𝟬𝟮. 𝗠𝗜𝗡𝗛𝗔 𝗩𝗜𝗗𝗔 𝗔𝗖𝗔𝗕𝗔 𝗗𝗘 𝗧𝗘𝗥𝗠𝗜𝗡𝗔𝗥.

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𝖬𝗂𝗇𝗁𝖺 𝗏𝗂𝖽𝖺 𝖺𝖼𝖺𝖻𝖺 𝖽𝖾 𝗍𝖾𝗋𝗆𝗂𝗇𝖺𝗋

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ORGANIZAVA ALGUMAS COISAS NA enfermaria, um dos lugares onde você mais ficava depois do campo de treinamento com flechas, e talvez, a sala dos pretores.

Como filha de Apolo, seus talentos deveriam ser algo envolvendo cura, arquearia ou, quem sabe, até música. Você era boa nessas coisas, mas não sentia como se fossem realmente seu talento, seu destino.

Então, para tentar se sentir confiante em algo, ficava rotacionando entre as três coisas. E hoje era o dia da enfermaria.

Como batalhas não estavam acontecendo no momento, a sala estava completamente vazia, a não ser por você e seus potes de ervas os quais etiquetava corretamente pela vigésima vez, apenas para tirar as etiquetas e colá-las novamente.

O silêncio da enfermaria não era algo ruim, podia-se dizer que era até bom, dependendo do dia. Você sempre foi uma pessoa hiperativa, ficar parada, além de te incomodar, era assustador. Era isso que o silêncio era.

Sempre que tudo estava quieto, você pensava, e muito. Costumava pensar sobre o futuro, pensamentos aleatório que praticamente apareciam em sua cabeça sem controle. Coisas ridículas como os Gregos estarem vivos e terem um acampamento só para eles, quando pensava nisso, até ria.

Era dona de uma imaginação tão fértil que conseguia imaginar nomes, rostos, feitos, etc. Montava história para cada um de seus personagens, assustadoras ou engraçadas, felizes ou tristes.

Mas essa não era em si a parte ruim, na verdade até gostava dela. O pior era quando via coisas assustadoras como sangue, mortes, titãs, ex divindades irritadas e lutas, muitas lutas.

A pouco tempo, via uma luta no topo do Monte Ótris. Corpos jogados por todos os lados, o cheiro metálico do sangue fazia sua cabeça doer. Seus olhos se espremiam em meio a escuridão, que era iluminada por raios azulados, tornando as silhuetas dos rostos transfigurados e pálidos de seus colegas visíveis.

Seus ouvidos eram poluídos pelo som dos mais variados gritos. Podia ouviu gritos agudos de pessoas agoniando na dor de seus ferimentos fatais. Ouvia gritos grossos de criaturas grandes, titãs. Ao fundo, ouvia os gritos de Reyna, gritando formações e ordens para os poucos que continuavam a lutar.

Ao virar-se na direção do respectivo som, pode ver expressões aterrorizadas pelas atrocidades que presenciavam, podia ver a sujeira e a fuligem escorrer junto com as lágrimas angustiadas que deixavam seus olhos, tornando seus corações mais duros do que antes.

"Me deixe, Sophi". - Conseguiu ouvir a voz de seu meio irmão, Matteo. - "Me deixe e cuide de si".

A voz vinha de baixo. Quando olhou para a direção, sentiu seu coração se espremer, sua garganta formar um caroço difícil de engolir. Sentiu seus braços cansados devido a força que usava para apertar o tronco, junto disso, sentiu o calor do sangue aquecer suas mãos geladas.

"Você precisa se salvar, Sophi. Meu tempo acabou, mas o seu ainda não. Vá, e não olhe para trás, por favor". - Ele implorou com uma voz exausta.

Com esse pedido, pode sentir as lágrimas escorem por seu rosto. Os soluços que se prendiam em sua garganta saiam de forma escandalosa e dolorida. Sentiu seu interior se contorcer de forma amarga e angustiante.

𝐒𝐓𝐘𝐋𝐄 // Reyna Avila Ramirez-ArellanoOnde histórias criam vida. Descubra agora