MARI GAMBINO
— Preciso mesmo fazer isso? – sussuro para Mara, que está ao meu lado e concorda com a cabeça disfarçadamente.
— Pense pelo lado positivo, você poderá ser uma mulher com influência e importância.
— E a minha felicidade? – me viro pra ela, focando em seus que já estão marejados. – Desde nasci ninguém perguntou o que eu realmente quero pra minha vida, sempre ditaram o que eu deveria fazer ou como agir. Eu quero ser livre, Mara.
— Eu sei, meu anjo. – ela segura em meus ombros, me abraçando em seguida e deposita um beijo na minha testa em conforto – Infelizmente isso não está no nosso alcance.
— Tenho total noção disso, Mara. – dou um sorriso amargo – Às outras meninas estão empolgadas, não é?
— Ansiosas! Anabela passou mal de ansiedade, vomitou no vestido todo. – acabo rindo, tampo minha boca rapidamente quando vejo Mara me olhar de forma julgadora.
— Ela mereceu – mordo meu lábio, tentando não rir.
Eu moro em um internato católico, aqui aprendemos mais sobre a religião e devemos segui-la. Ao mesmo tempo, é uma fachada para o que realmente acontece aqui dentro. Somos preparadas para sermos esposas e acompanhantes de homens importantes na máfia Norueguesa. Minha mãe não queria ter dor de cabeça comigo, então me colocou aqui quando completei doze anos.
Meu pai morreu pouco tempo depois do meu nascimento, então para não cuidar de três crianças sozinha, minha mãe se casou novamente e fui praticamente criada pelos meus irmãos mais velhos, Cássio e Floriano. Meu padrasto não é a melhor pessoa para se conviver, depois que minha entrou pro vício ela começou a compactuar com alguns atos inapropriados do mesmo.
Muitas das vezes eu e meus irmãos acordávamos de madrugada, ouvindo gemidos e gritos vindo da sala. Sempre que chegávamos, víamos muitas mulheres na sala com ele em volta e minha mãe sempre em um canto assistindo tudo calada. Quando nos viam, ele sempre nos batia e manda ficarmos no quarto. Quando completei doze anos, meus irmãos já tinham atingido à maior idade e foram para a iniciação.
Eles ficaram preocupados comigo dentro da mesma casa com minha mãe e meu padrasto. Eles sabiam que não ia ficam muito em casa, e trabalhando pra máfia como soldados tinham o risco de morrer à qualquer momento, então para me salvar, conseguiram convencer minha mãe de me colocar nesse internato. De início foi algo melhor pra mim, aprendi várias línguas, aulas de etiquetas e como ser uma mulher ideal.
Depois que completei minha maior idade, mas coisas começaram a piorar, já que começamos a receber visitas de homens atrás de mulheres para se casar. Meu anjo sempre foi Mara, a governanta daqui, que dava um jeito de me manter longe dos olhos masculinos. Após a diretora perceber o que ela estava fazendo, me afastou de Mara por um tempo, e deixou claro que eu teria que me casar algum momento, ou eu iria para o prostibulo.
— Cinco minutos! – Abel, uma das inspetoras apareceu no quarto avisando todas.
— Vamos, minha menina, está na hora. – me ajuda a levantar e arruma meu vestido. Estou usando um vestido longo na verde escuro, que realça meus olhos escuros, ele tem um decote em V na parte de trás e na frente é rendado com algumas pedrinhas verdes. – Independente do que acontecer hoje, você sempre estará em meu coração..
— Eu sei disso, Mara. – abro um sorriso para confortá-la – Estarei sempre com você.
Damos as mãos e saímos do quarto. Havia muitas meninas dessa vez, já que saiu o boato que um conselheiro ia vim escolher uma mulher. Ele é casado, mas é normal homens virem e escolherem uma mulher para ser sua amante particular. Eu não quero isso para minha vida, mas infelizmente a escolha não está em minhas mãos, novamente.
Quando chegamos no salão principal, ficamos em uma fila lateral de frente para alguns bancos que havia ali. Todas estavam muito ansiosas e sorridentes, aliás, quem não queria ser amante de um mero conselheiro? Quando a porta central foi aberta, um homem de meia idade entrou usando um terno elegante e ao lado estava uma pessoa que nos surpreendeu. Theodor Guttormesen estava ao lado do conselheiro, dando passos lentos até nós.
Ele é o don da Noruega, o antigo chefe, antes que seu filho assumisse o cargo à anos atrás. Todos sabem das fofocas que rolam na organização, dizendo que Isaac o chefe deveria se casar novamente e ter um herdeiro, já que ele tem somente uma menina. Eu acho isso uma bobeira, se sua filha deseja-se, ela poderia muito bem ser dona disso tudo, aliás, ela é a primogênita.
— Bom dia, meninas – o Don diz, fazendo todas encará-lo e respondê-lo em seguida.
— Como sabem, esse é o nosso Don – o possível conselheiro diz, dando um passo à frente – E estamos aqui para escolher uma esposa ideal para ser a futura primeira-dama. – começou uma séria de murmúrios na sala, me fazendo suspirar e olhar para Mara, que estava na extremidade da sala.
— Silêncio, meninas! – a diretora manda, com sua voz rígida de sempre, fazendo todas se calarem – Pode prosseguir, conselheiro.
— Obrigado, diretora Styles. – agradece, volta a nos encarar – Todas vocês já foram revisadas, olhamos suas listas e queremos saber se nossa escolhida é apropriada.
— Senhorita Salles, dê um passo à frente. – o Don manda, encarando seriamente Abelle. A mesma arregala os olhos e faz o que ele manda, com um sorriso no rosto. – Me fale, quantas línguas você fala.
— Três, senhor. – ela responde baixo. – Inglês, Francês e Norueguês.
— Senhorita Jones – ele chama, Catarina sorri e dá um passo à frente. – Quais são suas atividades principais?
— Ler, meditar e agricultura. – responde.
— Senhorita Gambino – ouço meu sobrenome e travo, engolindo seco e sentindo minhas mãos soarem. Ele foca seu olhar em mim, e dou um passo à frente, abaixando a cabeça. – Você é formada em qual aérea?
— Computação gráfica e administração. – respondo, e quando ergo meu olhar, vejo Mara sorrir pra mim.
— Fala quantas línguas fluente? – perguntou.
— Sete, senhor. Inglês, Francês, Espanhol, Norueguês, Italiano, Português e Mandarim. – o olhar dele se torna surpreso, ele olha para o conselheiro e balança a cabeça disfarçadamente.
— Parabéns Senhorita Gambino, você acaba de se tornar à futura primeira-dama.
Senhor.
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Amor ao Pecado - Os Hérnandez 03
Storie d'amoreVol.3 Os Hérnandez - Série da Máfia. Isaac, à mais de oito anos no poder da Máfia Norueguesa. Mas após à morte precoce de sua esposa, ele se vê no direito de cuidar de sua filha, que aos seis anos se vê somente com o amor do pai e dos avós. Mari é...