Você não é um super herói

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Peguei o ônibus ao meio dia , me sentindo muito melhor por ter terminado com Rute,  senti como se tivesse tirado um peso de cima de mim, como se as augemas se tivessem quebrado.
Me atrasaria para a escola, isso me preocupou, não poderia ir e nem voltar com Bianca para casa, ao me lembrar dela, me arrependi de ter passado a noite com Rute, mesmo não tendo que dar nenhuma satisfação para Bianca.
Seriam Seis horas e meia de viagem, recostei no banco do ônibus sentindo algo estranho dentro de mim.
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Cheguei em casa ansioso para ir para casa de Bianca ver como ela estava.
Tomei um banho apressado, comi uma pera e sai.
Bati palmas e uma mulher com expressão cansada apareceu para me atender.
- Pois não? - disse ela
- Sou Carlos Eduardo, posso falar com a Bianca?
- Carlos Eduardo- Disse ela como se me conhecesse. Ela voltou para dentro e logo voltou.
- vou abrir para você entrar, Bianca está no quarto e ela não está muito bem- Disse ela me levando para dentro da casa.
- O Que aconteceu com ela?-Perguntei com medo de ouvir a resposta.
- hoje, no caminho para a escola, Marcos a pegou.
Nessa hora fiquei petrificado. Se eu tivesse feito as coisas como devia, teria chegado em tempo de ir para a escola.
Voei escada a cima, mesmo sem saber onde ficava o quarto dela.
Uma porta está entre aberta, empurrei de vagar e a vi, deitada de olhos fechados. Um dos olhos estava inchado e o super cílio cortado.
Me aproximei dela, passei a mão suavimente em seu rosto. O canto da boca dela se ergueu em um sorriso.
Senti um alívio de ver ao menos um sorriso nos lábios dela.
- Bianca- sussurrei.
Ela abriu os olhos e me fitou ainda com um sorrisinho.
- Oi- Disse ela com a voz rouca e fraca.
- Me desculpe Bianca, me desculpe- falei com pesar.
- Você não tem culpa de nada- Sussurrou ela.
- Tenho sim, era pra mim estar aqui, era pra mim te proteger- falei.
- Eu preciso de água- Disse ela.
Fui até a cômoda e peguei para ela o copo com água que estava lá.
Ela se sentou com um pouco de dificuldade e esticou o braço para pegar o copo, vi os hematomas nos braços dela. Eu começava a sentir raiva, raiva de mim e raiva daquele monstro, quem em sã consciência teria coragem de fazer isso com uma pessoa tão sensível? aliás, nenhum mulher deveria passar por isso.
Ninguém é obrigado a ficar com quem não quer.
Bianca tomou a água e me entregou o copo.
Depois me sentei ao lado dela na cama, precisava fazer uma pergunta a ela.
- Bianca- falei e ela olhou para mim.
-O Que ?
- Ele, ele fez algo a mais com você?
Bianca olhou para baixo. Toquei no queixo dela fazendo ela erguer o olhar para mim.
- Ele abusou de você?
Nesse momento os olhos dela se encheram de lágrimas.
Aí eu soube a resposta.
- Eu vou matar aquele...
-Carlos, é melhor você não se meter nisso, é melhor você ficar longe de mim, ele pode querer fazer alguma coisa com você- falou chorando.
- Não me peça para ficar longe de você Bianca, por que eu não vou ficar- falei decidido e a abracei, não com força, mas a abracei com delicadeza,e ela chorou ainda mais, fiquei ali um bom tempo pensando em uma forma de vingança.
Bianca adormeceu em meus braços e passei a noite toda com Bianca e acabei dormindo na casa dela.
De manhã fui acordado por uma senhora que me convidou para tomar café.
Deixei Bianca ainda dormindo e fui para a cozinha.
- sente- se- falou a mulher.
- Obrigado. - ela sorriu e me serviu café em uma xícara e bolinhos de chuva doce.
- Seu pai esteve aqui- disse ela
- deve ter sido meu padrasto. Quando foi que ele venho?
- ontem enquanto você dormia com minha filha- Disse ela.
- minha mãe vai me arrancar o coro. - Falei rindo de nervosismo.
- Não se preocupe, eu passei o número do telefone daqui, e ele disse que falaria com sua mãe e depois ligaria para dizer se você poderia ficar, então sua mãe me ligou e eu expliquei tudo o que aconteceu, e ela deixou que você ficasse.
- Mas, por que a senhora deixou que eu dormisse no quarto com sua filha e na mesma cama que ela?
- Por que eu sei o quanto você significa para ela, ela gosta muito de você, e o tempo todo que esteve dormindo antes de você chegar , chamou pelo seu nome, e eu sei o que tem feito por ela, e sou muito grata a você.
- Mas não pude evitar o que aconteceu. - sussurrei me sentindo culpado.
- Querido, você não um super herói, você não é o responsável pelo o que aconteceu- falou me reconfortando.
Eu balancei a cabeça e tomei o café em silêncio.
Depois a mãe de Bianca me entregou uma bandeja com bolinhos de chuva e uma xícara de chá para eu levar para ela no quarto.
Quando entrei no quarto, Bianca já estava acordada olhando para o teto.
- bom dia- falei com um sorriso.
- bom dia- respondeu ela se sentando. Coloquei a bandeja no colo dela. Ela tomou um gole do chá e me olhou.
- Obrigada- disse ela e pegou um bolinho para comer.
- Preciso ir - falei dando um beijo na testa dela
- Vai voltar? -Perguntou com um brilho nos olhos.
- Vou .
Fui para casa e encontrei minha mãe na mesa da cozinha escolhendo feijão.
- Mãe- falei me sentando a mesa.
-Filho- respondeu ela esperando que eu dissese mais alguma coisa.
- Me desculpe ter dormido na casa da Bianca.
- Tudo bem, na verdade, estou orgulhosa de você, se eu tivesse uma filha gostaria que ela tivesse alguém como você cuidando dela, só toma cuidado. - falou minha mãe olhando para os feijões.
Eu não soube o que dizer então fui para o quarto me aprontar para a escola.
A ida para a escola foi intediante, no intervalo fiquei sentado sozinho atras da escola.
Na saída resolvi pegar um ônibus para chegar mais rápido em casa.
Tomei um banho, jantei e fui para casa da Bianca.

Uma garota chamada BiancaOnde histórias criam vida. Descubra agora