Eternamente

Capítulo XII - Repouso

— Homens, busquem alguém para o socorro! — Itachi gritou, nem parecia o mesmo rapaz comedido de sempre, a emoção também havia tomado conta de seus sentidos.

— Senhora Uchiha! Sasuke está contaminado pelo veneno. — Sakura desvencilhou-se dos braços do noivo e correu para junto da mulher que portava o rapaz em seus braços.

— Eu não vim até aqui para perdê-lo novamente, Freya não há de permitir isso. Espere, como sabe o nome dele?

— É uma longa história, temos que resfriá-lo para atrasar os efeitos da substância. — sorriu compadecida, a morena assentiu com a cabeça e logo alguns soldados Uchiha vieram pegá-lo para levar até uma das cabanas improvisadas.

E foi assim que naquele momento, um dos maiores inimigos se reverteu em precioso aliado. Fugaku, que também começara a sentir os efeitos do veneno sob seu corpo, parecia ainda não compreender, calado em seu canto, não demonstrava a mesma urgência do filho mais velho e da esposa, mas ele não era o único desconfiado ali: os homens e mulheres que acompanharam a cena de perto também tinham seus receios, afinal, quais riscos a verdade poderia lhes oferecer? Um dos descendentes diretos do comando de uma das maiores forças havia sido criado junto e dentro dos princípios dos lobos, quanto tempo levaria até que ele se voltasse contra os corvos?

Apesar da preocupação com Sasuke e os demais envenenados, o grupo não podia se dar o luxo de ficar acampado até que todos melhorassem, além disso, nos próprios condados os adoecidos teriam mais chances de sobreviver pelo conforto e maior número de recursos disponíveis, bastava que sobrevivessem ao árduo caminho de volta e esta era a parte mais difícil.

Ao fim de um terço do dia haviam sido mais vinte e três baixas, Sasuke e outros continuavam sendo tratados, os Haruno junto de outros indivíduos de ambos territórios concluíram que os Yakushi uniram substâncias nocivas de vários animais peçonhentos diferentes, visto que era possível identificar um amplo ramo de sintomas em cada vítima, o que tornaria a recuperação ainda mais difícil e lenta, o Uchiha, por exemplo, já sofria com dificuldade respiratória, febre alta e manchas pelo corpo, enquanto seu pai biológico, debilitado pelo golpe final de Kakashi, tinha enjoos e ardores generalizados.

No instante da retirada, em que cada povo seguiria de volta para suas terras, Sakura permanecia ao lado de Mikoto na tenda que abrigava o filho da mesma, o temor pela vida do rapaz a preocupava e a matriarca também parecia requerer cuidados, já que só tinha olhos para o filho, como se a qualquer momento ele pudesse ser tirado de si mais uma vez.

— Com licença. — a morena de coques pediu, adentrando a tenda. — Sakura, Naruto está chamando você, os soldados já recolheram nossos pertences e partiremos logo.

Sakura suspirou pesadamente e acompanhou a morena sem dizer uma só palavra, em passos duros seguiu até chegar ao loiro de olhos azuis, que expressava uma carranca emburrada:

— Espero que esteja pronta.

— Eu não irei voltar agora, se Mikoto e Fugaku concordarem, irei acompanhar o regresso junto dos Uchiha.

— Mas Sakura — Mebuki e Kizashi também estavam próximos e a loira arregalou os olhos verdes com o que ouviu.

— Não se preocupem, a Sakura está apenas falando sandices, esse ambiente tomado por doenças não está fazendo bem a ela. — o loiro falava sério.

— Eu fui bem clara no que disse e não será você ou qualquer outra pessoa que me fará mudar de ideia. Sasuke está naquelas condições por minha causa, eu lhe pedi que fizesse algo por ele e você não me ouviu, agora tenho que ajudar no que for possível antes que seja tarde de mais.