Capítulo 2 - I Still...

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Foi num final de semana que a conheci, estava com meu irmão e amigos na sorveteria perto da escola.
Eu sei, parece estranho ir especificamente tomar sorvete perto da escola num final de semana, mas o sorvete de lá era incrível!

E pelo jeito, não éramos os únicos que optaram por sorvete para diminuir o calor que fazia na cidade.
Três garotas, muito bonitas aliás, se aproximaram para fazer seus pedidos ao atendente.
Uma delas conhecíamos bem, era Madeleine, uma amiga minha desde o 2° ano.
Ela estava acompanhada por uma menina loirinha e a outra de cabelos negros, ambas de olhos verdes como esmeraldas.
Logo me encantei pela morena, seu olhar era tão intrigante e sedutor. Nunca fui de namorar, apesar de ter fama de pegador. Meus colegas confundiam as coisas, eu era o cupido da galera e por conversar muito com as meninas e tal, ficavam me zoando espalhando boatos.

" Se você não ficar espertin, vai perder pro Min!"

Eu sei, isso era muito besta! Mas releva, estávamos no colegial. Para ser mais exato, estávamos no último ano naquela época, faltava apenas seis meses para encerrarmos o colegial.
Estávamos ansiosos para o ano acabar e irmos para faculdade. Por estar tão focado nisso, eu que já nunca tive relacionamento sério com ninguém, fugia de namoros igual diabo que foge da cruz.
Não vou mentir, beijei muitas meninas, mas nunca me apaixonei.
Até que conheci Tessa, a nova vizinha de Madeleine naquele dia ensolarado.
O cara que corria de compromisso e evitava qualquer encontro romântico, estava ali babando por aquela menina.
Nunca acreditei em amor à primeira vista, mas com aquela garota... Algo me dizia que ela seria minha perdição.

E foi exatamente isso que aconteceu a partir do momento que me levantei. Surpreendendo os meus amigos e à Madeleine, tadinha... Com aqueles olhos redondos e castanhos me olhava assustada.
Ela sempre teve olhos lindos e mais sinceros que já vi.
Nossa amizade começou quando a defendi de um Zé ruela que a desmereceu por não falar bem o inglês.
Madeleine é imigrante como eu e meus amigos.

Viemos morar nos Estados Unidos bem pequenos e Madeleine tinha acabado de vir da Espanha com sua família e nós viemos de Bucheon, Coréia do Sul.
Tão tímida e insegura com seus cabelos cacheados e castanhos, que estavam tão bagunçados que cobriam seu rosto.
Não pude ficar quieto, sempre fui alto e usei isso para amedrontar aquele tampinha xenofóbico.
A partir daquele dia me tornei seu irmão mais velho que a protegia de tudo e de todos e ela minha irmã mais nova que nunca tive.

- Oi Mady! - Cumprimentei ao me apoiar no balcão do trailer.
- Oi Min, o quê você quer?

" Essa pirralha aprendeu demais andando comigo, me conhecia bem e já sacou que estou tentando conhecer a presa da vez."

- Não posso cumprimentar minha melhor amiga não?

Ela me olhou daquele jeito que só ela sabe fazer, me julgando até a alma. Conseguia me assustar, mas amava quando fazia aquilo.

- Meninas, esse é meu amigo Ming, aviso logo que ele é bonito mas não presta! - Diz fazendo as outras rirem.
- Quê isso sua doida? O quê elas vão pensar de mim?
- Ué, o que você é... Uma peste chata que não pode ver um rabo de saia!
- Madeleine, o quê fiz com você dessa vez? - Ops toquei em tópico sensível neste momento, a chamei pelo nome, deu ruim.
- Como é que é? - Ela ficou zangada, me segurei para não rir da carinha fofa dela. - Seu idiota desgraçado filho da mãe! - Não disse? Ela ficou puta comigo.

Eu a segurei pelo braço e a levei para o canto, para que ninguém nos ouvisse.
- Qual é Mady? Vai ficar brava comigo até quando?
Ela evita me olhar, cruza os braços e faz bico.
- Coisinha fofa que amo tanto! - Não resisti e apertei de leve as bochechas rosadas dela.
- Pára Min! Que saco!
- Me perdoa? Eu sei que combinamos de irmos para a mesma faculdade. Mas a fotografia virou minha paixão!
- O problema não é esse, não sou uma babaca neste nível! Mas precisava ir para um faculdade tão longe?
- Como te disse, a distância não vai fazer nossa amizade acabar, não confia em mim?
- Confio.
- Confia mesmo? Nunca vou te abandonar Mady!
- Jura?
- Juro de dedinho! - Acariciei o rosto daquela mal criada e com o meu dedo medinho apontado pra ela consegui a fazer sorrir.
Ela cruzou seu dedinho no meu, eu os beijei e em seguida ela fez o mesmo.

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