Capítulo 11

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MARI GAMBINO - semanas depois.

As vezes, temos a dúvida se realmente o Deus dos cristãos têm seus preferidos ou somente é pura genética boa. Sempre gostei da minha aparência, apesar de ter muitas meninas no internato que queriam ser superiores às outras, eu nunca deixei que me diminuísse pelas minhas diferenças.

Não sou a escultura da perfeição, mas tenho minhas qualidades. Muitas meninas quando completavam seus treze pra catorze anos, já tinham seus peitos sendo formados. Eu só fui ver um indício de mamilo aos dezessete anos, e isso era motivo de chacota entre elas. Meus quadris são bem largos, mas eu lembro vagamente que minha mãe também é assim, então fiquei mais tranquila.

— Lindos.. – sussuro pra mim mesma, enquanto meus olhos passeam pelas pessoas que andam de um lado para o outro sorridentes.

Os olhos azuis intensos, os cabelos negros que balançam como algodão, o sorriso largo e beleza estrutural. Eu sempre ouvi a respeito dos Hérnandez, como eles são belos e poderosos. Iago, é considerado Zeus, por ser o homem mais poderoso da Europa. Adrian, é Ares, um homem poderoso, guerreiro e matador. Martim, é Apolo, e já é nítido sua beleza e sensualidade. Isaac, é Poseidon, intenso, vago e sombrio.

Já faz alguns minutos que eles chegaram, e até agora, só consegui admirá-los. As mulheres estão se cumprimentando, enquanto os homens conversamos animadamente. E eu, estou atrás da pilastra escondida, com medo do que pode acontecer. Eu nunca estive na presença de pessoas tão importantes, é assustador.

— O que faz aqui? – uma voz me assusta, quando me viro a governanta me encara seriamente. – É falta de educação olhar por atrás da parede, não sabia?

— Eu sei bem! O senhor Hérnandez mandou me chamar, mas estou com receio de ir lá. – assumo.

— Não interessa, se ele ordenou, você faz. – nesse momento, sinto suas mãos me rodarem e me empurrarem.

Droga! Droga!

Todos os risos, abraços, conversas param ao ouvir o meu tropeçar. Por sorte, não cheguei a cair, mas agora tenho toda a atenção à mim. Os olhos azuis estão focados em mim, alguns com supresa, outros com curiosidade. Até as crianças me olham intensamente. Desde quando crianças me dão medo?

Quem é essa? – o menino de olhos verde-azulado me encara, os cabelos são loiros e posso reconhecê-lo como Asier, filho da Italiana.

— É a namorada do meu pai! – Sarinha responde sorridente, corre até mim e fica ao meu lado. – Ela é legal, sempre brincamos juntas.

— Olá, eu me chamo Isabel. – uma menininha de olhos verde intenso, e cabelos mais escuros que um loiro, vem até mim sorrindo. – Qual é o seu nome?

— Mari. – me abaixo, ficando na altura da menina que sorri ainda mais. Percebo que os meninos estão mais afastados, me avaliando e entendendo o que está acontecendo aqui. – E vocês, meninos, como se chamam?

— Eu sou o Aaron! – o garotinho de olhos azuis intensos e cabelo escuro responde, dando um passo à frente. – Esse aqui é o Asier, ele é legal depois que se conhece melhor.

— Espero poder conhecê-lo melhor, Asier. – abro um sorriso para o menino, que ainda me olha sério e levanta o olhar até sua mãe que encara a cena.

— Eu posso conhecê-la, mamãe?

— Se você quiser, claro que sim. – a primeira-dama da Espanha sorri pro filho, que assente e vem até mim. Ele ainda está meio relutante mas, me dá um abraço e se afasta.

— Vamos brincar? – Sarinha pergunta aos primos e eles concordam. Fico de pé novamente, as crianças saíram correndo pela casa e eu fiquei com os adultos que me olham.

— Então você é a famosa Mariana Gambino! – uma mulher de meia idade vem até mim, ela sorri e me abraça. Como pode ser todos tão elegantes aqui?

— É um prazer. – digo.

— Sou Giordana, mas pode me chamar de Gio. – a primeira-dama se aproxima, ela me abraça e sorri se afastando.

— Eu sou Nádia – uma mulher loira se aproxima, ela está usando um vestido soltinho na cor vinho que descata seus olhos claros. Abro um sorriso, nos abraçamos e ela se afasta.

— É um prazer, Mariana, eu sou Tasha. – observo uma mulher se afastar de um homem, ela vêm devagar e quando Nádia sai da frente, observo a grande barriga da mulher e me pergunto se são duas crianças ou uma. Ela usa um vestido longo na cor azul, que tem um decote de coração na frente.

— O prazer é meu, mas pode me chamar de Mari. – vou abraçá-la, mas a barriga impede um pouco. – Está de quantos meses?

— Oito meses e meio, logo farei nove. – ela acaricia a barriga sorridente. – É minha terceira filha. Tenho uma de três anos, a Malie, tenho a do meio que vai fazer dois anos daqui alguns meses, a Mellory, e a Mandy.

— Imagino que são lindas. – digo, verdadeira.

— São, você irá conhecê-las no jantar.

— Eu sou o Iago, é um prazer conhecê-la senhorita Gambino. – o chefe me comprimenta, indo até sua esposa e entrelaçando os braços em torno dela.

— Igualmente, senhor.

— Adrian – o homem que está ao lado de Nádia, estende a mão e eu pego o comprimento. – Será bom tê-la em nossa família.

— Obrigada, senhor.

— Eu sou o Martim, como você deve ter percebido, o mais bonito dessa família. – abre um sorriso galanteador – Mas eu já estou muito bem casado, senhorita.

— Oh.. – fico sem jeito e dou um passo pra trás, e sinto que bati em Isaac que está atrás de mim.

— Não se preocupe, Isaac dá pro gasto. – o homem continua, me fazendo corar e todos rirem.

— Não ligue para Martim, menina. – minha sogra diz – Ele é assim mesmo.

— Não há maldade, somente falta de senso. – a primeira-dama fala, fazendo todos rirem, menos o Martim.

— Bom, já que estamos todos devidamente apresentados, que tal um chá? – pergunta minha sogra.

— Enquanto vocês falam mal da vida dos outros, os homens vão para o escritório beber alguma coisa. – Theodor, o meu sogro, fala.

— E vão falar mal das pessoas também – Maryam, mãe de Adrian e Martim, responde com a mão na cintura.

— Vamos, mulheres. – a primeira-dama toca na minha mão e me puxa, olho para trás e vejo Isaac me observar e diz sem emitir som 'boa sorte'

É.. boa sorte!

Amor ao Pecado - Os Hérnandez 03Onde histórias criam vida. Descubra agora