Estava cansado de tudo isso, ele sabia que parte do que estava acontecendo era sua própria culpa, não queria ver mais sangue, toda a sua vida foi obrigado a isso. E agora ali estava ele, mais uma vez se perguntava por quê Daniel o havia guiado a àquilo.
Se ao menos não tivesse acusado o homem depois do que aconteceu, então ninguém teria ficado sabendo e nada disso teria acontecido, é claro que nada disso importava. Na época ninguém acreditou, mas ao menos teria evitado toda essa complicação. E se não tivesse desenvolvido o maldito distúrbio de personalidade, talvez Daniel não tivesse ficado tão obcecado por ele. Todas essas crianças, não podia permitir que se ferissem ainda mais.
No momento em que Wren disse o seu nome sentiu um arrepio agonizante por todo o seu corpo, depois que tudo aconteceu, o outro apenas fingia não se lembrar dele, e agora fôra lembrado como o garoto mentiroso.
No momento seguinte a isso Daniel já estava no seu pescoço, seus olhos tinham um brilho cortante, embora fosse um cãozinho dócil quando estava com ele, quando estava irritado se tornava outra pessoa. Era sufocante receber tanta devoção, mas era claro que o que mais o irritava era o fato de Daniel não viver a própria vida.
Sempre tão preso a ele... Odiava a si mesmo por não conseguir afastá-lo totalmente. Sempre que Daniel prometia se afastar, ele iria a lutas proibidas e se feria a tal ponto que poderia levar a própria morte. Queria muito dizer que não se importava, quando o avistasse com o corpo completamente ensanguentado e repleto de cicatrizes, não queria ir correndo em sua direção para o curar. Infelizmente isso apenas fazia que seu plano de se afastar fracassasse, achou que seria temporário, mas pensar que Daniel tomaria as suas dores e iria nessa missão louca de vingança, o fazia se culpar ainda mais.
Nesse momento Daniel atingiu outro soco no seu estômago, parecia estar repleto de ódio, o homem o agarrou também lhe atingindo um soco, mas não parecia nem ter feito cosquinha.
– Daniel, você vai matá-lo se continuar.
– É isso o que ele merece.
– Pare com isso.
Não queria vingança, matá-lo não tiraria nenhuma das noites que passou chorando e se sentindo sujo. Isso apenas o faria se sentir ainda pior ao lembrar que as mãos de Daniel estavam sujas com sangue por sua causa. Nunca quis se vingar, era algo inútil, tudo o que desejava era alguém que acreditasse que não estava mentindo, isso já bastava.
Agora temia mais do que tudo pela segurança daquelas crianças.
– Por favor, apenas pare.
O corpo do homem estava começando a ficar ensaguentado, seu nariz quebrado, e sua boca escorrendo sangue, se continuasse dessa forma então provavelmente morreria.
– Daniel, eu mandei você parar. – Carten repetiu com uma voz autoritária.
Dessa vez Daniel imediatamente deixou de desferir socos e o observou incrédulo.
– É o suficiente, mas que inferno, até onde vai a sua obsessão por mim? Eu nunca pedi por isso, não pode fazer algo assim em meu nome como se fosse um favor.
Ele se aproximou de Carten mordendo os lábios para conter a irritação.
– Não é apenas obssessão.
– Mas é claro que é, você não conhece nada além disso, qual a última vez que tomou qualquer decisão sem pensar em mim antes? Estou cansado de ser o centro do seu mundo.
– Você não compreende a imensidão de tudo o que sinto, eu já me esforcei muito para desapegar e fiquei muito tempo preso na sensação de não estar chegando a lugar algum, mas agora... posso finalmente fazer algo por você.
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| Prazer, Seu Carma |
FantasyEm um mundo onde anjos e demônios são inimigos, Richard que é obrigado a fingir ser um anjo tem seu irmão morto e vai em busca de vingança, mas para isso acaba se juntando ao seu inimigo de longa data. "Por que você me odeia tanto?" "Eu nunca disse...