Eternamente

Capítulo XIV - Vazio

Estava confortavelmente assentada na carroça junto de Mikoto e Izumi, seria bom voltar para casa e acalmar suas inquietações, que se agitavam dentro de si como pingos de uma tempestade que se passava dentro dela. Sasuke tentou beijá-la e ela por sua vez, quase o permitiu, porém no último lampejo de sua consciência, despertou há tempo de acontecer. Era noiva de Naruto, tinha essa imagem e respeito a zelar, tanto ela como Sasuke deveriam ter se importado com isso, mas o moreno apenas continuava a encarando com seus olhos neutros que ela não conseguia decifrar, o que só piorava seu desassossego, por isso buscava ignorá-lo.

Quando enfim adentraram na fronteira de sua terra natal, algo se aqueceu em seu coração, como era bom voltar. Foi recepcionada por seus conhecidos, que a saudaram muito bem, ainda mais porque seria a mulher do líder deles, contudo conforme se aproximava da casa de Naruto e Kushina notou que as vozes dos cidadãos se tornavam mais sussurradas, que eles riam discreta e outros, escandalosamente e o pior de tudo: o alvo de seus olhares era a própria Sakura.

Os Uchiha tinham ficado para trás, sendo bem recebidos pelos representantes mais próximos de Kushina, Sakura seguiu em frente e encontrou seus pais no meio de seu caminho, o pai tinha um olhar cabisbaixo e triste, enquanto a mãe parecia tão brava quanto uma dragoa.

— Eu sabia que tinha algo, um coração de mãe nunca se engana! Aquele rapaz imaturo, quem ele pensa que é para fazer isso com minha filha?! — Mebuki exclamou, sendo amparada pelos ombros por Kizashi.

— Acalme-se, querida... Quanto à você minha amada filha, sugiro que não continue, o melhor é que volte para nossa casa, não dê ouvidos à essas más línguas.

— O que está acontecendo? — indagou instigada pela bagunça que se formava ao seu redor, logo viu Hiashi Hyuuga cruzar a porta dos aposentos de Naruto totalmente transtornado, enquanto Mei saia pelo mesmo cômodo com um sorriso em sua face.

Caminhou para lá depressa, ignorando ao chamado dos pais e mal pôde acreditar no que viu: Naruto estava em sua cama, deitado próximo da garota Hyuuga, que se cobria com uma das peles que revestiam o leito, o que levava a crer que a mesma havia sido pega desprevenida e com poucos trajes.

— Eu posso explicar... Não aconteceu nada...

Viu os olhos azuis se arregalarem diante de sua presença e o dono deles saltou da cama imediatamente, se desequilibrando um pouco no pouso, provavelmente estava bêbado.

— Tente explicar para si mesmo, eu não preciso de mais nada. — declarou séria e decidida.

— Sakura, não é nada do que está pensando, me escute! — correu até ela, segurando seu pulso, mas a Haruno o puxou de volta.

— Não encoste em mim! Teve uma crise de ciúmes, mas eu não fiz nada de que me arrependa em suas costas, depois de tanta insistência em querer ficar comigo, jamais esperei algo assim vindo de você.

— Sakura, eu te amo! Não aconteceu nada entre mim e Hinata, eu juro! Só me dê ouvidos, por favor.

— E-ele tem razão, jamais houve nada entre nós, foi um grande mal entendido. — a morena declarou para defender o rapaz, ainda estava envergonhada no leito, mas tudo o que conseguiu foi receber um olhar de desprezo de Sakura, que ainda acusou:

— Eu deveria ter entendido as coisas quando ela lhe abençoou com um beijo. Bem, desejo felicidades ao novo casal. — virou as costas e partiu em disparada para longe.

— Sakura, não! — Naruto berrou, mas Kushina o segurou firme e bronqueou.

— Deixe-a, insistir nisso só irá magoá-la ainda mais, se realmente se importa com Sakura, deixe-a em paz por enquanto. Agora vamos dar licença para que a jovem ali se recomponha. — dirigiu-se a Hyuuga, retirando o filho consigo.