Próxima parada : Casa da Travis

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Eu me senti um lixo por ter feito ele conhecer este lugar. Ok, ele me convidou e a Kim para vir aqui hoje, mas... Não sei, sinto que é a culpa é minha. É estranho.

- Kim, abra a caixa, vamos começar a jogar! - Tentei parecer ansiosa.

- Ok! - Kim percebeu que eu queria animá-lo e logo se juntou a mim.

Kim abriu a caixa, e era peças do jogo "Banco Imobiliário", na qual eu era muito azarada. Acho que Travis vai gostar, pelo menos se ele vencer, pode-se deduzir que ele vai ficar um tanto... feliz? bem, não sei a Kim, mas eu sou péssima, mas vou rir bastante e deixar "de ser eu" por alguns minutos para ver se animo ele. É horrível ver alguém triste assim.

- Quem vai ser o primeiro? - disse ele, tentando parecer animado.

- Vamos decidir no dado. Cada um joga o dado uma vez, o maior número vai ser o primeiro e quem tirar o menor vai ser o último. - Kim explicou. Parece que realmente ama esse tipo de jogo e não duvido nada que ela tenha esse tipo de jogo em casa.

- Tirei 1. - Acabei encarando aquele dado. Eu sou mesmo azarada.

- Tirei 4. - Travis parecia confiante.

- Tirei 3! - Kim parecia frustrada. Espero que depois desse jogo caso ela perca, ela não leve nada para o lado pessoal. Ela não parecia ela mesma quando começou a explicar e a jogar o dado.

O jogo começou. Ri bastante e tentei ser praticamente a Kim, quando não está jogando. Uma menina doce e alegre. Eu não sou assim, mas estava tentando fazer com que minha falsa energia de felicidade atingisse Travis.

O tempo se passou, era hora do almoço, e tínhamos jogados já um total de 10 partidas. Kim venceu 6, Travis venceu 4 e eu... não... preciso comentar, né?

- Bem, eu deixei no carro meu rádio de pilha, alguém quer que eu pegue? - disse Kim.

- Seria ótimo! vai lá sim! - pareci entusiasmada.

- Ok! - disse ela, que foi radiante, provavelmente por ter vencido o jogo.

- Ok, Travis. Exatamente onde ele estava? - perguntei. Sei que era perigoso, ainda mais se ele já tivesse esquecido...

- Ele parou o carro dele perto do nosso.

- Sério? Ele realmente é persistente!

- Mas não vai adiantar. Ele me machucou profundamente, e tenho certeza que minha vida vale mais.

- Quer se abrir para mim? - segurei suas mãos.

- Ok, vou confiar em você. Nosso relacionamento durou 3 anos. Eu era um bobo iludido, que sempre achava que tudo era rosas com ele, mas ele é um maníaco! Ele praticamente me tirava a liberdade. Uma vez, quando minha mãe não quis deixar eu dormir na casa dele, ele mandou eu brigar com ela e dizer que ele era importante. Eu fiz isso. Perdi a confiança dela completamente, por ter fugido de casa sem ela deixar. Por causa dele me meti em muitos problemas, mas eu percebi que o bobo foi eu de ter feito tudo. Ele sofreu bullying, e queria que eu ajudasse ele a "dar um fim" nos praticantes. E... quase fizemos.

- V-V-Vocês quase os mataram? - Fiquei chocada.

- Sim. - disse ele. - Fizemos com que eles sofressem um acidente no carro deles, sabotando umas peças, onde bateram e se machucaram sério, mas eu pedi tanto perdão por ter feito isso... E resolvi por um fim. - completou.

- E você fez isso amando ele, né?

- Com certeza. Sofri muito, mas sinto que não preciso mais dele. Existem muitos meninos por aí.

- Entendi, não precisa ficar mal ao ver ele, pois sinto que ele vai aparecer mais vezes e não quero te ver mal por isso!

Abracei ele. Ele quase chorou, mas se segurou.

- Bem, eu preciso lhe contar algo. - sussurrei.

- Mas por qual motivo está sussurrando se não tem ninguém por perto? - me respondeu de forma irônica, sussurrando também.

- É que... Eu sou apaixonada pela Kim. - Contei a ele. Sinto que posso confiar nele.

- Isso não me deixa surpreso. Seu jeito com ela era mais do que de "uma amiga". - Respondeu como se tivesse confirmado algo. Fiquei bastante vermelha por causa disso.

- E olha ela voltando... - disse ele.

Kim veio correndo, com o rádio nas mãos e um pen drive encaixado nele.

- Vamos festejar! - disse ela.

- Festejar... o que? - disse Travis.

- Minha vitória, é óbvio!

Trocamos olhares entre si, enquanto Kim parecia pensar "Vamos logo, não temos o dia todo!" mas sei que ela estava procurando entender o motivo dessas troca de olhares.

- Sim! Parabéns Kim! Quase consegui te vencer! - Travis foi o primeiro a se levantar e "festejar" com ela. Fico feliz por vê-lo assim.

Almoçamos e cantamos juntos, até as pilhas do rádio descarregarem por completo, mas estava escurecendo, e nem percebemos, então, obrigada pilhas!

Travis estava dirigindo e pensativo. Achei que poderia ser aquilo mas...

- Meninas! Querem passar a noite lá em casa? Vamos continuar nossa festa! - disse ele.

- Vamos sim! - respondi. - Minha mãe está viajando, vou avisar a ela antes e pego umas coisas para passar a noite lá.

- Olha... não sei se a minha mãe vai deixar, mas posso perguntar. - respondeu Kim.

Travis parou na casa de Kim, e ela pediu a mãe dela que não queria deixar.

- Dona mãe da Kim! não precisa se preocupar, a senhora sabe que sou gay! - Ele falou com ela. Aposto que a mãe dela achou que faríamos... Enfim, a mãe dela riu, e acabou deixando.

- Kim, pegue seu material da escola, amanhã teremos aula. - avisei.

Depois disso tudo, Kim retornou ao carro com algumas coisas, e passamos na minha casa. Avisei a minha mãe e ela concordou, e mandou eu levar camisinhas. Sério, eu queria ter xingado ela ou coisa do tipo, mas estava completamente envergonhada para isso. Peguei umas coisas e retornei ao carro.

- Travis... sua mãe deixou ? - Kim perguntou.

- Será uma surpresa para ela! - Disse ele rindo. - Próxima parada : Minha casa!


Golden Girls (Em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora