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Toji: E o que você está cozinhando?

- Uma sopa de letrinhas para o Megumi.

Toji: Eu estou de olho, não vai por veneno, hein. - Era um absurdo as coisas que ele inventava.

- Ora, seu! - Me virei e fiquei paralisada, nas costas dele havia um bicho muito estranho.

Toji: O que foi? Eu sei que sou lindo... Mas, você não pode ficar me olhando!

- Não se mexe, tem um bichão atrás de você. - Me virei para pegar uma frigideira e depois virei para Toji novamente, mirei bem na cabeça do bicho e dei uma panelada.

Toji: Desgraçada! Por que me deu uma panelada? - Ele colocou a mão onde tinha batido.

- Tinha um bicho aí e você ainda briga comigo? Vai se lascar, não ajudo mais! - Joguei a panela de lado e continuei prestando atenção na minha sopa.

Toji: Você quase me matou, queria que eu reagisse como?

- Pelo menos, um obrigado.

Toji: Olha isso, tá até saindo sangue. - Olhei para a mão dele e realmente estava.

- Vou pegar um kit de primeiros socorros. - Fui até o quarto do Megumi, peguei uma maletinha e voltei para a cozinha, no caminho vi Megumi e Karina na sala.

Toji: Acho que vou morrer.

- Para de drama, nem é pra tanto. - Comecei a limpar o sangue, depois fiz um curativo.

Ouvimos Karina nos gritando na sala e corremos até lá. Ela chegou falando que Megumi estava vendo espíritos e conversando. Ao olhar para o chão, eu vi o mesmo bicho perto de Megumi, voltei para a cozinha e peguei uma vassoura.

Corri até o bicho e dei várias vassouradas nele, mas a vassoura atravessava o bicho.

Karina: Está batendo em que? - Ela não entendia nada.

- Tira o Megumi daqui, o bicho vai morder ele.

Toji: Kira? Você consegue ver ele?

- Como assim? É lógico que estou vendo, olha o tamanho desse bicho. - Desisti de dar vassouradas e peguei Megumi no colo, correndo para trás de Toji, se o bicho fosse pegar alguém, o Toji iria de base primeiro.

Toji: Relaxa, ele não vai fazer mal pra gente.

Karina: Vocês só podem estar brincando com a minha cara, não tem nada aqui!

Toji: Que roupas são essas? Eu não mandei o Gojo comprar roupas comportadas para você?

Karina: Ele não comprou, eu estava esperando.

- Ué, ele veio aqui e te entregou, não? - Eu acho que falei demais, ela me encarou como se fosse me matar.

Toji: Chega, vai embora. - Ele foi até a porta abrindo a mesma. Deixei Megumi no chão e fui indo embora - Você não, a Karina. - Ele me barrou, fiquei com vergonha por ter entendido errado.

Megumi correu até mim, voltando para o meu colo, Karina me encarou uma última vez e foi embora.

Toji: Precisamos conversar seriamente.

- Sobre o que?

Toji: Você conseguir ver maldições.

- Aí credo, eu não curto essas coisas, não.

Toji: Não é nada disso que está pensando, é sobre você ser diferente de algumas pessoas.

- Diferente?

Toji: Sim, só pelo fato de conseguir ver o "bicho".

- Então, a Karina realmente não estava conseguindo ver?

Toji: Acredito que não, ela até nos chamou de loucos.

- Onde eu fui me meter! - Lembrei da sopa e corri até lá, levei Megumi comigo em meu colo.

Megumi: Sopinha, Megumi vai comeeee. - Começou a cantar.

- Megumi está com muita fomeee, ele quer jantaaar, mas o chato de seu pai, não quer deixaar.

Toji: Não consegue ficar um segundo sem falar de mim.

- Que susto, parece uma assombração!

Toji: Você virá amanhã?

- Sim, os dias que precisar de mim é só chamar.

Toji: Você tem filhos ou marido?

- Por que essa pergunta?

Toji: Quero saber quando posso te chamar pra cuidar do Megumi.

- Não tenho nenhum dos dois, moro sozinha. Então, tenho o tempo todo livre.

Toji: Ok, amanhã você pode vir cedo, eu quero falar com você e chamarei Gojo.

- Sobre o que?

Toji: Esse assunto de você conseguir ver as maldições.

- Bom, eu acho que isso é bobagem.

Toji: Deve ser algo novo para você, por isso pensa que é "bobagem". - Terminei a sopa e coloquei em um pratinho para Megumi.

Deixei ele sentado na cadeirinha e fui mexendo para esfriar.

- Espera um pouquinho, está esfriando.

Megumi: O tio Gojo vem amanhã?

Toji: Sim, filho.

Megumi: Fala pa ele me trazer binquedo?

Toji: Filho, tem que parar de ser interesseiro.

- Você só iria receber ele bem se ele viesse com brinquedo?

Megumi: Sim, eu gosto de binquedo.

- Dá pra perceber, seu quarto é cheio! - Entreguei a sopa que já tinha esfriado.

Toji: Me dá um pouco dessa sopa, aí. - Ele pegou um prato também.

- Não, pra você eu coloquei veneno.

Toji: Regulando comida, desumilde!

- Eu não, o senhor que falou que nosso dever era cuidar somente do Megumi.

Toji: Eu tô com preguiça de cozinhar, aproveita e come um pouco também. - Se sentou à mesa, com o prato dele.

- Aquela moça ainda vai estar aqui? - Me servi e sentei junto a eles.

Toji: Qual? - Me olhou.

- A que está como babá.

Toji: Não quero ela aqui, já provou que não está aqui para cuidar de uma criança.

- Ela só queria arrumar um maridão.

Toji: Que vá arrumar em outro canto, eu não vou casar de novo.

- Entendo...

Toji: Você aceita cuidar do Megumi, não é?

- Claro que sim, eu realmente tô precisando do emprego.

Toji: Eu geralmente trabalho vário dias, aí acabo não tendo tempo para cuidar de Megumi

- Pode deixar que eu cuido dele, afinal, eu vim pra isso.

Toji: Muito obrigado.

Terminamos de comer e eu fui com Megumi para o quartinho dele, levei ele ao banheiro para escovar os dentes e depois voltamos para o quarto.
Deitei o pequeno na caminha e cobri ele.

Megumi: Tia, lê uma historinha pa mim?

- Leio sim... - Fui até a prateleira - Qual você quer?

Megumi: Quero dos porquinhos.

Peguei o livrinho dos três porquinhos e comecei a ler a historinha pra ele, até o mesmo dormir. Cobri ele e apaguei a luz, saí do quarto cuidadosamente sem acordar ele.

- Até amanhã, senhor Toji. - Disse ao ver o mesmo na sala.

Toji: Boa noite Kira, até depois. - Saí do apartamento e chamei um táxi, depois fui para a casa fazer algumas tarefas e ir dormir.

Toji Fushiguro - Jujutsu KaisenOnde histórias criam vida. Descubra agora