Capitulo 72 - Coração Sincero

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– Chard, eu sei o que estou dizendo, eu odiava muito o meu pai, e vi ele morrer na minha frente, eu me arrependo profundamente de não ter feito nada para salvar ele, você fez o bastante, não pode mais fazer isso consigo mesmo.

Richard hesita.

– Mas não deveria se arrepender, ele te machucou, machucou a sua mãe, e isso foi o que causou o abandono dela, tudo o que você fez não foi sem motivo.

– Ainda era uma vida, ele tinha um coração batendo ali, como posso não me arrepender?

Richard fica em silêncio por um tempo, ele de repente muda sua direção e se volta para Kolin sem desviar o olhar.

– Não é por que tinham algo batendo no peito, que eles usavam isso pra qualquer outra coisa senão bombear sangue, sangrar não te faz humano, isso não basta Kolin.

Ele balançou a cabeça negativamente e enguliu em seco enquanto a pupila dos seus olhos verdes pareciam vibrar um pouco.

– Para, eu sei que você não é uma pessoa ruim, se fizer isso vai realmente se tornar um assassino.

– E qual é o problema nisso?

– O quê?

– Quer dizer... você sabe certo? você ouviu Linssen falando, fui eu quem organizou a morte de Marina, eu sou um assassino. – Ele diz com uma calma impressidivel.

– Impossível, você... você. – Kolin não consegue dizer mais nada.

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Richard não parecia estar mentindo.

Como ele não tinha visto algo tão notório antes? ele estava com um olhar que incendiava, não tinha nada mais que amargura, esse tempo inteiro a única coisa que o empolgava era procurar pelo assassino, enquanto nas sombras orquestrava a morte de Marina.

O julgamento e o tanto que ele se conteve na hora de falar era porque apesar de não querer condenar Kolin, ele também não queria se entregar.

– Você não se arrepende? – Ele Perguntou em vão.

– Eu preciso me arrepender? – Richard sorriu sarcástico.

– Chard, era uma pessoa, era uma vida, como você pode...

– Era um monstro, e ela agonizou até o último segundo de vida, eu garanti isso, não me arrependo, e nunca vou, se pudesse, eu faria tudo de novo, não pense que não faria.

– Eu sei que o que eles fizeram com você foi cruel mas nada justifica–

– Não, você não sabe, você não faz ideia, todos os dias era algo diferente, e sabe o pior de tudo isso? minha mãe fez questão de apagar cada uma das cicatrizes mas eu ainda sinto a sujeira se acumular por cada uma das feridas não abertas, me lembrando do fracasso que eu sou.

– E então você quer se vingar do assassino também? e o que vai ganhar com isso? Isso vai trazer seu irmão de volta?

– Não! Eu sei que não vai, tá bom? Não precisa me dizer, não precisa me lembrar que ele está morto, mas não posso seguir em frente enquanto o mandante disso estiver respirando.

– E o que vem depois?

– Não me importa, eu só quero sentir a dor dele, quero ver ele agonizando nas minhas mãos, quero que implore por misericórdia. – Ele diz completamente insano.

– Assim como a tortura com Sage... eu não sei o que aquele homem fez mas não me diga que você gostou disse.

Richard solta uma gargalhada curta, não era calorosa como a que ele havia dado antes, essa era seca e cruel.

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