8 - Thinking about, Dean?

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(esse capítulo terá revelações que tinham que estar exatamente nele, toda trama foi bem pensada, não me matem, obrigada por estarem acompanhando! Xoxo! Aviso: Gatilhos de ansiedade, caso você não se sinta confortável lendo pode pular pro próximo)

     Castiel pensava em como foi arrogante em sua primeira conversa oficial com Dean na semana passada, depois de tantos anos sem trocar palavras ou tentar interagir sabia que no fundo era pura mágoa que guardava. Não de Dean, e sim, de seu pai Chuck. Ele o obrigara a se afastar dos Winchester's e de seu meio-irmão Gabriel. Eles nunca foram muito próximos, Chuck havia tido um filho fora do casamento, e nunca se perdoou por tal atrocidade. Jurou ir a igreja até os últimos dias da sua curta vida e prometeu a sua esposa que Castiel e Miguel iriam vagar no "caminho certo". Desde então, obrigava Castiel a ir todos os dias a igreja e pedir perdão a deus, por ser gay. Forçou o garoto a escolher outras amizades, se afastar do meio-irmão e namorar a filha dos Kline, que eram devotos da mesma igreja. 

    A mente de Castiel vagava pelo quarto, se consumindo e se questionando - novamente - que em durante todos os anos da sua vida ele tenha sido um pouco como seu pai. Ele nunca o perdoaria, mesmo depois de falecido, não perdoaria o pai por ter moldado o que ele era, para uma pessoa igual a ele.

   Castiel segura o celular em mãos, deitado em sua cama pensando em mil e uma maneiras de se desculpar com Dean, afinal, ele tinha sido extremamente desnecessário. Pensava também que poderia se aproximar de seu meio-irmão e de seu, talvez cunhado também? Mas eram tantas divagações, tantas inseguranças, segredos e tabus que ele mesmo tinha criado a si mesmo, por conta de todo seu passado arrastado e conturbado... Ele tinha medo. Porém, resolveu começar a escrever uma mensagem de texto.

(20h21) Castiel: Olá, Dean. Peço desculpas pelos meus comentários ridículos. Espero um dia poder conversar com você sobre.

✓✓

Seu corpo estremeceu e ele arfou ao ver que tinha sido visualizado na hora. Percebeu de que Dean estava digitando e puxou alguns travesseiros contra seu peito, enquanto esperava ansiosamente - como um adolescente - a mensagem.

(20h22)Dean: Pra que tanta formalidade em escrever um pedido de desculpas, cara?

Castiel sorriu, sentindo-se mais leve.

(20h23)Dean: Inclusive, você não deveria ter agido daquela forma. Eu não sei se reparou, mas Jack é um fofoqueiro de plantão.

(20h23)Castiel: Então quando ele se juntar com a Claire para falar sobre o soco, provavelmente vou sair no jornal da escola.

(20h24)Dean: Hahahaha.
Então vai significar que o soco foi bem digno.

(20h24)Castiel Novak: É lógico que foi! Eu estou pra ficar roxo, droga!

(20h25)Dean: Perdão, mas você bem que mereceu.

(20h25)Castiel Novak: Talvez.

(20h26) Dean: Então, acha que a gente teria a oportunidade de conversarmos, dessa vez sem as crianças?

(20h27)Castiel Novak: Contanto que eu não leve outra surra, sim.

(20h27) Dean: Perfeito! É só não ser aquele cara homofóbico!

(20h28) Castiel Novak: Vou desmembrar aquele cara!

(20h29) Dean: Anotado, Castiel vai desmembrar a si mesmo caso seja homofóbico de novo.

(20h30) Castiel Novak: Boa noite, Winchester.

(20h31) Dean: Boa noite.

   Castiel se sentiu mais leve por um momento, havia tido uma conversa descontraída e sincera pela primeira vez em sua vida depois de muito tempo. Não se questionou, não foi como seu pai disse que ele deveria ser, por mais que apitasse toda vez em sua mente que ele tinha que ser como Chuck. Por um segundo a tensão de seus ombros relaxaram e ele conseguiu apreciar o belo soco que tinha recebido, pensando que quem merecia isso já não estava mais ali pra recebê-lo.

    Ele dormiu cansado, ainda sentindo a dor, mas estava leve ao mesmo tempo.

***

   A semana havia passado tão devagar mas finalmente a bela quinta-feira havia chegado, e na mente de Jack ele não podia parar de pensar em como conversar com a amiga depois do que presenciaram juntos e em primeira mão, Dean Winchester sendo agressivo e Castiel Novak, homofóbico. Jack se orgulhava e queria comentar com todos, mas a sua amizade com Claire era mais importante e resolveu se conter e adentrar a sala de aula em silêncio. A garota estava pensativa e Jack não queria incomodá-la, o plano dos dois havia falhado e ele não sabia se tentava continuar ou se desistia dessa brincadeira de cúpido.

    A aula havia passado rápido, e o intervalo chegou, para a alegria de muitos. Jack se revirou tantas vezes na cadeira que Crowley podia contar, ele estava incomodado demais. Claire por outro lado, se distraia olhando para Kaia sentada na mesa ao lado, se retraindo e se julgando. E se o seu pai soubesse que ela tinha uma queda por uma garota? Depois da atitude do pai ela se retraiu e voltou para o armário. A ansiedade na mente de Claire era gritante e ela podia jurar que estava soando frio ao pensar em Kaia. Seus olhos se voltaram para Kevin disputando a batata-frita com Crowley e se forçou a pensar que ele era atraente. Mas as suas mãos soavam e ela começou a estralar os dedos, afim de disfarçar sua crise de ansiedade.

   Kevin reparou o olhar tenso da loira, que o levou a questionar.

   — Claire, você está bem? — O foco de todos ao redor da mesa se voltaram pra garota, que ofegava, respirava tão alto e fundo tantas vezes, soava tão frio que quando Kevin tentou encostar em sua mão para fazê-la parar, a garota se afastou repentinamente, com medo.

    — N-não... — Crowley e Jack se entreolharam assustados, a garoto loiro sabia do que se tratava.

    — Crowley vai atrás de alguém! Chama a diretora! — Disse Kevin e a garota não havia escutado, ela já estava perdendo a noção da quantidade de gente ao redor e dos olhares preocupados dos amigos. Seu rosto manchado por lágrimas e delineador, seu peito pulando de tão rápido que seu coração batia, suas pupilas palpitando, seu corpo trêmulo demais para fazer um pedido de socorro e toda a inércia em suas ações a fez cair na cadeira, em desmaio.

    — AI MEU DEUS, CLAIRE! — Gritou Jack, correndo para segurar a amiga que já estava desacordada.

𝒕𝒉𝒆 𝒈𝒐𝒐𝒅 𝒐𝒍𝒅 𝒘𝒂𝒓 - Destiel AUOnde histórias criam vida. Descubra agora