Demon Slayer -- As Estrelas da Esperança

Capítulo 25: Recuperou Suas Memórias

Meu corpo estava completamente dormente e sem forças quando Muichiro conseguiu destruir a bolha, mas mesmo assim, estava sem forças, tinha ingerido muita água e aos poucos meus olhos se fechavam. Estava morrendo. Ainda acho que é uma forma ruim de morrer, sempre me imaginei tendo aquelas mortas honrosas que lemos em livros ou como a do Rengoku-sama, ele morreu como um verdadeiro herói lutando contra uma Lua Superior, apesar de não ter conseguido matá-lo, mas é claro que eu não conseguiria ter uma morte de honra. Sou apenas uma criança que entrou nessa confusão por acidente, nada demais, sempre achei que a Yoru gastava seu tempo me treinando, eu nunca vou conseguir ter metade das suas habilidades e velocidade, ela é a criadora da Respiração da Estrela, nunca poderei superá-la, não importa o quanto eu treine e melhore. Eu não mereço o posto de hashira que o mestre me ofereceu. Quando sentia que minha consciência sumia aos poucos, fui abruptamente despertada enquanto sentia pressão sendo colocada contra meu peito, despertando do meu quase-morte e cuspindo toda a água fora, minha garganta ardendo no precesso e minhas roupas se sujando levemente de lama; sentia mãos em minhas costas enquanto tentava me manter viva, quando não tinha mais água para jogar fora, olhei para o dono das mãos e vi Muichiro, ele me olhava com seus profundos olhos verde-menta de sempre, mas dessa vez eu vi algo diferente, vi um brilho de preocupação neles.

Ele estava preocupado comigo?

Percebi que os espinhos que o oni jogou contra nós ainda estavam presos nele, isso era algo ruim, então as tirei sem dizer nada e ouvi grulhir de dor, deixando-me preocupada e com sentimento de culpa.

-- Me desculpa, é que... achei que estivesse incomodando.

Parando para pensar agora, eu beijei ele...

Eu beijei ele! Que vergonha!

Muichiro não deu muita atenção para mim, rapidamente indo até o pequeno ferreiro que estava bem ferido, provavelmente foi atacado por um dos monstros que o Lua Superior invoca, Tokito o pegou nos braços preocupado e vi o monstro peixe se aproximando sorrateiramente pelas costas, peguei minha katana e, em um movimento rápido, cortei o peixe monstruoso em vários pedaços, caindo fraca no chão logo depois enquanto cuspia mais água fora, provavelmente ainda tinha algumas gotas dentro dos meus pulmões.

-- Tokito-san.. -- o jovem ferreiro sussurrou, fraco pelas feridas que havia sofrido. -- E-esqueça de mim... vá ajudar.. o Haganezuka-san...

Tão jovem e já pensa mais nos outros do que em si mesmo, ele tem uma alma pura e honesta.

-- Proteja... a katana..

Katana?

Tokito levantou, parecia furioso, marcas que lembravam nuvens e a névoa apareceram em seu rosto, deixando-me confusa, mas apenas fui até o corpo imóvel do jovem ferreiro e o levei até um lugar onde nada aconteceria com ele, indo atrás do Muichiro logo depois, mesmo que eu sinta que vou ser apenas um fardo para ele. Antes que eu conseguisse entrar no galpão, tentáculos de polvo saíram do mesmo, destruindo o lugar, levantando Muichiro no alto junto de outro ferreiro, mas antes que tivesse que intervir, Tokito rapidamente cortou os tentáculos que o segurava; parecia uma katana nova, provavelmente foi dada pelo ferreiro.

-- Obrigado, Kanamori-san. -- Tokito agradeceu, sendo algo consideravelmente surpreendente.

-- Não, não. -- o ferreiro não parecia estar esperando aquilo. -- Eu.. só segui as instruções do seu primeiro ferreiro e fiz exatamente como ele escreveu...

-- Ah, sim. Tetsuido-san fazia minhas katanas antes. -- ele se lembrou! -- Ele morreu de um ataque cardíaco...

Muichiro estava diferente, não apenas fisicamente, seus olhos estavam diferentes junto de sua postura relaxada e habilidosa, parecia que o brilho e vida que, um dia, ele perdeu havia retornado em seus olhos e é muito bom ver isso pessoalmente. Ele recuperou suas memórias. Muichiro avançou contra o Lua Superior novamente, ainda mantendo sua expressão calma e tranquila, isso era um pouco estranho; peguei Kanamori pelo braço e o puxei para uma distância segura do combate, indo até o ferreiro que ainda afiava uma katana, mesmo estando bem ferido, sua concentração era algo admirável.