MARI HÉRNANDEZ – alguns meses depois— Senhora, com licença
— Pois não? – deixo o livro que lia no sofá, levantando meu olhar até uma das babás de Sarinha – Aconteceu algo, Belize?
— Oh, não, senhora.. na realidade – dá um passo à frente – A pequena Sara não me deixa arrumar seu cabelo para a aula de Ballet, só deseja que a senhora vá arruma-lá.
— E onde se encontra minha filha? – pergunto, ficando de pé, logo ajeitando meu vestido social e encarando a babá.
— No quarto dela, senhora.
— Obrigada – dou-lhe um sorriso meigo, a mesma retribui antes que eu comece a fazer meu percurso para fora dali.
Eu e Sarinha estamos cada vez mais próximas, até já nos chamamos de mar e filha. Amanhã completará três meses que estou casada com Isaac, e nossa relação continua a mesma, apenas nos deitamos na mesma cama para uma relação sexual, que sempre consegue me surpreender. Nunca dormi na mesma cama que ele, mas não foi por falta de aviso.
Com esses meses, comecei entender mais a sociedade em que faço parte. Já acompanhei Isaac em muitas reuniões, jantares e festas sociais, de início não é fácil a socializar com pessoas que não conhece, mas após uma longa conversa com Giordana, ela me fez entender como devo me portar em situações constrangedoras ou inapropriadas.
A mesma está grávida de dois meses, mas não a impede de nada, já que sempre que pode vem me visitar e ver como estou indo. Tasha já deu à luz a sua filha, que se chama Mandy e é uma verdadeira princesa. Nádia ultimamente têm ficado mais ocupada com os eventos sociais que os Espanhóis vêm realizando.
— É aqui que se encontra uma princesa rebelde? – Sarinha nota minha presença em seu quarto, desce da cadeira e corre até mim. A mesma já está pronta para o Ballet, apenas faltando o cabelo.
— Eu não queria que Belize arrumasse meus cabelos, mamãe Mari – responde, após se distanciar e me encarar com os olhinhos brilhantes.
— E por que não? Pensei que gostasse de Belize – questiono, adentrando no quarto e fechando a porta. Seguro na mão de Sarinha e a puxo até a cama.
— E até gosto, só que eu queria que você arrumasse.
— Era só me chamar, meu amor – passo a mão em seu rostinho, beijando sua bochecha em seguida – Sabe que eu viria o mais rápido possível.
— Sei sim, mamãe – Sarinha pega sua cadeira de rodinhas e põe na minha frente, a mesma se senta pondo todo seu cabelo para atrás – Onde está o papai?
— Está na casa da sua avó – respondo, quando começo a passar o gel na parte da frente do cabelo – Deseja passar lá, antes irmos ao ballet?
— Melhor não, mamãe – prendo o cabelo em volta da esponjinha de bailarina, colocando a redinha preta em seguida – O papai deve estar falando sobre assuntos chatos com o vovô.
— Tudo bem, minha princesa – dou duas batidinhas em seu ombro, fazendo Sarinha se levantar e correr para o espelho. Ela abre um sorriso lindo e volta até onde estou.
— Eu amei, mamãe Mari – pula, sorrindo – Muito obrigada.
— Não há de quê – seguro em sua mão, e saímos do quarto juntas.
Atravessamos essa enorme mansão, até chegarmos na área frontal da casa onde o motorista nos esperava. Sarinha entrou e foi direto para sua cadeirinha, logo me sentei ao seu lado e peguei meu celular, conferindo alguns e-mails e a agenda do mês. Me deparo com algo interessante, abro um leve sorriso e me viro para Sarinha, que está entretida com a neve caindo ao lado de fora.
— Sabe que dia é amanhã, meu amor?
— Sei sim, mamãe. É sábado!
— E você está animada para o sábado da diversão? – abro um sorriso, mas quando vejo o olhar caído de Sarinha, meu sorriso se desfaz – O que há, minha pequena?
— Já fazem três sábados seguidos, que nosso sábado da diversão só tem somente eu e você – sua voz sai tristonha, fazendo meu peito de apertar imediatamente – O papai não gosta mais de participar?
— Não é isso, minha pequena – toco em sua mãozinha – Seu pai anda muito ocupado ultimamente, então, ele tem se ausentado um pouco. Mas ele me prometeu que amanhã estará presente em nosso sábado da diversão.
— Jura? – ela abre um enorme sorriso, me deixando mais tranquila – Sério que o papai vai participar amanhã?
— Sim, ele mesmo me confirmou – menti, mas somente de ver a felicidade estampada em seu rosto, melhora tudo.
— Oba! – grita – Ouviu isso, Joliard? Meu papai irá participar amanhã, do sábado da diversão! – faltou ao motorista, fazendo sua dancinha da comemoração.
— Isso é muito bom, senhorita Sara. – Joliard responde, com um sorriso em seu rosto.
Não tenho conversado com Isaac, após à captura e morte de Manuel ele tem se dedicado ainda mais à descobrir algumas coisas, que foram reveladas nesse interrogatório. Apenas me preocupo por Sarinha, que sente falta do pai, mesmo tendo a minha atenção e a de sua avó. Quando Aurora morreu, Isaac foi porto-seguro dela, ele não pode apenas deixá-la de lado por algo que outras pessoas podem fazer.
Assim que o carro estaciona, abro a minha porta e saio do carro devagar e espero Sarinha sair também. Dois soldados fazem a nossa segurança, enquanto eu caminho até a porta de entrada com ela ao meu lado, ainda sorridente. Após o abraço de despedida e o beijinho de boa sorte, Sarinha entrou com os dois seguranças para cuidar dela. Retorno para o carro, após fechar a porta pego meu celular e disco o número.
Ligação on.
— Hérnandez – após alguns toques, ele atende.
— Sou eu, Mari.
— Aconteceu alguma coisa? Você nunca me liga – questiona.
— Precisamos conversar sobre algo importante, Isaac.
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Amor ao Pecado - Os Hérnandez 03
RomantizmVol.3 Os Hérnandez - Série da Máfia. Isaac, à mais de oito anos no poder da Máfia Norueguesa. Mas após à morte precoce de sua esposa, ele se vê no direito de cuidar de sua filha, que aos seis anos se vê somente com o amor do pai e dos avós. Mari é...