Um ceu cheio de estrelas

Capitulo 10

Tento me recompor, após o ocorrido do banheiro, minha cabeça estava girando, eu não estava bem, precisava voltar para casa, depois daquela cena de Will de joelhos para mim tão lindo, tão perfeito eu não podia mais ficar naquele lugar, precisava ir para casa. Seria um longo final de semana, mas eu estava a um passo de dar um fim naquilo tudo e manda-lo de volta para casa, porque eu não ia aguentar aqueles chiliques de quem fica por cima e quem fica por baixo, que inferno. Saio do banheiro e noto que o bar esta ainda mais cheio, não sei se é porque estou mal ou o êxtase, mas as luzes estavam mais fortes e a musica mais alta, eu estava me sentindo completamente perdido dentro daquele lugar, ainda mais com todas aquelas pessoas, no momento em que sai de vez do banheiro todo mundo começou a esbarrar em mim, me vi de repente da pista de dança no meio do esquenta, pessoas suadas, rindo, cantando junto com o DJ, droga eu queria sair de lá, mas parecia impossível, pensei em gritar para Will ou Caio só que não adiantaria, a musica estava tão alta que até mesmo as pessoas que estavam uma do lado da outra gritavam e não se escutavam, imagina eu com a minha voz baixa, solto um longo suspiro e olho para o chão, de repente meu braço é puxado com tanta força que todo o meu corpo foi e minha cabeça pareceu ficar ali, senti uma dor enorme no braço e no pescoço pelo puxão. Olho para cima e encontro o moreno alto com o cabelo curto estilo corte de soldado do exercito e os gêmeos Nikola e Benecio, gêmeos com a mesma cara, cabelo curto igual ao de Matheo, mas a única diferença é que eles tinham os cabelos mais claros e mais encaracolados, e eu podia apostar que os dois combinavam de falar junto absolutamente tudo, porque sempre que estavam por perto os dois pareciam apenas uma voz de tanta sincronia, dois garotos nojentos e escrotos.

- O que faz aqui Jhonson? - Ele grita no meu ouvido, mas prefiro não responder, não queria confusão, tudo já estava confuso demais. - Está me seguindo? - Tudo começou a girar, eu comecei ficar nervoso por ele estar ali e mais nervoso ainda por Will voltar com aquela ideia de me entregar para ele.

- Não. - Apenas consigo dizer isso e ainda muito baixo, fazendo com que ele aperte me braço e me puxe para mais perto dele.

- Fala direito bichinha! - Eu só ouvi isso, com o braço livre virei um murro na cara dele, mas coloquei tanta força, tanto desgosto que eu estava carregando durante aquele um mês que não sei, não tive mais força para nada, foi então que ele voltou com outro soco e eu cai no chão.

A musica parou, eu estava no chão e Matheo em cima de mim, ele continuava com  as investidas, sem parar por um segundo eu sentia seu punho bater repetidas vezes em meu rosto, não sei como não desmaiei, não sei se ele batia fraco, mas quando as luzes da boate ascenderam pude ver com nitidez o que estava acontecendo, foi quando ele foi dar outro soco, segurei seu punho, seu olhos arregalaram estavam escuros e cheios de raiva, ele não ia parar até me matar, ele tinha o olhar de um assassino frio ali, meus pelos arrepiaram, mas eu não podia deixar que ele continuasse, pelo socos eu tinha certeza que era mais forte que ele e mais preparado para dar uma lição naquele metido arrogante, quando ele projeta o soco com a outra mão e vem para cima de mim, uso minha outra mão para desviar o soco e ele vai direto para chão soltando o urro, talvez aquele tenha sido o soco mais forte dele, aproveito e me sento no chão para recuperar o ar e começar a sentir as dores no meu rosto. As pessoas estavam quietas apenas olhando para a cena a sua frente, sinto o gosto de ferro e minha boca e cuspo, era sangue, o desgraçado arrancou sangue de mim, olho para o lado e ele ainda gritava olhando para a mão, noto que seu nariz esta sangrando, ou seja, algum dano eu causei naquele imbecil, sorrio e olho para o lado procurando pelos gêmeos.

- Caleb! - Ouço a voz de Caio que surge do meio da multidão, ele tenta ir para cima de Marine, mas seus amigos os seguram e Caio também começa a bater neles.

Tento me levantar para ajudar o meu primo, mas o meu corpo não me obedece, eu estava machucado e exausto, não conseguia me mexer, aquilo era frustrante, quando vou soltar um grito para que os gêmeos soltem Caio, sinto dois braços agarrarem meu pescoço em formato de mata leão, quando olho para trás vejo Matheo montado em cima de mim apertando meu pescoço com toda a força que ainda estava dele. Sinto o ar escapar dos meus pulmões e a pressão no meu pescoço começar a incomodar a ponto de começar a sentir meu corpo inteiro formigar, ele estava dando aquele mata leão para valer, ele realmente queria me matar. Quando sinto meus pulmões arderem começo a me desesperar, tento socar seu braço repetidas vezes e dar cotoveladas em sua barriga, mas ele não para, continua apertando cada vez mais.