𝟬𝟴. 𝗖𝗜𝗡𝗖𝗢 𝗜𝗡𝗙𝗔𝗥𝗧𝗢𝗦 𝗘𝗠 𝗨𝗠 𝗗𝗜𝗔.

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𝖢𝗂𝗇𝖼𝗈 𝗂𝗇𝖿𝖺𝗋𝗍𝗈𝗌 𝖾𝗆 𝗎𝗆 𝖽𝗂𝖺.

[ ... ]

         FORÇAVA UM SORRISO TODA VEZ QUE
Jason olhava para você.

Estavam em um barco voador no meio da Europa, com o mundo quase acabando ao seu redor, e mesmo assim ele insistia em se preocupar com você.

Estavam todos os nove comendo tranquilamente enquanto conversavam sobre alguma coisa que não envolvia morte, sangue, guerra ou deuses pela primeira vez em muito tempo.

Tudo estaria bem para você, se não tivesse aqueles olhos azuis brilhantes irritantes te encarando a cada garfada que levava a boca.

— "Pode parar de me encarar, por favor?". - Silenciou toda a mesa quando dirigiu sua palavra irritada a Jason.

— "Não estou te encarando". - Respondeu indiferente, o que te irritou mais ainda.

— "Vamos, o que tem de errado? Perdeu alguma coisa na minha cara? Já está ficando irritante!". - Continuou.

— "Só estou checando se você está bem. Só isso".

A mesa continuava calada enquanto você encarava Jason com o olhar mais ameaçador que poderia dar. Pode perceber aqueles que estavam próximos de você tremerem diante do olhar, mas o loiro não se deixou levar.

— "Bom, você tem outras coisas mais importantes para se preocupar". - Voltou para seu prato.

— "As vezes se preocupar com amigos não é de muito esforço, sabia?". - Respondeu. - "Só quero te ajudar, Sophi".

— "Você não pode me ajudar, Jason. Ninguém pode, e você sabe disso. Então, por favor, não fique me olhando como se fosse um gatinho abandonado e indefeso, porque eu não sou. Esse é meu trabalho, sei o que estou fazendo e sei como lidar com ele".

Às vezes Jason podia ser irritante por sempre pensar que podia ajudar. Ele era sempre o mais poderoso, o mais legal, o mais inteligente, o mais responsável, o que mais ele queria ser?

Talvez ele tivesse a síndrome do cavalo branco, porque sempre tinha certeza de que podia, e precisava, ajudar qualquer um que estivesse com um problema.

Bem, adivinhe? Ele não podia. Pelo menos não a você.

Os últimos dias estavam sendo péssimos para a sua pessoa. No meio de uma guerra complexa, onde seus rivais agiam como aliados para lutar contra o mesmo inimigo, visões aconteciam a todo o segundo, e isso estava te deixando louca. Louca mesmo.

Algo estranho que acontecia era, que sempre que tinha uma visão mais comprida, era como se sua consciência mudasse de realidade, deixando um corpo confuso e sozinho.

Quando isso acontecia, você fazia coisas que só um louco faria. Riscava coisas sem sentido algum nas paredes. Gritava. Falava e ria sozinha. Cortava coisas, assim como a si mesma. Entre outras.

A pior coisa que tinha feito até agora era pendurar um de seus lençóis no teto do quarto, amarrando-o envolta do pescoço. Você acordou a tempo, nada aconteceu, nem mesmo uma marca. Mas o susto foi o suficiente para te fazer tirar qualquer coisa que pudesse ser pendurada e amarrada de perto do seu quarto, ou seja, nada de lençóis, cobertores, fronhas de travesseiros, tinha se desfeito até de suas calças, dando uma desculpa para guarda-las no quarto de Hazel.

𝐒𝐓𝐘𝐋𝐄 // Reyna Avila Ramirez-ArellanoOnde histórias criam vida. Descubra agora