𝟬𝟯. 𝗘𝗨 𝗢𝗗𝗘𝗜𝗢 𝗢 𝗠𝗘𝗨 𝗧𝗥𝗔𝗕𝗔𝗟𝗛𝗢.

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𝖤𝗎 𝗈𝖽𝖾𝗂𝗈 𝗆𝖾𝗎 𝗍𝗋𝖺𝖻𝖺𝗅𝗁𝗈.

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ATÉ O MOMENTO, SEU TRABALHO ERA
a coisa mais horrível em que você já tinha pensado em fazer.

De manhã, quando o resto da legião ficou sabendo de sua convocação divina na noite passada, diversas coisas foram ouvidas.

Desde murmúrios de desaprovação, até sussurros agradecendo aos deuses por um ser mais liberal com poder nas mãos.

Depois, tiveram que citar às milhares, milhões, bilhões, trilhões de regras que um vidente tinha a mais que o resto dos legionários. Mas, as que ele tinha a menos foram as que mais te interessaram: "o vidente tem o direito de se mover livremente pelo acampamento, independente do horário, desde que envolva a interpretação de visões ou o adquirimento de uma".

Basicamente, todas as regras citadas se anulavam com o conjunto de palavras: "desde que envolva a interpretação de visões ou o adquirimento de uma".

Você, segundo uma das regras, também precisava de uma sala, onde poderia ter paz e concentração para suas visões e interpretações. Acontece que não tinha sala disponível, então você acabou tendo que dividir com o áugure, Octavian. Felizmente, isso duraria dois ou três meses no máximo, tudo que tinha que fazer era atura-lo. Não que fosse uma tarefa fácil.

Agora, também tinha que usar uma daquelas togas ridículas. Basicamente, você tinha poder. Poder pra' caramba. Se quisesse, podia contar uma coisa que deixaria qualquer um louco para Octavian e ele estaria morto em minutos.

Também tinha influência no acampamento, ficaria ao lado dos pretores no senado, comeria na mesma mesa que eles e, o principal, teria um quarto exclusivo para você na pretoria, seja lá o que isso significa.

Uma das coisas que mais te incomodou era que seu ciclo social tinha mudado completamente. Em uma noite, você era uma dos bagunceiros, andava com Matteo, Ana e Emi. E na outra, você era uma autoridade no acampamento, andando com Jason, Reyna e, bem, Octavian? É, infelizmente Octavian.

O que te surpreendia é que, até o momento, nenhum dos pretores tinha falado com você sobre "A Visão da Enfermaria" que Apolo tinha comentado na noite passada.

— "Ei, Georgius, não ouviu o sinal do almoço, não?"- Seus pensamentos foram cortados pelo esquisito do Octavian.

Em um expirar de susto, você olhou em volta, se vendo na sua sala, ou melhor, sua sala junto do garoto loiro.

— "Você não pode ficar me chamando desse jeito, vai acabar me atrapalhando em uma visão alguma hora". - Se irritou, levantando e indo em direção a saída, percebendo ele logo atrás de você.

— "Então... como funcionam essas visões?". - Ele perguntou curioso. Sua forma gentil te confundiu, considerando a cara de inveja que presenciou mais cedo quando foi anunciada vidente.

— "Funcionam melhor que suas previsões". - Finalizou curta, se recusando a olhar nos olhos do garoto.

— "Hump". - Ele desviou o olhar, calmamente ofendido. - "Não é como se você tivesse previsto coisas grandes até agora". - Argumentou.

𝐒𝐓𝐘𝐋𝐄 // Reyna Avila Ramirez-ArellanoOnde histórias criam vida. Descubra agora