Capítulo III - A escrava

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Apreciava as madrugadas, o silêncio e a paz que elas emanavam. Vagava pelo vilarejo, quando foi surpreendido por um de seus pássaros, o falcão marrom trazia um bilhete de puro sentimento: Izumi era uma jovem, filha de um dos parceiros de seu pai, tinham crescido juntos e vinham explorando novos horizontes, o compromisso já havia até sido firmado e em breve se uniriam diante de seu povo.

Foi quando avistou um novo vulto planando sobre sua cabeça, dessa vez uma outra ave noturna veio ao encontro do braço que o Uchiha lhe estendeu, pousando certeiramente. Desta vez, o recado deixado pelo pedaço de papel que a ave trouxera não era nada encantador, muito pelo contrário.

Dirigiu-se às pressas até os aposentos do pai, que dormia profundamente ao lado de sua mãe, ao ouvir a porta se abrindo, Fugaku sentou-se na cama em alerta:

‒ O que houve?

‒ Notícias do clã Namikaze, eles foram atacados por um grupo dos Hatake na noite passada, o conde Minato foi morto por um dos guerreiros. As construções foram destruídas, ocorreram várias perdas entre os aldeões.

‒ Oh, pobre Kushina. ‒Mikoto, que também havia despertado, lamentou pela velha amiga.

‒ Então, as terras não foram tomadas? Apenas destruídas. ‒indagou intrigado.

‒ Isso mesmo. ‒confirmou.

‒ Que audácia a desses cães, o que pretendem afinal, se não tomar o domínio de nossos aliados?

‒ Acredito que este seja apenas o início, não querem expandir seu território e sim, desestabilizar-nos. Temos de nos unir novamente, como no passado, nós sofremos um grandioso ataque e somente com a ajuda dos Hyuuga, dos Terumi e do próprio Minato conseguimos superar as tropas do Rei. ‒o filho argumentou e, de fato, a ação nada inspirava além de um terror ou ainda, uma distração.

‒ Mande pássaros para os nossos aliados, devemos marcar um encontro para organizar uma estratégia em resposta, reforce também a segurança nos arredores, eles são imprevisíveis, não sabemos quem serão os próximos alvos.

‒ Certo, com licença. ‒disse, saindo por fim.

‒ Não sei se estou preparada para viver tudo aquilo de novo. ‒Mikoto suspirou ao seu lado, assustada.

‒ Não se preocupe, essa pode ser a nossa chance de tirar Orochimaru do poder. ‒retrucou concentrado, não iria permitir mais mortes pelos interesses de tal Rei.

...

Permaneceu o resto da refeição próxima à Sasuke, que apenas terminou de comer e se retirou, sem lhe dirigir ordem alguma. Recolheu os utensílios da mesa junto das outras escravas, depois comeu um pouco do que havia sobrado, o que não era muito, já que muitos serviam ali e até brigavam entre si pela comida.

Tudo o que desejava naquele momento, era adormecer em um sono profundo, talvez até sonhar com sua casa e sua família, a saudade agora incomodava em seu peito. Ao deitar na esteira de palha, pôde ouvir as mesmas escravas que falaram sobre si anteriormente, pronunciando em bom tom às suas costas, sem se importarem de serem escutadas:

‒ Ela deveria ser chicoteada pela audácia! Onde já se viu? Além de ser uma inimiga, ainda fere um de nossos senhores e sai impune?

‒ E depois de fazer aquela expressão de vítima, até mesmo a montanha gélida se apiedou por ela.

‒ Apiedar-se? Não se engane, Sasuke é todo firme, mas é homem e como qualquer outro, só está de olho na carne fresca e diferente que chegou.

‒ Tem razão... Não pense que estará protegida só por ele a ter delegado para si, uma escrava sumida não fará falta alguma. ‒a segunda delas pronunciou e em seguida, ambas gargalhavam espalhafatosas como duas hienas.

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