Capítulo IX - Sorte divina

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Sakura até se esqueceu das angústias que passou nas terras inimigas, já que mesmo com a atual situação do condado, que não era das melhores, fizeram a questão de celebrar o seu retorno e até cozeram um cordeiro, tocaram músicas alegres e brindaram por sua vida:

‒ Um brinde pela minha filha e mais um por Naruto, que a tirou de dentro das terras inimigas! ‒ Kizashi bradava, agora muito mais enérgico do que vinha sendo nos últimos dias.

Uma série de urros foi ouvida, assim como diversas saudações, de certa forma, o feito de Naruto, por mais que não tivesse atrito direto com os Hatake, despertou novas esperanças naquele povo sofrido, esperanças de que o seu líder era forte o bastante para trazer de volta os dias de glória. Dias estes pelos quais todos os sobreviventes gostariam de conquistar e reviver, a maior parte dos sobreviventes, exceto os de mais idade e as crianças pequenas, se dirigiriam para as terra Uchiha na manhã seguinte, até mesmo Kizashi e Mebuki Haruno iriam para prestar assistência a feridos e organizar as refeições no acampamento.

Quando questionada por Naruto se iria acompanhar os pais, a rosada rebateu ainda mais decidida:

‒ Não só irei acompanhá-los, como também lutarei ao lado dos guerreiros com meu arco!

‒ Você não aprende Sakura? Viu o que lhe aconteceu a última vez em que quis bancar a valentona. ‒ Naruto ralhou com ela, enquanto ambos se afastavam dos ruídos da celebração.

‒ Você perdeu o seu pai na batalha e nem por isso está recuando, não tenho medo, ainda mais agora que não estarei sozinha.

‒ Eu só... Tenho medo de perdê-la mais uma vez. ‒ confessou visivelmente preocupado.

‒ Prometo a você que nada me ocorrerá, mas entenda: tenho informações privilegiadas e desejo de toda a minha vontade que os Hatake tenham tudo o que merecem, não poderia me contentar em ficar de braços cruzados. ‒ sorriu-lhe calidamente.

Ficaram alguns segundos imóveis naquela posição, olhando-se nos olhos mutuamente, até que Jiraya interrompeu com sua habitual malícia:

‒ Estou vendo o que está acontecendo entre os dois jovenzinhos, sim? Não pensem que o fogo da paixão escapa das vistas do velho amante aqui.

Ambos sorriram sem graça e continuaram a caminhar em silêncio, Sakura já havia notado os murmúrios entre o seu povo, Naruto já não fazia mais questão de disfarçar seu olhar interessado, ou talvez sempre o tivesse mostrado, mas ela não tinha sido esperta o bastante para notá-lo. Até flagrou Kushina questionar discretamente ao filho se o mesmo já havia feito o pedido, mas o loiro apenas sorriu com seu jeito estabanado e respondeu que aquele não era o momento para pensar nesses assuntos, que seria celebrado juntamente com a vitória na guerra.

Se encontrava na idade em que muitas moças da sua idade já pensavam em se casar, a própria Sakura por vezes assistia a união dos pais e desejava uma relação tão cúmplice quanto a deles e era evidente o quanto seu amigo era um fiel companheiro, porém seria o bastante? A maior parte das moças que haviam sobrevivido não hesitariam em disputar amor do herdeiro do clã, porém para Sakura não importava as posses ou o título que obteria junto de Naruto, aquela nunca foi sua ambição.

‒ Agora tratemos de descansar, amanhã partiremos para as terra Uchiha e vá preparada, lá tudo é gélido como o seu povo.

‒ Conheci lugares congelantes também. ‒ rebateu, fazendo menção a sua estadia.

‒ Eles são tão ruins assim, os Hatake? Digo, não há ninguém ali que tenha bom coração? ‒ perguntou interessado.

‒ Uma senhora, Siv. Ela era uma criada e vivia conversando e cuidando de mim, as outras só me maltratavam porque eu tinha mais contato com Sasuke, certa vez ele as amarrou para que eu as assustasse com meu arco, depois disso nunca mais mexeram comigo. ‒ soltou, se permitindo rir um pouco, aquela era sem dúvidas a única lembrança que a provocava riso.

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