Capitulo 98 - Despedida

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Cada centímetro do corpo de Richard queimava pelo seu toque, só queria que Kolin melhorasse, ele estava o agarrando com tanta força que acabou dormindo sobre o seu ombro. Era claro que estava muito cansado. Com muito esforço Richard conseguiu secá-lo e o vestir com roupas limpas, uma bermuda e uma camisa.

Quando acabou decidiu que era hora de conversar com Hayley mas no momento em que ia levantar Kolin agarrou o seu pulso e o puxou para se deitar junto com ele, ainda o abraçando.

– Kolin... eu volto logo, vai ser rápido, por quê não dorme um pouco?

Ele piscou algumas vezes acordando de seu sono profundo e o observou muito sonolento. Mas não demonstrou sinais de que iria soltá-lo.

– Para onde você vai?

Richard se sentou, sorriu e acariciou seus cabelos.

Antes que pudesse sugerir sair novamente Kolin agarrou sua cintura e deitou no seu colo.

Ele não podia lhe dizer que iria arrumar uma forma de enfrentar Rarlee de uma vez por todas, isso apenas o preocuparia mais. Fora que Richard não sabia se sairia dessa vivo, então queria aproveitar esses últimos momentos.

– Só... estava pensando em pegar uns galhos e improvisar uma fogueira.

Kolin franziu o cenho.

– Mentira, aqui já está quente, e você disse que ficaria comigo.

– Eu sei... é só que...

Kolin se levantou de repente o olhando preocupado.

– Está indo atrás dele, atrás de Rarlee? Eles estão aqui, nos encontraram?

– Não, não é isso, Kolin calma, não é nada disso. – Ele o tranquiliza segurando as suas mãos.

– Então por quê você quer me deixar?

Vê-lo desse jeito o feria profundamente, então se aproximou e beijou suavemente a sua boca para o fazer entender que tudo ia ficar bem, mesmo que não ficasse.

– Não vou te deixar.

Ele acenou e voltou a se deitar, o puxando junto novamente. Dessa vez Richard desistiu e decidiu deitar, de qualquer forma ele podia adiar um pouco o inevitável.

– Os vagalumes são bonitos você não acha? Eu queria te mostrar. – Ele tentou mudar de assunto.

– Nós já viemos aqui antes não é?

– Você se lembrou? Quanto exatamente?

– Eu não sei, tudo eu acho.

Richard sorriu animado por não ser o único a compartilhar aquelas lembranças.

– Na época você sempre andava triste e sozinho, parecia um gato abandonado, eu não conseguia resistir e acabei me aproximando.

Kolin não pôde evitar erguer um pouco o canto dos seus lábios.

– Ninguém gostava de você na época, por quê era estranho para eles que um demônio estivesse em um território de anjos, eles não entendiam que você vinha de uma família de anjos. E embora todos me cercassem eu queria justamente aquele que parecia me detestar.

Sua cabeça se ergueu com um brilho de esperança por um momento:
– O gato que você sempre mencionava... era eu?

Richard deu um sorriso suave:
– Não poderia ser outro, na realidade tentei preencher o vazio que você deixou mas não funcionou, foi então que percebi que tinha que chamar sua atenção de uma forma ou de outra.

– Como eu podia saber que você me via como um gato?

– Eu sei, fui um idiota... tinha sete anos, então aquilo me pareceu brilhante.

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