5 - The plan it is.

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O clima estava agradável. Nem muito quente, nem muito frio. Era um dia calmo de verão na velha cidade de Compton. Todos os arredores da escola estavam cobertos de alunos, entre os mais grupos estava Jack e Claire, com sua turma. Em sua volta tinha Crowley o britânico baixo que usava um sobretudo preto por cima do uniforme escolar, ele era dinâmico e na maior parte do tempo adivinhava quando o clima iria esfriar. Sempre previnido. Também tinha Kevin, estatura mediana, o amigo canadense que tinha vindo a Compton com a família pra passar férias e acabaram por ficando. Jogavam conversa no intervalo da escola, sentados na grama enquanto aproveitavam seus lanches.

Claire estava ansiosa, fazia tempo que não sentia suas mãos tremerem daquela forma, ela começou a se sentir assim depois de saber sobre o divórcio dos pais, ao mesmo tempo que a tristeza invadia o rosto da garota ela não deixava transparecer na frente dos amigos, como forçar-se a usar uma camada de valentia. Apenas Jack, era a única pessoa em quem ela confiava todos os seus maiores segredos, desde a ansiedade que ela começou a ter quando sua mãe fora embora até o primeiro beijo que contribuiu para sua consequente piora.

O seu amigo havia notado seu tremor que era leve, e então resolveu pegar seu pulso e ir ao refeitório com ela para ter uma conversa. Segurava-a com uma das mãos e na outra segurava um prato com batatas enquanto a arrastava para lá, em meio a tanta gente conversando, quem iria ousar escutá-los? Ela explicou a situação toda para o amigo. Ele ficou um pouco chocado e demonstrou afeto. Era o que ela precisava no momento, um abraço. Suas mãos aquietaram por um momento e então ela deixou Jack falar sobre a conversa que tivera com seus tios de manhã. Jack era um ótimo fofoqueiro, sempre com as melhores histórias e detalhadas, como se tivesse lendo um roteiro. Os dois pararam por um momento e passaram a refletir.

Jack no mesmo momento quebrando o silêncio confortável enquanto mordiscava batatas fritas diz quase em voz alta. Como se tivesse tido um colapso mental de ideia.

— JÁ SEI! — A garota se assustou, estava distraída olhando pra sua caixa de suco.

— Jack! Que susto! — Pôs uma de suas mãos no peito, indignada com o grito.

— E se a gente tentar juntar os nossos pais? — A sobrancelha de Claire arqueou-se em surpresa. E ela começou a rir. Gargalhou alto. Como se tivesse escutado uma piada.

— Você pirou? O neurônio parou de funcionar? — Ela bateu de leve os dedos na testa de Jack, fazendo um teste ainda com seu sorriso zombeteiro.

— Eles eram melhores amigos. Quem sabe se já não tiveram um passado?

— Meu pai cresceu em família cristã. Impossível. — Claire tomou um gole de seu suco, recusando completamente a ideia

— Não custa tentar, eu acho. — O garoto deu de ombros, sorridente. Como se tivesse tido a melhor ideia do mundo.

— TÁ digamos que funcione, Jack. Você realmente acha que eles não vão desconfiar que nós estamos articulando isso?

— Eu tenho quase certeza que não, o seu pai é um lesado — A menina mostrou uma face de desgosto do comentário de Jack que gargalhou alto, chamando a atenção de todos no refeitório da escola. — Além disso, meu pai não fica com ninguém desde que eu nasci, juro pra você Claire, nunca vi ele com nenhuma mulher barra homem.

— Mas o que garante que eles vão se atrair? A gente nem sabe se existe a possibilidade de que eles duvidem da sexualidade deles! Isso é muita coisa de histórinha, Jack, temos que ser pés no chão e realmente pensar em como isso iria acontecer! E se eles forem homofóbicos?

— Meu tio é Gay, Claire! Papai nunca discutiu sobre isso ou reclamou de ver o tio Gabe e o tio Sam se pegando na sala. Já o seu pai... — Jogou uma das batatas fritas que comia no prato novamente e seu olhar foi para a garota atrás de Claire, na mesa ao lado, uma morena de olhos esverdeados que não conseguia parar de olhar pra ele, ficou muito sem jeito mas não podia esconder o charme, logo lançou um sorrisinho de canto e piscou para a garota. Claire revirou os olhos e bebia um gole de sua caixinha de leite.

— Dá pra focar ou vai pegar aquela ali também? — Jack voltou o olhar para a loira gargalhando da cara de nojo que ela fazia.

— O dia em que a Kaia e você resolverem ficar nós comentamos sobre a minha vida amorosa, Claire.

Os amigos continuaram conversando sobre todas as maneiras possíveis de juntar seus pais, a dificuldade ia ser grande e eles tinham plena certeza disso, sendo assim arquitetaram um plano que julgaram ser infalível , - mesmo que tenha sido no estilo cebolinha. A construção de um relacionamento requer muita atenção, ambos devem estar sentindo-se bem e à vontade com seus parceiros tendo em vista toda responsabilidade de assumir quaisquer vínculo. Isso era no que os melhores amigos Jack e Claire estão procurando acreditar.

O sinal havia tocado, dando início as aulas finais do dia. Todos se direcionaram a suas salas com uma leve frustração.

***

Jack havia convidado a amiga para ir em sua casa depois da aula para terem uma ideia do que fazer e de todos os detalhes do plano infalível. Era assim que Jack havia chamado e Claire o julgou muito fã de desenhos infantis por isso. O garoto não ligava é claro. Quando os garotos adentraram a casa, se direcionaram para cozinha fazendo um pequeno lanche antes de explorarem suas ideias para si mesmos, ficaram ali sentados por pelo menos 10 minutos até o pai de Jack chegar.

Dean chegou colocando os sapatos sujos de graxa ao lado da porta de entrada, estava coberto por manchas pretas em todo corpo, inclusive no rosto. Parecia ter tido um dia e tanto na mecânica. Entrou no cômodo aonde havia Claire e Jack, abrindo a portas dos armários em busca de uma caneca. Suspirou pesado, quase enfurecido por não achar e ver todas as canecas em volta da pia.

— Gabriel só pode estar brincando com a minha cara. — Resmungou enquanto pegava um copo qualquer e colocava sobre a mesa, ao lado de Jack. — Loirinha! Como está seu pai? — Sorriu ao ver a menina ali, que sorriu de volta. — Jack, a louça é sua. — Sentou-se ao lado do filho pegando a garrafa de café e se servindo com um sorriso torto no rosto, o olhar do garoto que aparentemente estava com um pouco de raiva apenas se desfocou do pai e ficou sobre sua fatia de torta.

— Olá, tio Dean. No trabalho, ele mora lá. — Disse sorridente apreciando o copo de Star Wars que ela segurava com as duas mãos.

— Nada de novo, suponho. — Assentiu com a cabeça olhando para as mãos do filho, que seguravam sua caneca predileta toda detalhada com asas de anjo, ele fez uma cara feia para o garoto que revirou os olhos.

— Tio Sam comprou sua torta, ainda tem metade. — Disse para o pai que abria um sorriso maior, ele era apaixonado por torta. Ele se levantou rápido indo em direção a sua preciosa na geladeira.

— Pra compensar a bagunça que o Gabe deixou. 1,94 de altura de pura chantagem. — Bufou por um instante pegando todo o prato de torta para si. — Vocês não vão querer mais, né? Não? Ok. — Disse ignorando qualquer tipo de resposta que poderia receber e se afundou em devorar a sobremesa.

Jack se levantou apontando a direção das escadas para a amiga com a cabeça e ela assentiu no mesmo momento entendendo o que o amigo queria dizer. Era hoje que eles iriam bolar o plano e dar inicio a maior traquinagem que eles já pensaram em fazer. Jack e Claire eram gêniozinhos do mal, segundo Dean. Sempre que podiam estavam aprontando, de pegadinhas leves até as mais pesadas. Mas essa com certeza seria a maior delas, mesmo que não seja uma pegadinha.

***

𝒕𝒉𝒆 𝒈𝒐𝒐𝒅 𝒐𝒍𝒅 𝒘𝒂𝒓 - Destiel AUOnde histórias criam vida. Descubra agora