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Ela começou a gritar de dor.
– Me solte agora. – Ela pede se contorcendo.
Alguns guardas se aproximaram para segura-lo mas ele agarrou o outro pulso dela.
– Nem mais um passo, se não eu quebro os braços dela, ou arranco se preferirem.
Ele apertou mais forte e ela deu outro grito.
– Rápido, se afastem seus idiotas, não estão ouvindo. – Ela falou aos prantos.
Richard sabia que a esse passo Kolin não teria mais salvação mesmo que fosse comprovada a sua inocência, ele estava a mil e fora de controle.
– Kolin, não faça isso, mantenha a calma, você sabe que é perigoso. – Ele tentou mesmo sentindo que já não possuia voz, seu peito se corroía.
– Não Richard, eu não sei de mais nada, assim como um dia eu pensei que te conhecia, eu também estava errado, e eles estão certos, eu odeio cada um deles, mas eu não disse sequer uma mentira aqui, por que devo continuar tentando ficar na reta enquanto eles me acusam uma e outra vez.
De repente ele soltou a senhora Felton e agarrou o manto celestial que cobria o corpo de Richard.
Antes que os guardas se aproximassem novamente eles finalmente notaram algo.
– Não se aproximem, esse demônio está sem contentor, é perigoso. – Gritou um dos guardas.
Todos se afastaram espantados e começaram a gritar em uniosso "Assassino".
Os gritos eram cada vez mais altos e fizeram Richard sentir de alguma forma que estava encurralado, ele não soube ao certo em que momento as coisas deram tão erradas.
– Kolin, não faça isso.
– Não fazer o que? a minha vida inteira eu tentei não fazer, tentei manter a calma enquanto todos me vêem como um monstro, então eu diariamente tentava provar que não era um, tentava provar que poderia ser um deles, que poderia ser como você mesmo não tendo nascido um anjo, e eu estou cansado.
Ele agarrou mais forte o manto, quase o arrancando do corpo de Richard.
– Eu sei, eu sei como você se sente, mas vamos tentar encontrar uma solução juntos. – Ele tentou suavemente.
– Juntos? você só pode estar de brincadeira comigo, fui condenado a morte você não ouviu? claro, não é como se eu me importasse, morrer é bem melhor do que ter que passar o resto da vida mantendo essa droga apenas para apaziguar esses velhos irritantes.
– Eu sei que você sofreu mas...
– O que você sabe? você não sabe de nada, você me atormentou a minha vida inteira e eu nem sei por quê, e quando eu penso que você está minimamente se arrependendo, você... o que você faz? mentiras, mistérios idiotas, e toda essa merda.
– Kolin...
Seus olhos estavam tão próximos que era possível ver toda a dor guardada alí, sua voz e as suas mãos tremiam pela raiva e era visível que embora ele dissesse que estava cansado de se controlar, ainda agora seu esforço para não explodir era visível.
– Não fale a porra do meu nome Richard, você, dentre todos é o pior deles, você... Richard Nildern você, eles olham com desprezo de deixam claro que te odeiam, você é pior, você dá e depois toma, então você dá novamente, e sorri com esse sorriso falso fazendo com que a outra pessoa fique curiosa em saber como seria te ver dando um sorriso verdadeiro, mas isso nunca vai acontecer por quê você só usa as pessoas, você as vê como objeto e nada mais do que isso.
Seus dentes estavam cerrados com tanta força que Richard teve medo que sua mandibula se rompesse, então ele levantou a mão para segurar o seu rosto.
Mas Kolin estava com tanta raiva que o seu rosto começava a ficar vermelho e as veias se resaltavam.
– Kolin...
– Eu mandei não falar o meu nome. – Ele gritou o empurrando e fazendo ele cair no chão – Eu não sou um assassino.
De repente o chão começou a tremer, o ar em volta de Kolin era tenso e parecia queimar como fogo, ele era um vulcão ardendo tão intensamente com as chamas que irradiavam do próprio enxofre, isso só podia significar que ele teria uma explosão de poder.
As pessoas começaram a recuar e pararam de gritar a palavra assassino.
Mas ele nunca havia tido uma tão intensa antes, parecia que todo o instituto ia desabar.
Seu corpo tremia e ele levou as mãos a cabeça tentando manter a consciência, todas as pessoas começaram a correr e gritar desesperadamente como se assim pudessem escapar da explosão.
Ele parecia estar sentindo muita dor...
Richard se levantou com grande esforço e agarrou os ombros de Kolin tentando balançar ele e fazê-lo acordar.
– Kolin, Kolin, acorda, isso não dever ser assim.
Mas Kolin simplesmente não ouvia.
Ele não tinha mais energia alguma e precisava de alguém, qualquer pessoa que lhe emprestasse as suas forças para que ele salvasse Kolin mas todos apenas corriam em desespero.
Quando estava ficando sem esperanças ele viu a senhora Felton no chão tentando se manterem pé pelo terremoto.
Richard lhe olhou brevemente e em seguida olhou para Kolin que agora tinha os olhos fortemente fechados e começava a ficar agachado no chão.
Sem hesitar ele agarrou a mãos cheia de acessórios e decorada com as unhas vermelhas da senhora Felton e em seguida colocou a outra mão no peito de Kolin.
Ele proferiu em sussurros as palavras marcadas na estátua que a sua mãe havia lhe dito e cravado na sua pele tantas vezes para que ele decorasse.
Kolin levantou a mão e tentou retirá-lo mas Richard a manteve ali enquanto segurava com força a mão da senhora Felton e sugava a sua energia.
A princípio ela não não entendeu o que estava acontecendo mas depois se desesperou e tentou se soltar com todas as forças mas sua mão já estava ferida do agarro de Kolin então ela não conseguiu resistir muito.
Enquanto ele sugava cada vez mais a energia dela a pressão ao redor de Kolin se tornava mais suave mas ainda era muito intensa então ele pressionou o pulso da senhora Felton com mais força quase o quebrando a fazendo gritar de dor.
– Me solte, me solte, eu mandei você me soltar, não, o que você pensa que está fazendo? pare com isso. – Ela gritava o empurrando e batendo nele.
Até que finalmente algo aconteceu e tudo ficou em silêncio, o terremoto parou do nada e todos caíram no chão com um baque forte.
Era como um desastre natural.
Tudo estava silêncioso, silêncioso demais, e Kolin havia desmaiado sob os braços de Richard.
As pessoas confusas se entreolharam sentindo uma aura estranha, sinistra e assustadora, já vivênciada antes mas que eles pensaram que nunca mais aconteceria.
Ninguém quis acreditar até que a primeira pessoa gritou implorando por ajuda e cheiro fetido de sangue invadiu o ambiente de maneira hedionda deixando todos com um frio nojento e pegajoso na barriga.
Eram eles.
A barreira quebrou.
As bestas invadiram.
– Corram.
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| Prazer, Seu Carma |
FantasyEm um mundo onde anjos e demônios são inimigos, Richard que é obrigado a fingir ser um anjo tem seu irmão morto e vai em busca de vingança, mas para isso acaba se juntando ao seu inimigo de longa data. "Por que você me odeia tanto?" "Eu nunca disse...