𝐒𝐓𝐘𝐋𝐄 // Reyna Avila Ramirez-Arellano

𝟬𝟱. 𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗠𝗔𝗧𝗔𝗥 𝗢𝗖𝗧𝗔𝗩𝗜𝗔𝗡 𝗥𝗔́𝗣𝗜𝗗𝗢 𝗘 𝗙𝗔́𝗖𝗜𝗟.

𝖢𝗈𝗆𝗈 𝗆𝖺𝗍𝖺𝗋 𝖮𝖼𝗍𝖺𝗏𝗂𝖺𝗇 𝗋𝖺́𝗉𝗂𝖽𝗈 𝖾 𝖿𝖺́𝖼𝗂𝗅.

Esse capítulo contém conteúdos sensíveis para alguns tipos de público.

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VOCÊ ESTAVA MORTA POR DENTRO.
Tinha medo o tempo todo, não conseguia sentir sono, ou fome ou qualquer coisa básica para a sobrevivência humana.

As duas linhas não interpretadas da profecia dos gregos era um dos motivos disso. A possibilidade do significado daqueles versos serem de estrema importância te assustava.

Você nunca soube de tudo, e na verdade, nunca teve muito interesse nisso. Mas as coisas tinham mudado, agora sabia de várias coisas e se sentia muito mal quando algo não era entendido.

"Num sono sem fim o mundo estará; E a alma do herói, a lâmina maldita ceifará". Repetia e sussurrava diversas vezes, na tentativa de iluminar sua mente.

Fechou os olhos. "Num sono sem fim o mundo estará". Aquilo definitivamente te assustava muito. Um sono sem fim. O sentido literal? Algo aconteceria durante a noite? Ou seria algo mais complexo envolvendo morte e sofrimento?

"E a alma do herói, a lâmina maldita ceifará". Lâmina maldita? O que deuses era aquilo?

Tentou focar no verbo ceifar, que aparecia em ambas as profecias. Na profecia dos romanos aparecia no terceiro verso: "No topo do monte o mal ceifar", e significava que a batalha contra Crio, o mal, aconteceria no Monte Ótris.

Já na dos gregos, aparecia no quarto verso: "E a alma do herói, a lâmina maldita ceifará". A alma do herói. Aquilo definitivamente significava a morte de alguém. Agora, quem? Seria esse o destino de Perseus Jackson?

A lâmina maldita poderia ser qualquer coisa, qualquer coisa mesmo. O termo lâmina maldita podia ser usado desde para uma arma com grande valor emocional, dado por alguém importante que se foi ou que fez algo ruim. Mas também podia significar que a arma era de posse de algum mal. Um titã, talvez? Não sabia, mas tinha certeza que indiferente do significado, a arma teria o mesmo papel: ceifar a alma do herói, mata-lo.

Sua atenção se dirigiu para Saturno. Okay, tinha dito para não se preocupar, mas era impossível. Sabia que os semideuses gregos cuidariam do titã, mas isso te causava uma dúvida enorme.

Não em relação a se os gregos seriam capazes de derrotá-lo, não. Por mais que aqueles semideuses nem soubessem de sua existência, você os conhecia o suficiente para saber que seriam completamente capazes disso.

O que ocupava um grande espaço em seus pensamentos era justamente o fato dos gregos precisarem derrota-lo. Veja, Saturno possuí duas formas: a grega e a romana. Cronos e Saturno. Seres diferente, mas com histórias, motivações e raiva praticamente iguais.

Talvez, quando os gregos o derrotassem, apenas Cronos caísse, deixando Saturno intacto e completamente capaz de voltar e fazer o que quiser.

Sentiu um calafrio. Se esse fosse o caso, coisas muito ruins aconteceriam para o lado dos romanos. Caso Saturno aparecesse logo após a luta contra Crio, quando o acampamento estivesse enfraquecido e com poucos legionários, séria um desastre. Não dariam conta de derrotá-lo, ele faria o que bem entendesse com os romanos e com o resto do mundo.