𝟬𝟰. 𝗦𝗔𝗧𝗨𝗥𝗡𝗢 𝗘́ 𝗨𝗠 𝗙𝗜𝗟𝗛𝗢 𝗗𝗔 𝗠𝗔̃𝗘.

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𝖲𝖺𝗍𝗎𝗋𝗇𝗈 𝖾́ 𝗎𝗆 𝖿𝗂𝗅𝗁𝗈 𝖽𝖺 𝗆𝖺̃𝖾.

[ ... ]

            VOCÊ ESTAVA EM UMA REUNIÃO DO
senado, e o que acontecia ali te deixava confusa.

— "Bom, depois dessas introduções". - Pode ouvir a voz de Reyna. O efeito que o som causava em você era diferente do de costume. - "Vamos pular formalidades e avançar para o importante. Saturno está voltando, e isso não vai ser uma volta amigável".

Saturno. O mesmo Saturno que comeu os próprios filhos e que, agora, queria vingança. E claro, vocês, semideuses menores de idade, lutariam contra ele.

— "Vamos ouvir agora uma palavra de nossa vidente, Sophia Georgius". - Dessa vez, ouviu a voz de Jason.

Como no automático, você se levantou, se colocando no meio do Senado que murmurava confuso.

— "Entendo que estejam confusos, mas é um momento que precisamos de calma". - Não sabia de onde aquelas palavras vinham. - "O futuro é quase completamente certo, estamos com total controle da situação. Deixo claro desde já que para derrotarmos Saturno, muitas vidas serão perdidas e muito sangue será derramado. Todos vocês serão lembrados, dos que viverão aos que, infelizmente, perderão suas vidas em luta". - Mais murmúrios se espalharam, reclamações, maldições, e até mesmo lamentações.

Você não sabia mais o que dizer ou fazer além te olhar para o chão, completamente desamparada. Estava confusa, não tinha ideia do que estava acontecendo, mas podia sentir dor. Sentia um aperto indescritível em seu peito.

"Olhe para ela". - Ouvi no meio da multidão. - "Está péssima, ela viu coisas péssimas. Com certeza vamos todos morrer".

"Se acalmem!". - Reyna pediu, trazendo o silêncio para o Senado mais uma vez. - "É difícil e confuso. Sim, muitos vão morrer, e aqueles que não, vão sofrer. Mas não sejam egotistas, vocês ainda podem abraçar seus companheiros e sentir a insegurança do futuro incerto. Sophia não. Ela sabe o nome de cada um dos que vão partir, e sabe muito mais que isso. Sabe coisas que apavorariam qualquer um aqui, mas mesmo assim, segue firme em seu dever, que é nos prestigiar com o futuro. Deviam agradecer!". - O discurso autoritário te assustou, mesmo não sendo direcionado a sua pessoa.

Todos ficaram em silêncio. Os olhares do senado inteiro queimava sobre sua pele de forma nada agradável, mas, por algum motivo, se sentia tão desgastada por dentro, que isso não importava.

Queria ter acesso a suas memórias, realmente queria. Forçava sua cabeça de um jeito tão terrível que tinha quase certeza que suas veias saltavam para fora. Nada aconteceu, nem uma memória se quer.

— "Obrigado, Sophia". - A voz de algum campista quebrou o silêncio.

— "Muito obrigada, Sophi". - Outra voz, cheia de gratidão, agradeceu.

De repente, pode ouvir vários "Obrigado, Sophia" de todos na reunião. Ousou levantar o rosto e olhar para os campistas. Seus campistas.

Foi quando a onda de calor e carinho te atingiu e te fez sorrir. Toda seu rancor, angustia, amargura, tristeza ou qualquer outro sentimento ruim sumiu por alguns segundos.

Okay, aquilo valia a pena. Aquelas pessoas eram sua família. Te amavam mais que sua mãe ou seu pai jamais te amariam. Aquilo era o mínimo que podia fazer por eles.

𝐒𝐓𝐘𝐋𝐄 // Reyna Avila Ramirez-ArellanoOnde histórias criam vida. Descubra agora