos. – Como você está, minha florzinha?

— Oh! Estou bem, Floriano. – ela vai até o outro irmão e o abraça. – Cássio!

— Você anda crescendo bastante, florzinha. Não parece mais a mesma menininha. – Cássio está ao lado de sua esposa, que está grávida e sorri para Mari. – Ah! Essa é Bera, minha esposa. Bera, essa é minha irmã, Mariana.

— Mari! – o repreende, fazendo todos sorrirem.

— Isso, Mari. – ele se corrige, sorrindo para a irmã.

— Essa é Sissa, minha esposa, esse é o Dustin, meu filho. – Floriano apresenta sua família para Mari, que sorri para todos e vai conversar com seu sobrinho de sete anos.

• • •

Não é possível que essa não comeu nada o dia todo? Mari está devorando cada comida que nos entregam, sem desperdiçar nada. Não vou julgá-la, amo uma proteína e como bastante quando encontro, mas ela parece ter dormido amarrada. Santo Cristo. Ela não parece se importar de comer tudo isso na minha frente, e isso é bom.

Estamos na parte superior do salão de festa, como se fosse uma varanda onde podemos vê-los e ele à nós. Os convidados estão andando pelo salão de festa, alguns sentados em suas cadeiras. A festa é grande e bem luxuosa, mostrando o poder que um Guttormesen/Hérnandez carrega consigo.

— Isso.. hm.. – ela morde mais um pedaço e volta a fechar os olhos saboreando. – Isso aqui tá divino! Por Deus.

— Imagino. – bebo um pouco de vinho. – É feito pela melhor cozinheira do mundo.

— Parabéns pra ela, por isso aqui tá de matar! – fico supreso pela escolha de expressão. Ela não foi altamente ensinada à ser uma Dama?

— Gosta de massas, não é?

— Sim – limpa a boca e bebe um pouco de vinho, recompondo-se e abrindo um sorriso em seguida.

— Ótimo. Nossa lua de mel será na Itália, iremos pegar o avião assim que o sol raiar. – vejo a expressão dela mudar, um brilho diferente surge em seus olhos e isso me deixa intrigado.

— Itália? Uau, isso será lindo de se ver.

— Espero que sim. – respondo simplesmente, voltando a olhar para a festa.

— O que você espera de mim?

— Perdão? – a encaro, sem entender.

— Você tem alguma expectativa em mim? Quero saber quais, porque eu..

— Não. – disparo, fazendo ela me olhar sem entender – Não sou um homem de esperar nada de ninguém, o que eu quero, vou lá e faço por conta própria.

— Irônico, para alguém que não sabia que iria se casar. – sussura, abaixando a cabeça, mas acabo ouvindo e dou um sorriso de lado.

— Você é uma mulher interessante, Mari. No momento eu preciso de um filho, e você sabe que não conseguiria isso sozinho. – fico de frente pra ela, focando nossos olhares – Somente isso, deixa que o resto eu faço.

— Okay. – volta a bebericar seu vinho e eu me pinho de pé, indo até o paradeiro encarando os convidados.

Sem muita dificuldade o encontro, e lá está ele, sentado em uma mesa sozinho fumando seu charuto. Paolo envelheceu nesses três anos, e eu não esperava menos. Ele está encarando cada canto dessa festa, parece estar procurando alguém. Sinceramente não gostei nada da forma que ele olhou para Mari, quando foi nos felicitar.

— Eu vou te pegar infeliz. – sussuro pra mim mesmo, como uma promessa.

— Senhor. – um dos meus soldados aparece no local que estou com minha esposa. Balanço a cabeça, para que ele prossiga. – O jatinho já está pronto e a senhorita Sara está com a avó.

— Ótimo, obrigado. – ele se curva e sai, fechando a porta. Me viro na direção de Mari, encontrando ela mexendo nas luvas. – Pronta para conhecer a Itália, esposa?

 – Pronta para conhecer a Itália, esposa?

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Amor ao Pecado - Os Hérnandez 03Onde histórias criam vida. Descubra agora