Capítulo 102 - Prazer, seu Karma

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Quando criança ele desejou morrer. Mas não sabia o significado de morte, na sua cabeça isso significava apenas que não teria mais que viver, era simples, não pensava em toda a estrutura que isso envolvia. Por isso no momento que aquele homem de aparência jovial e brilhantes olhos negros sangrou até a morte na sua frente, não entendeu o real significado.

Mesmo após passar dias observando o corpo congelado inerte, apenas um frio incômodo se apossava do seu estômago, não podia parar de pensar no seu último olhar. No desespero em sua voz. Ficou pertubado por semanas com isso, incapaz de ter uma noite de sono tranquila sem acordar suando no meio da noite. Então leu, quando não soube o que fazer ele leu, estudou e leu mais, porém sempre voltava a aquele frigorífico no laboratório, aquele lugar gelado onde o corpo permaneceu intacto. Se sentava ali e se perguntava o que Benjamin lhe diria, seria um sermão? Ou talvez ele quisesse lhe matar como vingança? Seja o que fosse agora queria que ele estivesse vivo para que fizesse isso.

Antes de entender o que sentia lágrimas brotaram pela primeira vez dos seus olhos, olhou em volta com medo da sua mãe estar por perto. Ela nunca lhe deixava chorar, era uma fraqueza, anjos não devem chorar. Ele era novo e não sabia muita coisa mas sabia que devia encontrar uma forma de trazê-lo de volta.

Depois de saber sobre o livro, então descobriu que a chave devia ser uma perfeita combinação entre anjo e demônio, seres que tivessem o perfeito equilíbrio de harmonia entre si para projetar o seu sangue alí, que tivessem seus destinos interligados. Rarlee não sabia de nada sobre isso de destino. Mas não precisava ser vidente bastava ele próprio ligar o destino, dessa forma quaisquer escolhidos por ele não deveriam ser desta forma destinados?

Encontrou nas escrituras antigas da sua mãe que o sacrifício final devia ser alguém destruído a tal modo que deixasse de lado suas inibições e tivesse alcançado a perfeição. Após ler mais detalhes, decidiu que não devia haver falhas.

Não fazia ideia de quem escolher mas logo sua mãe revelou estar grávida, toda vez que a olhava e se lembrava do estado de Benjamin congelado, sentia vontade de vomitar, seu rosto, sua aparência o fazia querer vomitar. Então quando a criança nasceu com a aparência da mesma foi decidido que seria ele. Era um segredo a todos que sua família vinha de uma longa linhagem de demônios, já que sempre quando crianças eram submetidos a experimentos até se tornar um anjo, se sobreviviam era sinal de serem dignos, se não então não tinham nada a perder.

O outro foi mais fácil de escolher, o homem perdeu o cargo na assembleia e estava disposto a tudo, então ele vendeu o próprio filho que ainda estava no ventre. A senhora Felton lhe injetou uma injeção experimental fazendo com que o bebê de uma longa linhagem de Anjos nascesse um demônio. Esse bebê era Kolin.

O garoto que agora derramava lágrimas pesadas enquanto tentava se libertar da barreira.

Rarlee observa em volta tentando entender em que momento tudo desandou. Richard se arrastava pelo chão até o desenho enquanto escrevia no topo da ampulheta o nome de Rarlee. Eram caracteres que ele não conhecia mas Richard provavelmente aprendeu por conta própria.

– De fato – Ele sussurra enquanto se apoia contra a parede – Talvez você realmente seja o mais inteligente de nós três... Narlan aquela vagabunda, sempre um passo a frente.

Ele podia sentir o sangue lhe engasgando e então quando libera as barreiras, percebe que Kolin permanece preso. Agora a barreira que prendia Kolin não era mais a sua, provavelmente agora era Richard quem o mantinha no lugar.

Talvez fosse seu plano desde o início? Não fazia ideia.

Ao terminar de escrever no entanto, Richard vai até o caixão... para não ter falhas em seu plano, Rarlee se sentiu receoso em colocar o nome de Benjamin diretamente na ampulheta. Ao invés disso escreveu que a pessoa ressussitada seria aquela que o cadáver permanecia no caixão daquela sala. Então colocou Benjamin alí.

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