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Estava no almoço em família, meus pais me chamaram e eu fui. Eu e meu namorado estávamos cumprimentando todos que estavam presentes.

Fui até meus pais e os abracei, meu namorado fez o mesmo e depois, sentamos em uns bancos, era uma chácara que meus avós tinham.

Yago: Eu já volto, vou pegar alguma coisa pra comer. - Ele levantou e saiu de perto de mim.

- Tá bom, né. - Fiquei sentada no banco olhando as crianças tentarem pegar as frutas de uma árvore.

Estranhei a demora dele e resolvi ir atrás, até que achei ele e minha prima em um canto mais reservado, os dois pareciam discutir.
Fui até eles e chamei a atenção dos dois.

- Algum problema? - Perguntei preocupada.

Hana: Não, nenhum problema. - Ela deu um sorriso, mas não me convenceu.

Yago: O que você veio fazer aqui? - Ele suspirou e virou pra mim, ele parecia irritado e nunca havia falado desse jeito comigo.

- Por que está falando desse jeito comigo? Olha, esquecem, eu só vim chamar vocês para comerem.

Hana: Estou indo, preciso conversar mesmo com todos.

- Sobre o que?

Hana: Surpresa, só saberá quando todos estiverem juntos.

- Então, tá. - Andei na frente deles e voltei para perto do pessoal, todos estavam se organizando e sentando à mesa.

Logo, Hana se levantou chamando a atenção de todos, enquanto olhavam para ela, a mesma começou a falar.

Hana: Eu queria dizer para a família, que teremos mais um membro, eu estou grávida. - Todos ficaram chocados, ninguém esperava isso dela - E não acabou... Eu estou grávida de Yago. - Foi aí que meu mundo caiu, ela estava grávida do meu namorado!?

Senti meus olhos se enchendo de lágrimas, olhei para ele que estava pálido e desesperado, minha mãe veio correndo me abraçar e meu pai foi tirar satisfação com Yago.

- Como puderam fazer isso comigo? - Eu já não conseguia me segurar, deixei minhas lágrimas saírem.

Yago: Kira, por favor... Me escuta. - Ele tentou chegar perto, mas meu pai foi pra cima dele, sendo segurado pelos meus tios.

- Eu odeio vocês dois, e principalmente você! - Apontei pra ele, mesmo que minha prima fosse uma vagabunda, ele foi o mais culpado de tudo isso, ele quem deu bola.

Enji: Fiquem juntos, vocês se merecem mesmo! Eu sempre soube que você não era o homem ideal para a minha filha, seu canalha! - Meu pai o xingava.

- Desde quando isso? Eu ficava trabalhando por horas naquela oficina, e você me traindo!

Hana: Oficina? - Ela fez uma cara de desgosto - Sinto muito, Kira... Mas, agora vamos formar uma família, ele vai até me dar uma casa.

- Uma casa? Você estava planejando dar a casa para ela? A casa que eu tanto queria e estava ralando pra conseguir dinheiro e comprar!? - Eu não acreditava que ele havia feito isso comigo, confiei demais nele.

Me soltei da minha mãe e saí daquele sítio, não liguei pra ninguém vindo atrás de mim, eu só pensava em ir embora. Estava com muita dor, quem eu passava o meu tempo e realmente amava, acabou me traindo.
Liguei a moto e saí de lá o mais rápido que pude.

***

Quando cheguei no meu pequeno apartamento, eu comecei a juntar as roupas dele em um saco de lixo, e joguei tudo pra fora.
Peguei meu laptop e fui navegando pela internet, procurando urgentemente uma vaga de emprego, não iria voltar naquela oficina.

Eu resolvi que não iria chorar por ele, não valeria a pena, não sentiria falta dele e nem de seu pau pequeno. Iria focar em arrumar um emprego e comprar minha própria casa, era meu sonho.
Sempre tive esse sonho de ter uma casa grande, um quintal com uma enorme piscina e uma área de lazer, era o que eu mais queria.

Me levantei e fui até a cozinha, peguei uma xícara e enchi de café, depois voltei para a sala e voltei a mexer no laptop. Fui rolando para baixo daquela página, até que um chamou minha atenção, uma vaga para babá.
Cliquei no anúncio e vi que dava tempo de me inscrever, não perdi tempo e me cadastrei, coloquei todos os meus dados. Não demorou muito, e eu recebi um e-mail dizendo que a inscrição foi bem sucedida.

No e-mail dizia que a entrevista estava marcada para o dia seguinte, nela dizia o horário, dia e o endereço de onde eu deveria estar, anotei tudo no papel e desliguei o laptop.

Levantei do sofá e fui até um quadro que tinha uma foto, estava eu e Yago em um parque. Ele sempre me disse que queria ser pai, todas as vezes que tentávamos, eu nunca consegui engravidar.
Coloquei a mão na minha barriga e pensei bem, talvez eu não pudesse ter filhos, ele conseguiu realizar o sonho dele.

Deixei o quadro virado para baixo, não queria me lembrar dele. Olhei no meu celular e vi que havia algumas chamadas dos meus pais, mandei uma mensagem dizendo que eu estava bem, e que só queria um tempo sozinha.

Meu pai sempre disse que não gostava dele, sempre que eles diziam que não gostavam de algum namorado meu, o cara no final nunca prestava. Mas, por teimosia, eu achei que estavam tentando me privar de ser "feliz".

Andei até o meu quarto para pegar minha toalha e roupas, iria tomar um banho. Precisava relaxar, ir para aquela entrevista e conseguir aquele emprego, afinal, eu teria que pagar as contas do apartamento.
Era eu que pagava a maioria, a responsabilidade sempre foi minha, então, não tinha como escapar ou deixar pra depois.

***

Depois que tomei um banho para relaxar, eu saí do banheiro já vestida. Fiquei vendo televisão por bastante tempo, até que anoiteceu e eu fiz minha janta.

Yago apareceu e fez o maior escândalo, pedi para o porteiro levar ele, eu não iria deixar ele se aproveitar de mim, novamente.
Eu confiava no mesmo, mas ele me fez perceber que não deveria confiar em ninguém, que todos eram iguais, só vinham atrás da gente, quando queriam alguma coisa que os beneficiassem.

Depois de todo esse alvoroço, eu resolvi escovar meus dentes e dormir, precisaria chegar cedo no endereço. Não queria me atrasar e causar uma má impressão, ou então, chegar lá igual um zombie por não dormir direito.

Toji Fushiguro - Jujutsu KaisenOnde histórias criam vida. Descubra agora