Mateo Marini
Os braços que o seguravam eram das mesmas pessoas que davam bom dia e esbanjavam sorrisos sinceros para ele, a mão que continua a socar seu rosto sem parar vinha de seu pai, figura que deveria cuidar dele e não ensinar as coisas que ele vinha ensinando desde que completou 9 anos, os gosto de sangue não incomodava, o que incomodava agora era que havia entrado em seu olho, estava incomodando demais, pois ele não conseguia enxergar mais nada, apenas sentia a mão pesada de seu pai a cada segundo sem nenhum momento para respirar. Ele sabia que tinha algo de errado quando recebeu aquela ligação tarde da noite.
- Seu desgraçado! - Um ultimo tapa é desferido no rosto do garoto que vai direto ao chão. Já estava apanhando há algum tempo, o ultimo tapa tinha sido o seu limite, ele não conseguia mais fica de pé.
Já não bastava as dores da noite anterior quando se envolveu na briga com Caleb, o desgraçado o tinha pego de surpresa e era muito difícil pega-lo de surpresa, afinal para fazer todas as coisas que ele fazia deveria estar sempre alerta, caso fosse pego de surpresa já era. Mas sem tempo para descanso estava ali recebendo novas feridas em seu rosto.
- Como aquela prostituta da sua mãe te coloca em um escola que tem um Jhonson!? - O homem gordo gritava com o garoto meio acordado. - E você ainda arruma briga com o garoto! - O homem gordo andava de lá para cá, vez ou outra voltava e batia no rosto do garoto.
- Eu não sabia que tinha que ficar longe dele. - Ele responde com um pouco de dificuldade, afinal sua boca doia muito, talvez depois que acabasse ele iria olhar no espelho para ver se algum dente estava faltando em sua boca, tudo parecia estar balançando e não conseguia enxergar um palmo a sua frente por conta do sangue dentro de seus olhos.
- Longe de um Jhonson sempre!!! Sempre Mateo! - Ele gesticulava com as mãos perto do rosto do garoto. - Você quer que seu pai perca os negócios? Quer ficar pobre? - O garoto faz que não com a cabeça. - Pois então honre a pequena quantidade de dinheiro que um bastardo como você merece. - Marini chega perto do filho, apoia em seus ombros e ele nota que o rosto do pai estava perto do seu para falar algo em seu ouvido. - Porque se dependesse de minha você nem estaria vivo. - Ele solta Mateo e se afasta, logo Mateo sente o cheiro horrível daquele charuto que ele sempre comprava com uns caras de outro país, mas Mateo nunca soube diferenciar de onde vinha o charuto, muito menos aquele cheiro horrível.
- Vou ter que sair da escola então? - Ele pergunta enquanto o homem traga e solta a fumaça em seu rosto
- Para a sua sorte e a minha, ele quer que você fique lá, mas longe do filho dele, não quero você envolvido com nada que ele esteja fazendo, não quero brigas nem nada, fica na sua e faça seu trabalho. - Antes do pai sair da sala e se certificar de dar um último tapa na cabeça do garoto e dizer. - Você precisa visitar alguém. - O garoto balança a cabeça em positivo. - Cuide disso.
Os seguranças do pai o soltam e ele fica ajoelhado naquela grande sala de tapetes vermelhos e decorações antigas que o fazia lembrar de uma casa de campo, Mateo não era um filho legítimo da família dele, afinal a sua mãe tinha se engraçado com o cara e acabou engravidando trazendo discórdia para toda a sua linhagem, para esconder os fatos o garoto foi parar na casa como em um passe de mágica se tornando filho legítimo para todos do lado de fora, porque na parte interna da família era o mais odiado e o mais conhecido ovelha negra.
Mateo se levantou sacando o celular, apenas um telefone e seguiu para a porta dos fundos, saiu na garagem e pegou seu furgão saindo de lá muito rápido fazendo apenas duas paradas.
Mateo não estava de muito bom humor naquele dia, nem mesmo falou com os amigos que ficavam brincando uns com os outros, ele só pensava em uma coisa e essa coisa tinha nome, Caleb Jhonson, até o momento sabia que o pai tinha um acordo com a família dele, mas como não tinha ido com a cara dele desde o princípio resolveu esquecer o acordo e abordar o garoto. Só de pensar que Caleb tinha corrido para debaixo da asa do pai dava raiva, ele sentia vergonha, Caleb nem mesmo era um homem.
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Um ceu cheio de estrelas
RomanceCaleb é um talentoso tenista em busca de sucesso, enquanto Will, um garoto que só procura um amigo, enfrenta desafios próprios. Inicialmente rivais na escola, a tensão entre eles evolui para um romance intenso e complexo. Com reviravoltas dramáticas...