𝟢𝟢. 𝖯𝖱𝖮́𝖫𝖮𝖦𝖮

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𝖣𝖾 𝗋𝖾𝗉𝖾𝗇𝗍𝖾 𝗋𝗈𝗆𝖺𝗇𝖺.

[ ... ]

                VOCÊ PRATICAMENTE TINHA SIDO
sequestrada por uma matilha de lobos. Lobos que falavam com você. Bom, eles não usavam palavras mas eram bem compreensíveis.

Ainda estava confusa em relação ao que tinha acontecido a alguns meses.

Basicamente, sua mãe, Helena Georgius, virou para você em uma linda manhã nublada de outono e disse a verdade: "Lembra do pai que eu falei que você não tinha e que não tava' nem ai pra' você? Então, ele é Apolo, o deu romano do Sol e de outras milhares de coisas. Isso te faz uma semideusa e como você é uma inútil que é expulsa de qualquer lugar que pisa, você vai pra' uma acampamento de semideuses romanos, talvez assim você aprenda".

Okay, okay. Ela não tinha dito bem dessa forma, mas deu a entender.

Acontece que depois disso ela te levou para um pedaço de mato no meio do nada e te deixou lá, onde você foi sequestrada por esses lobos que falam, pensam e educam.

E agora, que você finalmente tinha se acostumado com tudo aquilo, eles estavam te expulsando. Isso era um absurdo.

Eles simplesmente te capturaram, te deixaram lá por um tempo e depois cansaram de você e te mandaram embora. Um sequestrador não manda a vítima embora.

Faria questão de registrar um boletim de ocorrência ou processar eles.

Quando piscou, pode jurar ver a figura de duas pessoas de ouro embaixo de alguma coisa. Uma ponte? Um prédio? Não sabia dizer. Mas foi tudo muito rápido, então apenas ignorou.

Caminhava pelas ruas de sabe-se lá onde atrás de uma delegacia ou de alguém que não estivesse focado em dirigir enquanto ouvia música. Já estava cansada de andar, de suar. Tudo que queria era um pouco de água e um ventilador, porque aquele lugar era muito quente.

Passando por dentro de um túnel, pode perceber duas pessoas vigiando uma porta, vestidas de uma maneira extremamente estranha. Com armaduras douradas reluzentes cobrindo todo o corpo e um capacete com plumagem vermelha, eles pareciam estar derretendo.

O que eles faziam ali, dentro de um túnel fedido, cobertos por uma fantasia ridícula como aquela, vigiando uma porta que provavelmente dava para um cubículo sujo e apertado era curioso, mas não era da sua conta.

- "Com licença". - Chamou a atenção deles. Por mais que fosse possível ver apenas uma pequena porcentagem de seus rostos, podia dizer que estavam confusos. - "Podem me dizer onde estou?". - Foi a primeira das muitas perguntas que tinha para fazer.

- "Você pode nos ver?". - Uma das pessoas, que possuía uma voz masculina, perguntou com uma entonação que confirmou suas suspeitas de estarem confusos.

- "Bem, não. Na verdade, você é um esquizofrênico preso em um manicômio, tudo e todos a sua volta são apenas alucinações. Eu sou mais um delas". - O rosto do garoto se contorceu de um jeito que te fez pensar que ele tinha acreditado. - "Óbvio que eu estou te vendo!". - Esclareceu.

Piscou e novamente teve quase certeza que tinha visto montanhas. Uma lugar no meio do nada, cheio de montanhas.

- "Desculpa, por acaso você esteve em uma matilha de lobos recentemente?". - A garota entrou na conversa, perguntando gentilmente.

𝐒𝐓𝐘𝐋𝐄 // Reyna Avila Ramirez-ArellanoOnde histórias criam vida. Descubra agora