15 - I fall to pieces when I'm with you

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   — Talvez. — Disse Dean com um sorriso largo para o moreno que estava ao seu lado, sentindo-se um pouco mal.

— Será que rola uma carona?

   Castiel perguntou, olhando para o caminho longo que teria para voltar pra casa, ele com certeza estava com preguiça de ir andando e sozinho.

— Ok, vamos. 

   Os meninos entraram no carro e Dean deu a partida seguindo a direção para a casa de Castiel, que o guiava, mesmo que ele já sabia um pouco preferiu que o moreno explicasse para facilitar a rota. 

— Você sabia que Claire é lesbica? — Perguntou Castiel, cortando um pouco da conversa sobre a rota.

— Eu sabia. Jack não olha pra ela. 

— O que? 

— Jack olha para todas as meninas, até quando vamos na esquina tomar sorvete e Claire é a única garota que ele não olha. Então eu meio que pensei que fosse o caso. — Castiel entendeu, meio que tenha sido um pouco confuso pois ele até pensou que ela talvez fosse namorada de Jack.

— Como você lidou quando Sam disse que era gay?

— Você não se lembra?

— É claro que eu me lembro, Dean. Eu digo, como você se sentiu?

— Eu não me senti, eu não era ele. Eu aceitei porquê era o certo, Sam é família. Depois eu fui pesquisando mais sobre e entendi o que era realmente.

— Você acha que eu deveria pesquisar?

— Eu acho que por Claire você deveria entender. Não é só atração sexual, é como ela se sente, é como ela é de verdade. Ela gosta de garotas e está tudo bem, não é nenhum pecado. 

— É, eu parei tanto no tempo e vivi tanto uma vida diferente da que eu queria que esqueci como lidar.

   Dean parou para pensar, ele achou que finalmente poderia tocar em assuntos mais delicados já que Castiel estava ali disposto para conversar. Quando eles pararam em frente a casa do moreno, Dean desligou o carro e ficou ali esperando criar coragem para a sua pergunta. Ele não tinha muito a perder, então fez mesmo assim.

   — Eu... Eu sempre quis entender porquê você se afastou da gente, Cass. Nós éramos tão bons juntos, cuidavámos dos nossos irmãos como, éramos ótimos amigos.

   Castiel pensou um pouco no que Dean disse para poder responder, ele não tinha capacidade de explicar tudo que passou, tudo que aconteceu e toda lavagem cerebral que sofrera, mas por enquanto ele se sente acordando de um pesadelo, como se houvesse uma luz que tivesse finalmente despertando sua verdadeira personalidade.

  - Aconteceu tantas coisas que seria tão difícil explicar pra você agora. Eu só posso dizer que... - Seu olhar fora de encontro com o de Dean, que estava vidrado na forma em que Castiel gesticulava e tentava ocultar sua voz embargada em meados as palavras. - Estou pensando com mais clareza de novo, como se eu tivesse dormido todos esses anos.

  — Eu não sei o que aconteceu, espero que um dia você tenha vontade de me contar. Eu sempre senti sua falta. Você era meu melhor amigo.

    Cass suspirou. Parecia meio chateado, ser amigo era uma coisa que ele nunca apenas quis ser de Dean na adolescência. Ele sempre quis mais do loiro.

— Eu gostava de você, Dean.

   As palavras saíram da sua boca tão automaticamente que ele nem teve tempo de processar. Foi um pensamento tão alto que ele apenas sussurrou, esperando que Dean não escutasse mas sendo meramente falho pois Dean estava impactado com a fala impensada e não proposital do moreno, seus olhos ainda se mantinham vidrados nos azuis, que agora ficavam mais brilhantes por conta do rubor em suas bochechas. O rosto de Castiel se virou para a porta do carro, pronto pra uma fuga. Já não sabia como encarar, ele precisava fugir.

   — Hu'h? Como assim, gostava? Me explica, você se afastou por que gostava de mim? Romanticamente? Não faz o menor sentido, Cass.

   A abordagem de Dean fora um pouco inesperada, deixando-o mais sedendo por sair do carro como nunca. Percebeu a tentativa falha de soltar-se do cinto de segurança, como da última vez que estivera no carro de Dean.  Deve haver uma falha nessa porcaria, pensou Castiel.

  Dean se curvou para solta-lo do cinto, quando notou que seus olhos estavam próximos dos lábios de Castiel, que estava mais ruborizado do que antes pela aproximação.

  — Dean...

  — Então, por que você não, você nã--

   A aproximação estava tão grande que Castiel podia ouvir a respiração de Dean em seus lábios, ele não pensou e apenas deixou seu corpo agir com necessidade. Necessidade dos lábios de Dean. Então ele selou um beijo. Que parecia uma promessa. Uma promessa de vê-lo novamente. De senti-lo novamente. Ele em sua mente prometeu que o primeiro, após tantos anos se arrependendo de nunca ter feito o que deveria, ele prometeu que esse não seria o último.
  
    Dean arfou durante o beijo, dando passagem para Castiel aprofundar com a língua, sentindo todas as explosões em seu estômago, suas mãos trêmulas apertando as de Castiel por cima da trava do cinto de segurança. A necessidade era tão mútua, era de fato uma vontade de cessar toda guerra. Toda luta que eles travaram por anos. A boa e velha guerra havia acabado.

Castiel cessou o beijo deixando Dean sem palavras e saiu do carro após intenso momento, sem dizer nada apenas com um pequeno sorriso nos lábios. Dean queria ter dito algo, mas não havia mais nada a dizer. Havia apenas Castiel se infiltrando em sua mente mais uma vez, roubando suas palavras e deixando seu corpo trêmulo.

   Ele ligou o carro e voltou para casa. O caminho todo pensava em como deveria ter voltado, dito qualquer coisa, ter tido uma reação. Dean apenas aumentou o volume do rádio, que tocava a música que cantou no Roadhouse. E claro, ele se permitiu sorrir.



𝒕𝒉𝒆 𝒈𝒐𝒐𝒅 𝒐𝒍𝒅 𝒘𝒂𝒓 - Destiel AUOnde histórias criam vida. Descubra agora